18/06/2013

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HOJE NO
" CORREIO DA MANHÃ"

Diretores querem anular prova

Em causa estão desigualdades entre alunos dos ensinos público e privado no acesso ao Ensino Superior. 52 mil fizeram exame

O exame nacional de Português do Ensino Secundário, ontem realizado em dia de greve de professores, deve ser anulado de forma a permitir que todos os alunos possam fazer a prova em igualdade de circunstâncias. Em causa está, defende Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, a vantagem dos alunos do ensino privado sobre os do público, as desigualdades entre os cerca de 52 mil alunos que fizeram a prova e a tranquilidade dos 22 500 estudantes que a vão fazer no dia 2 de julho. O Ministério da Educação não comenta.

"Se o Ministério não anular este exame de Português, deveria permitir que todos fizessem a prova no dia 2", afirmou Manuel Pereira ao CM, explicando: "Alunos do privado e do público concorrem pelas mesmas vagas no Ensino Superior. Os do público viveram dias de incerteza, enquanto os do privado souberam sempre que o exame ia ser realizado. Dentro dos alunos do público, uns fizeram o exame com normalidade, outros com barulho e com invasões de sala. Já para não falar nos que não fizeram a prova por falta de professores. Não há igualdade."
Adalmiro Fonseca, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, reconhece a existência de desigualdades, mas considera injusta a solução: "Seria criar uma injustiça para resolver uma injustiça."
Já a Confederação Nacional das Associações de Pais refere que "faz sentido dar oportunidade aos alunos onde existiram perturbações". "Desde o início que há uma desigualdade entre alunos do ensino público e privado", acrescentou.
Com a adesão à greve a rondar os 93%, segundo dados dos sindicatos dos professores Fenprof e FNE, muitas foram as escolas onde não foi possível realizar o exame ou onde existiram protestos. Em Lousada, tal como em Braga, alunos invadiram salas de aula por não poderem fazer o exame.
Os sindicatos também denunciaram ilegalidades, como a substituição de professores por cozinheiros ou técnicos da fala na vigilância da prova ou a realização de exames em cantinas e ginásios. O ministro da Educação garantiu que as perturbações serão analisadas caso a caso. 

* Era impensável haver no governo alguém que tivesse esta linha de pensamento.

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