02/07/2013

" CORREIO DA MANHÃ"

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" CORREIO DA MANHÃ"


Taxas da saúde aumentam 163%

Há mais 1,4 milhões de isentos por insuficiência económica. Não vão ao médico para não faltarem ao trabalho.

De 2011 para 2012 a saúde ficou efetivamente mais cara – houve serviços que tiveram aumentos nas taxas moderadoras na ordem dos 163%. Segundo um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) sobre os efeitos do Novo Regime Jurídico das Taxas Moderadoras, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2012, o Serviço de Atendimento Permanente ou Prolongado (SAP) registou o maior aumento (163%). 


Os utentes, em vez de 3,80 euros, passaram a pagar 10 euros. Na lista dos serviços com subidas acima dos 100% estão também as consultas de Medicina Geral e Familiar (MGF), nas quais os utentes pagam 5 euros em vez de 2,25 (122%).
O mesmo estudo concluiu que aumentou o número de doentes isentos de pagamento de taxas moderadoras por motivos económicos: a 31 de dezembro de 2011 eram 1 500 461 e a 30 de novembro de 2012 atingiam os 2 914 917 (mais 1 414 456 utentes).

São precisamente os doentes isentos que vão menos ao médico. É que apesar da isenção nas consultas estes utentes têm de enfrentar outros custos, como a deslocação, as faltas ao trabalho e "a adesão a eventuais planos de tratamento decorrentes das consultas".
Ainda no registo de menores idas ao médico, conclui o estudo da ERS que os utentes preferem as consultas não presenciais nos centros de saúde. É a diferença entre ir ao consultório e pagar cinco euros e de ficar em casa e pagar três euros.

Além disso, a ERS encontrou erros na aplicação das novas regras de isenção por parte dos hospitais e centros de saúde e às vezes devido à falta de informação dos próprios utentes que fizeram com que doentes isentos tivessem pago pelo acesso a cuidados de saúde no ano passado.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) cobrou, em 2012, 171,4 milhões de euros em taxas, um valor que ficou aquém das metas previstas no memorando da troika, que estabelecia um objetivo de 231,5 milhões de euros.

* Portugueses na miséria...

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