15/09/2013

MIGUEL ESTEVES CARDOSO

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O iPhone contra-ataca

Confesso-me aturdido. Estava eu a desenvolver uma teoria Spengleriana sobre a decadência da Apple depois da morte de Steve Jobs quando aparecem os dois novos iPhones, o 5s e o 5c, já claramente o resultado dos trabalhos de Tim Cook.

O 5c (cê de cheap?) é melhor do que o meu iPhone 5 mas custa cinco vezes menos: o preço de 99 dólares é revolucionário. É feito de plástico e vem em muitas cores mas, segundo percebo da reportagem de Hugo Torres no PÚBLICO e duma volta pelos sites suspeitos do costume, a parte de dentro, que é a que interessa, é tão boa como o iPhone 5, que é muito boa.

Sabe-se que a Apple tinha uma margem de lucro gananciosa e fica-lhe bem sobreviver com uma margem bastante mais pequena, para fazer frente aos concorrentes mais atrevidos. Diz-se que falta pouco para Jeff Bezos oferecer um smartphone Amazon. Por zero dólares. É mais revolucionário do que os novos iPhones mas é quase certo que o futuro "Amaphone" será mais tosco do que o iPhone mais barato.

A verdadeira bomba é o 5S. É duas vezes melhor do que o meu 5 mas custa menos de metade: apenas 199 dólares. Para mais, vem com touch ID, permitindo apenas ao dono aceder ao telemóvel. Dizem que é contra os ladrões. Mentira: é contra os espreitadores, namorados ou não.

Como é que os filmes e as séries de televisão, tão dependentes de espiar o iPhone do próximo distraído (ou na casa de banho) vão lidar com este luto? Roubar impressões digitais é tão século XX...

IN "PÚBLICO"
11/09713

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