19/07/2013

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HOJE NO
"A BOLA"

Vítor Pereira revela que classificações não foram feitas pelo Conselho de Arbitragem

Depois de tanta polémica, de tanta crítica, de tanta acusação sobre a Secção de Classificações do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), surpresa das surpresas, na primeira sessão do curso de árbitros que decorre na Covilhã, Vítor Pereira veio a terreiro dizer aos árbitros que, afinal, não foi a Comissão de Classificações quem promoveu as classificações dos árbitros.
Era a última coisa que os árbitros esperavam ouvir. Se não foi a Comissão de Classificações a classificar, quem ocupou o papel dela? Pergunta natural dos presentes. A resposta veio de quem antes deixara os árbitros sem fala, Vítor Pereira, e terá tido a confirmação de Luís Guilherme, vogal do CA presente na sala. Quem classificou os árbitros foi alguém institucionalmente acima do Conselho de Arbitragem e da sua Comissão de Classificações.

Ao que apurámos os árbitros entenderam o que tinham acabado de ouvir como uma revelação de extrema gravidade para o setor da arbitragem. E a plateia reagiu. Como era possível, conforme tinham acabado de ouvir de viva voz, que a Secção de Classificações do CA apenas tenha tido acesso à tabela de classificações na manhã de 31 de maio último e estas terem saído na tarde do mesmo dia?

Foi então que, podemos afirmá-lo, um dos mais cotados árbitros portugueses a nível nacional e mundial, não esteve com meias medidas e questionou Vítor Pereira, perguntando-lhe porque não se demitira de imediato. E disse mais esse árbitro, disse que se fosse ele o presidente do CA, no mínimo, nesse mesmo dia teria ido embora.

Bem, agora percebe-se mais e melhor o véu que tem revestido as classificações dos árbitros. Estranho que o CA - e em particular a sua Secção de Classificações...- tenha sido desvalorizado de forma tão clara? Estranhíssimo, atrevemo-nos a dizer. Estranho que Vítor Pereira, que agora denuncia essa anómala conduta federativa, não tenha batido de imediato com a porta e denunciado tão bizarro processo? Estranhíssimo, com certeza. Mas fica o fundo da questão: o que terá levado elementos da FPF a ultrapassar o CA sem mais esta ou aquela? 

Mais grave, ao que ficou a saber-se na reunião da Covilhã no dia de ontem, o do início atribulado do curso de árbitros de futebol, é que a Secção Profissional do CA da FPF nomeava os árbitros, a Secção de Classificações dava o grau de dificuldade de cada jogo e tudo acabava aí, o CA e as suas secções nada mais tinham a ver com todo o processo. Estranho, caricato, imprevisto, tanto adjetivo que pode aplicar-se perante cenário tão imprevisível!

O clima entre os árbitros que estão no curso da Covilhã é excelente, o mesmo não se pode dizer do clima entre árbitros e os elementos do CA presentes. Vítor Pereira está acompanhado de Luís Guilherme, Domingos Gomes, Lucílio Baptista, Carlos Manuel Carvalho e não só, mas o líder do Conselho de Arbitragem parece continuar fragilizado e, com os factos agora revelados, mais terá cavado a distância entre si e a classe que representa. 

Ou seja, Vítor Pereira terá de fazer-se valer de todos os seus conhecimentos para voltar a liderar com firmeza. Para tal, a ele e aos dirigentes da FPF, particularmente ao seu presidente Fernando Gomes e ao secretário-geral Tiago Craveiro, o que se espera é que de uma vez por todas digam a verdade sobre a classificação dos árbitros. Custe ela a quem custar. Agora não é o CA que está em causa, é a própria FPF. 

* Dá para entender este imbróglio.

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