31/08/2013

SOFIA CANHA

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A alfabetização da Europa

Cerca de 75 milhões de habitantes adultos da União Europeia não sabem ler nem escrever

Cerca de 75 milhões de habitantes adultos da União Europeia não sabem ler nem escrever, segundo o serviço europeu de estatística da União Europeia. Ou seja, um, em cada sete europeus adultos, é analfabeto. Os sinais de alarme soaram com o agravamento da crise que afetou todos os países da Europa. 
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Os especialistas supõem que a solução do problema seria um sistema de instrução primária bom, gratuito e acessível para todos. . Foi este princípio que levou a um forte investimento na escola pública a partir dos anos 70, que reverteu as elevadas taxas de analfabetismo em Portugal (no início do séc XX eram de 76,5%), quando os países do Norte já haviam erradicado no início do século XX.
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Consideram ainda que outra medida capaz de elevar o nível de instrução geral seria a criação de bibliotecas em locais como centros comerciais e outros menos comuns, incorporando professores (figuras masculinas) neste trabalho que serviriam como modelos para os meninos que lêem menos do que as meninas.
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Os especialistas pronunciam-se a favor da criação de diversas formas de ensino não somente para crianças, mas também para adultos. Em particular, a favor da criação de cursos de erradicação do analfabetismo logo nos locais de trabalho. Na opinião dos autores do relatório, uma importante medida seriam os investimentos na elevação do nível da alfabetização, o que vai surtir efeito sensível. Numa perspetiva de longo prazo, isto vai proporcionar benefícios no valor de biliões de euros.
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O politólogo Pavel Sviatenkov afirma que os europeus caíram na mesma armadilha que os americanos: a segregação populacional faz-se em conformidade com o nível de instrução. Ou seja, a elite escolariza-se e forma-se em escolas de alto nível, recebendo instrução considerada de excelência, enquanto a maioria pertencente às classes média e baixa, frequenta escolas menos apetrechadas e estimulantes.
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Na opinião do mesmo politólogo, os europeus compreenderam que é preciso reformar com urgência o sistema, caso contrário os problema sociais que têm emergido vão agravar-se de forma insustentável e consequentemente se compromete o desenvolvimento económico e o bem-estar social que tem caracterizado a Europa
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O que não parece ser politicamente correto é falar no nível de seriedade e responsabilidade com que os jovens europeus encaram a instrução e a educação escolar, a par com a introdução na Europa de culturas tradicionalmente desvalorizadoras do ensino.
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O culto da imagem, da personalidade e do prazer desenvolvido pelo capitalismo também não tem ajudado na formação de intelectuais e de decisores ponderados que sustentariam um desenvolvimento económico e social mais equilibrado. A urgência que se imprimiu nesta era da informação é contraproducente e pode trazer lucros a curto prazo, mas condiciona e compromete o futuro de uma Europa igualitária e justa.

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
26/08/13

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