30/10/2013

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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Com uma constituição semelhante à da Terra 
Detetado primeiro planeta 
fora do sistema solar 

Uma equipa internacional de investigadores, incluindo o português Pedro Figueira, detetou o primeiro planeta fora do Sistema Solar com uma constituição semelhante à da Terra, a partir dos cálculos da sua massa e do seu diâmetro. 

 "Pela primeira vez, conseguimos medir num planeta tanto o diâmetro como a massa, calcular a densidade e verificar que é muito próxima da do nosso planeta", revelou Pedro Figueira, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. 


O investigador, o único português que participou no estudo, adiantou que, "muito provavelmente", uma grande parte do Kepler-78b é, tal como a Terra, "composta por rocha", contrariamente a outros exoplanetas (planetas que orbitam uma estrela sem ser o Sol), que são formados, sobretudo, por gás. Contudo, ao contrário da Terra, o Kepler-78b "está muito mais próximo da sua estrela" e "é demasiado quente para albergar vida como a que nós a conhecemos", ressalvou Pedro Figueira. 

Os resultados da investigação são publicados hoje na revista Nature. O Kepler-78b orbita a estrela Kepler-78, localizada a 400 anos-luz da Terra e com cerca de 74 por cento do diâmetro do Sol. O planeta tem uma temperatura à superfície entre os 1800ºC e os 3300ºC. 

Com dados combinados do espetrógrafo (aparelho que regista o espetro luminoso) de alta resolução HARPS-N e do telescópio espacial Kepler, os cientistas conseguiram determinar que o exoplaneta tem 1,16 vezes o diâmetro e 1,86 vezes a massa da Terra. 

"É uma descoberta muito interessante, não só a nível do interesse científico da semelhança das propriedades do planeta [com as da Terra], mas também como etapa, no sentido em que nos aproximamos cada vez mais de um planeta com as mesmas propriedades do nosso", frisou Pedro Figueira. Segundo o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, eventualmente o Kepler-78b "será destruído pela força gravítica, que tem vindo a reduzir o tamanho da sua órbita". 

A partir de 2016, o espetrógrafo Expresso, em cuja construção Portugal participa, será usado para procurar planetas fora do Sistema Solar com massa semelhante à da Terra, em zona habitável de uma estrela, com água em estado líquido à superfície.

* Ou emigramos para lá ou deportamos os políticos e banqueiros.

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