08/10/2013

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HOJE NO
  "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Teodora Cardoso:
 É preciso “alargar o topo e reduzir
 a base” da administração pública

Teodora Cardoso diz que os cortes têm ido na direcção errada, porque têm afectado os mais qualificados, que são os que o Estado tem mais necessidade.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas defendeu esta terça-feira a necessidade de profissionalizar a administração pública e de torná-la mais pequena.

“É preciso uma administração pública moderna e profissionalizada. Tivemos um período, que está em parte ultrapassado, mas não totalmente ainda, de administração pública politizada, sobretudo ao nível dos gabinetes”, disse Teodora Cardoso, à margem do 5º Congresso Nacional dos Economistas. “É necessária maior profissionalização dos responsáveis. Por outro lado, também tem de ser mais pequena”.

A economista explicou que durante muitos anos o País alimentou uma administração pública com actividades “muito burocráticas e pouco qualificadas, que alargaram a base sem alargar o topo”. “Agora o que precisamos é de alargar e melhorar o topo, e também de reduzir a base. É difícil mas tem de ser resolvido”, defendeu.

No entanto, Teodora Cardoso admite que os cortes implementados pelo Governo não têm ido nessa direcção. “Os cortes têm sido cortes horizontais, e têm afectado mais fortemente as pessoas com maior nível de qualificação que é a quem o Estado paga pior, em termos relativos, e de que tem mais necessidade”.

A presidente do Conselho de Finanças Públicas acrescentou ainda que os cortes nas pensões de sobrevivência e nos salários da Função Pública “podem ser medidas necessárias ao orçamento”.

“A reforma do Estado não é isso, é um processo mais global e demorado, que implica compromisso político importante que está muito para além da aprovação de um orçamento anual”, concluiu. 

* Concordamos com a sra. Presidente do Conselho das Finanças Públicas mas faltaram-lhe estes considerandos:

1- O alargamento da base deve-se ao atamancar de entrada de funcionários fruto do clientelismo partidário.

2- No topo continuam a entrar acessores, técnicos, etc., vindos das estruturas partidárias, bons empregos para trabalho que exercem mais para servir os partidos do que o Estado.

3- O corte horizontal que a sra. Presidente refere é absurdo mas não é inocente, com os despedimentos das pessoas mais qualificadas abre-se a porta dos ajustes directos para empresas dos amigalhaços dos políticos.

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