31/10/2013

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HOJE NO
"PÚBLICO"

Só um em cada cinco portugueses
 confia na liderança política

Só um em cada cinco portugueses confia na liderança política, um sentimento de descrédito que se agravou nos últimos cinco anos e que é uma tendência comum na Grécia, Espanha e Irlanda, revelou uma análise do instituto de pesquisa Gallup.
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Se, em 2008, 41% dos inquiridos portugueses tinha confiança na governação, este ano a percentagem não vai além dos 20% (um valor idêntico ao registado em Espanha), revelou o estudo intitulado “A crise Económica e Política: percepções e realidades” divulgado nesta quinta-feira, na Fundação AIP.
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O estudo realizado através de inquéritos a portugueses, gregos, irlandeses e espanhóis para perceber a percepção dos cidadãos destes países quanto ao impacto da crise nas suas vidas compara o período entre 2008 (ano em que faliu o Lehman Brothers e eclodiu a crise financeira que rapidamente contaminou a economia real) e 2013.
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Na Grécia, o descrédito na liderança política é ainda maior e o voto de confiança surge apenas de 14% da população, um valor que compara com os 33% da Irlanda.

Outra das conclusões da análise aos países intervencionados pelas instituições internacionais (ainda que apenas ao nível da banca, no caso da Espanha) é que a maioria dos portugueses inquiridos (80%) está tão pessimista hoje em relação à evolução da economia quanto estava há cinco anos e este sentimento só é superado pelos gregos (90%).
CONFIA NELE?

A contrastar com o aumento da desconfiança na classe política, verificou-se em Portugal uma melhoria da reputação da classe militar que foi um sector que recentemente evidenciou alguma recuperação em termos de imagem pública, a par das instituições financeiras e do sistema judicial.


A existência de corrupção no mundo dos negócios também é uma convicção partilhada pelos inquiridos dos quatro países, mas enquanto na Irlanda só 45% dos inquiridos tem esse percepção, em Portugal são 89% (acima dos 86% em 2008, mas abaixo dos 90% de 2009), que comparam com os 86% da Grécia e dos 85% de Espanha.
CONFIA NELE?

Entre outras conclusões, a análise evidencia ainda que, em Portugal, a taxa de desemprego sobe desde 2008, mas paralelamente o índice de satisfação profissional desce, e que cerca de um quarto dos portugueses inquiridos gostaria de emigrar (23% pensa fazê-lo nos próximos 12 meses e 5% já se preparam para o fazer). O destino preferencial é o Brasil, seguindo-se a França e os Estados Unidos.

* 20% constitui uma simpatia para o governo.

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