22/10/2013

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HOJE NO
" PÚBLICO"

Edite Estrela repudia “mobilização 
de forças” contra relatório sobre 
direitos reprodutivos

O Parlamento Europeu decidiu nesta terça-feira adiar a votação de um relatório de Edite Estrela sobre direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, tendo a eurodeputada socialista lamentado o que classificou como uma "mobilização de forças de direita e extrema-direita".

Na sequência de uma acalorada discussão no hemiciclo, uma maioria das bancadas decidiu reenviar o documento para a comissão parlamentar de Direitos da Mulher e Igualdade de Género, para nova apreciação, adiando assim a votação prevista para esta terça-feira em Estrasburgo (França), durante a sessão plenária.

Em causa está um relatório, com cariz não vinculativo, elaborado por Edite Estrela, que tinha o apoio das bancadas dos Socialistas Europeus e ainda Liberais, Verdes e Grupo da Esquerda Unitária, mas que suscitou um coro de críticas das bancadas mais conservadoras, por defender designadamente a legalização da interrupção voluntária da gravidez nos sistemas de saúde pública dos Estados-membros e a obrigatoriedade de educação sexual nas escolas, entre outros pontos.

"Eu lamento esta posição, de desrespeito pela votação que tinha havido na comissão competente, que é a comissão dos Direitos da Mulher e Igualdade de Género, onde o meu relatório foi aprovado com 17 votos a favor, sete votos contra e sete abstenções", comentou à saída do hemiciclo a líder da delegação do PS ao Parlamento Europeu.

Atribuindo o adiamento da votação a uma "aliança da direita com a extrema-direita, com a cumplicidade do Partido Popular Europeu, e, lamentavelmente, também de alguns (deputados) portugueses", Edite Estrela considerou que, além de tudo o mais, o adiamento "não faz nenhum sentido", pois a comissão parlamentar deverá voltar a votar no mesmo sentido, pelo que o relatório terá de ser votado em plenário mais cedo ou mais tarde.

Segundo a deputada, que chegou a ser apupada e interrompida no hemiciclo quando pediu a palavra, "houve aqui uma grande mobilização das forças mais conservadoras, dentro e fora do Parlamento", lamentando que nos últimos dias tenha havido uma grande quantidade de mensagens de correio electrónico a circular, apelando ao voto contra e distorcendo o conteúdo do relatório.

"Recorreram a todos os meios para que este relatório não fosse aprovado. É preciso saber que são forças que se estão a mobilizar: mobilizaram-se em França, e estão a mobilizar-se em vários países, para que haja retrocessos na legislação", disse, acrescentando que o que aconteceu hoje no hemiciclo é uma prova de que é importante a participação nas eleições europeias.

"Apelo aos cidadãos esclarecidos e progressistas que não se abstenham e que votem, porque o que se decide no Parlamento Europeu tem consequências ao nível da legislação nacional e da vida de cada pessoa", disse, sustentando que é importante "votar em quem os representa", em vez de deixar espaço a forças de direita e extrema-direita, cujo propósito, muitas vezes, é "apenas boicotar o trabalho sério que é feito".

* Esquerda e direita são conceitos  a cheirar a velho, qualquer projecto que combata a desigualdade e promova a informação  será sempre alvo de obstáculos, são os "donos do dinheiro" que se opõem através dos seus cães de fila no PE, alguém que os procure e anule.

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