17/11/2013

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ESTE MÊS NO
"BLITZ"

Lilly Allen reacende polémica 
sobre sexo nos videoclips

Robin Thicke e Miley Cyrus são outros dos artistas pop que se viram recentemente envoltos em polémica devido a atuações e vídeos provocadores.

Lily Allen está de volta à música e, depois de assinar uma versão de um tema dos Keane para uma campanha publicitária, vê-se envolta em polémica com o teledisco de "Hard Out Here", o seu novo single, reacendendo a polémica sobre a sexualização dos telediscos e sendo acusada de racismo por utilizar maioritariamente modelos negras em vestes reduzidas.


A cantora britânica apressou-se a explicar a sua visão do vídeo, enumerando vários argumentos no seu Twitter. "Se alguém pensa que pedi etnias específicas para o vídeo, estão errados", começa por dizer, "se pensam que depois de pedir às raparigas para fazer a audição, as ia enviar embora baseando-me na cor da sua pele, estão errados".

"A mensagem é clara. Apesar de não querer ofender ninguém, gosto de provocar pensamento e discussão", acrescenta, "é suposto ser um vídeo satírico que lida com a objetificação da mulher na cultura pop moderna. Não tem nada a ver com raça, mesmo nada". Allen diz ainda que se soubesse dançar como as suas bailarinas "teriam o meu rabo nos vossos ecrãs": "cheguei a ensaiar durante duas semanas, tentando aperfeiçoar o meu twerk, mas falhei miseravelmente".

Suzanne Moore, jornalista do Guardian, foi uma das vozes que se insurgiram contra o teledisco, assinando um artigo em que diz, "gosto da voz, da presença e da frontalidade de Allen, mas não gosto de racismo". "No vídeo, ela afasta-se das bailarinas que fazem twerk. Mantém-se no comando, elas não. Talvez tenha interpretado mal, mas o que vejo é um corpo de mulher negra, anónimo e sexualizado, a abanar-se para pagar a renda". A jornalista chega mesmo a dizer: "falhei a reunião onde tínhamos de escolher entre racismo e sexismo".

No teledisco de "Hard Out Here", Allen faz referência a outros vídeos e canções que este ano provocaram reações acaloradas, casos de "Blurred Lines" de Robin Thicke (canção que chegou mesmo a ser banida por associações de estudantes de universidades dos dois lados do Atlântico).

"Blurred Lines" chegou a ser alvo de manifestações nas ruas, descrita como "canção de violação" por incluir versos como " I know you want it " ou um em que o rapper TI, que participa na canção junto com Thicke e Pharrell Williams, diz " I'll give you something big enough to tear your ass in two ". O vídeo também não foi poupado a críticas, por exibir mulheres nuas a dançar em volta dos três músicos. 

 Em setembro, cita o Guardian, a vice-presidente da associação de estudantes da Universidade de Edimburgo, que baniu "Blurred Lines" dizia: "promove uma atitude muito preocupante quanto ao sexo e ao consentimento. Queremos assegurar que todos estão conscientes de que é necessário consentimento entusiasta antes de ter sexo. A canção diz: 'sabes que queres'. Bom, não podes saber se realmente querem a não ser que te digam que querem". 

Uma das artistas que resolveu dar a sua opinião sobre a sexualização dos vídeos de música - depois da troca de galhardetes entre Sinéad O'Connor e Miley Cyrus - foi Annie Lennox, referindo-se, sem dizer nomes, a vídeos de cantoras pop que se comportam "como chulo e prostituta ao mesmo tempo". 


* Fica a notícia, consideramos que exploração sexual é muito feio.

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