25/11/2013

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Ramalho Eanes homenageado com
. Testemunho Público

"Um abraço do coração". Expressão frequente do falecido Salgado Zenha e cara ao ex-Presidente da República deve sintetizar as suas palavras de agradecimento após apresentação do Prémio Eanes de Cidadania.
Ramalho Eanes apenas comparecerá no final de todos os atos do Testemunho Público que vai homenageá-lo hoje, a partir das 17h00, no Auditório 1 do Centro de Congressos de Lisboa, na antiga FIL, à Junqueira. Homem de modéstia, não se sentiria cómodo numa sessão em que o elogiassem. O agradecimento público será feito na circunstância pelo filho mais velho, Manuel Ramalho Eanes, atualmente administrador da Zon Optimus. 

A ideia deste Testemunho Público ao Cidadão António Ramalho Eanes despertou no início do verão e, ao ser-lhe exposta, mereceu uma reação negativa da parte do ex-Presidente da República. Os promotores persistiram, porém, na iniciativa, e hoje vai ser apresentado o Prémio Eanes de Cidadania, que visa distinguir pessoas ou organizações que se destaquem pelas práticas de coragem, conhecimento, ética, serviço à sociedade. O Prémio terá o valor de 50 mil euros e será atribuído de dois em dois anos.

Para prestar Testemunho Público, estão anunciadas intervenções de Guilherme d'Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, sobre Eanes político'; do general José Garcia Leandro sobre o militar, e de João Lobo Antunes, médico e professor universitário, sobre Eanes cidadão.
O Testemunho Público inclui uma mesa-redonda moderada por Fátima Campos Ferreira sobre ‘O rosto humano de Eanes'.
A Comissão Cívica constituída para o efeito fará a apresentação do novo Prémio de Cidadania. Será feita, por outro lado, a leitura de mensagens, sabendo-se que, entre elas, estão textos enviados pelo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e pelos chefes de Estado-Maior General das Forças Armadas, Exército, Armada e Força Aérea.
Esta data de 25 de novembro foi escolhida porque assinala o surgir de Ramalho Eanes no meio público como comandante operacional das forças que, então, agiram para evitar uma guerra civil em Portugal.
Depois dos movimentos militares que liderou em equipa, como ele próprio frisou na altura, Ramalho Eanes foi nomeado chefe do Estado-Maior do Exército e, sete meses mais tarde, eleito por larga maioria primeiro Presidente da República já em democracia.

25 de Novembro operou com transmissões da GNR
"No 25 de Novembro, não se sabia à partida onde estaria o Posto de Comando e utilizou-se principalmente uma viatura da GNR equipada com material de transmissões", recorda o general Garcia dos Santos, que foi o militar responsável pelas transmissões das forças vitoriosas, tanto no 25 de Abril de 1974 como no 25 de Novembro de 1975.
"No 25 de Abril, todo o esquema de transmissões foi idealizado e montado por mim, com meios exclusivamente do Exército, e não houve qualquer dificuldade", prossegue. "Havia o material necessário em todas as unidades envolvidas e sabia-se onde estaria instalado o Posto de Comando no Quartel da Pontinha. Está tudo contado ao pormenor no livro ‘As Transmissões Militares da Guerra Peninsular ao 25 de Abril', elaborado pela Comissão Histórica das Transmissões", de que foi fundador.
"O 25 de Novembro foi diferente. Utilizámos a rede de transmissões da GNR, que era segura e fiável, mas as coisas foram mais aleatórias", recorda ainda Garcia dos Santos. "Não havia propriamente plano de ordem de operações. Tudo teve de ser decidido em cima do acontecimento."

* Não temos de concordar com tudo o que Ramalho Eanes fez, mas é um homem muito digno.

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