21/11/2013

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Chairman da Google acredita 
que a censura pode ser 
“eliminada numa década”

Eric Schmidt prevê que a censura ao nível mundial possa terminar numa década. Chairman da Google defende ainda que a encriptação vai ajudar as pessoas a ultrapassar a vigilância governamental.
Eric Schmidt, chairman da Google, considera que a censura, ao nível mundial pode terminar numa década. Numa palestra realizada ontem – dia 20 de Novembro – na Universidade Johns Hopkins, nos EUA, o responsável sustentou que acabar com a censura, em países como a China, pode ser possível permitindo que todos tenham acesso à Internet e protegendo as comunicações contra a espionagem, escreve a Reuters.

“Em primeiro lugar [os países] tentam bloquear-nos. Em segundo, tentam infiltrar-se. Em terceiro, nós vencemos. Penso realmente que é assim que funciona porque o poder está a mudar”, afirmou Eric Schmidt. “Acredito que há a oportunidade de eliminarmos a censura, e a possibilidade de censurar, numa década”, acrescentou.

Limites à liberdade de expressão
O responsável da Google há muito que vem falando sobre as limitações à liberdade de expressão em vários países.

Eric Schmidt viajou para a Coreia do Norte – um dos países mais fechados do mundo – no início deste ano a título pessoal. Na sequência desta viagem, Schmidt afirmou, à época, que “falhou” na sua missão de tentar lançar as bases que permitam o acesso à Internet naquele território, contudo, o responsável não descarta a possibilidade de voltar a tentar.

“Do meu ponto de vista, se conseguirmos alguma conectividade [na Coreia do Norte], depois pode haver uma abertura no país e a Coreia do Norte pode começar a entender os outros sistemas” políticos e económicos que existem, sinalizou o responsável, após a visita aquele país.

São vários os países que impõe restrições à liberdade de expressão. A China, que está a tentar alterar as suas políticas, é um desses casos. Recentemente, no passado dia 15 de Novembro, vários meios de comunicação internacionais avançaram que a China tinha bloqueado os sites da Reuters e do Wall Street Journal, na versão em mandarim. A versão em inglês, quer da Reuters quer do Wall Street Journal, estava, contudo, a funcionar com normalidade.

A explicação para este bloqueio, segundo vários meios de comunicação mundiais, deve-se facto de ter sido noticiado a existência de ligações entre o banco norte-americano JP Morgan Chase e a filha do antigo primeiro-ministro Wen Jiabao. Wen Ruchun, filha do ex-governante, trabalhava como consultora neste banco, utilizando o nome de Lily Chang. A notícia foi, inicialmente divulgada pelo “The New York Times” e posteriormente, lançada pela Reuters, alcançando uma escala global.

Esta não foi a primeira vez que a China impediu o acesso à conteúdos da Internet.

Encriptar informação
Depois de Edward Snowden ter sinalizado que a NSA (a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) pode ter acedido às comunicações da Google – e de outras empresas de comunicação – para reunir informações, Schmidt defendeu ontem que, se isso de facto aconteceu, é um ultraje e potencialmente uma ilegalidade. “A solução para a vigilância governamental é encriptar toda a gente”, sublinhou, segundo a Reuters.

Recentemente, e de acordo com a Reuters, a Google tem vindo a aumentar a complexidade das chaves de encriptação. “É claro para mim que a vigilância governamental, e a forma como os governos estão a fazê-lo, vai manter-se de alguma forma. Isto porque é a maneira dos cidadãos se expressarem e os governos vão querer saber o que fazem os cidadãos”, afirmou.

* Espionagem, contra espionagem e fazem dos povos produtos de contrabando.

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