HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Reaproveitamento de dispositivos
de uso único louvado
Médicos e administradores hospitalares saúdam o reaproveitamento de
dispositivos cirúrgicos de uso único, que dizem ter elevada segurança
para doentes e profissionais de saúde e classificam como uma prática
corrente em países desenvolvidos.
António
Ferreira, administrador do Hospital de São João, no Porto, considera
que o reprocessamento destes dispositivos garante até "menos acidentes e
mais segurança" do que os próprios dispositivos originais.
"Só
por ignorância ou má-fé se pode contestar este processo", afirmou
António Ferreira à agência Lusa, num comentário à posição da Associação
dos Enfermeiros de Sala de Operações em Portugal, que contestou este
reaproveitamento dos dispositivos, considerando-o um "atentado à saúde
pública".
Também Vítor Herdeiro, presidente da Unidade de Saúde
Local de Matosinhos, disse à Lusa que o reprocessamento dos dispositivos
médicos cirúrgicos é "altamente seguro" e "equivalente a usar um
dispositivo novo".
Segundo os dois responsáveis, depois de uma
utilização, estes dispositivos são enviados para reprocessamento numa
fábrica, que tem de estar certificada.
O método usado garante que
são retirados todos os contaminantes dos dispositivos (como máquinas de
sutura ou tesouras de corte), que são totalmente limpos, esterilizados,
selados e passíveis de rastreabilidade.
De acordo com António
Ferreira, esta prática é já seguida no Hospital de São João, que envia
os dispositivos para reprocessamento para uma fábrica alemã, tendo o
acordo e apoio de médicos e enfermeiros.
A 30 de maio, o
Ministério da Saúde publicou em Diário da República um despacho sobre os
dispositivos médicos de uso único reprocessados, com o objetivo de
"estabelecer as condições de adequada segurança que permitam alcançar
poupanças indispensáveis para continuar a disponibilizar terapias e
tecnologias inovadoras".
"Não posso saudar mais este despacho, que
enquadra uma atividade própria de um país industrializado e
desenvolvido e impede esterilizações feitas em vãos de escada", afirmou o
administrador do São João, aludindo ainda às poupanças que este
mecanismo permite ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Também Vítor
Herdeiro, da Unidade de Saúde de Matosinhos, lembrou que o
reprocessamento permite ao SNS poupar 50% em cada reutilização.
Para
o cardiologista João Queirós e Mello, o reprocessamento dos
dispositivos é um "processo sólido, sério e muito testado no mundo,
sendo praticado há cerca de 30 anos nos Estados Unidos e há 16 no Norte e
Centro da Europa.
"Saúdo que no meu país seja possível
reprocessar os dispositivos médicos que o possam ser. É o estado da arte
de um país desenvolvido e rico", comentou à Lusa o presidente do
conselho consultivo do Centro Hospitalar do Médio Tejo.
O médico
explicou que, atualmente, o reprocessamento pode ser feito em cerca de
um terço dos dispositivos médicos existentes e que, nos Estados Unidos,
60% dos seus cinco mil hospitais já recorrem a este método.
O
reprocessamento dos dispositivos surgiu no mundo quando a comunidade
hospitalar começou a considerar abusivo que fosse a indústria fabricante
a única a poder definir quais os dispositivos que seriam de uso único,
considerando que essa classificação se tornou abusiva.
* Será que os profissionais da Associação
dos Enfermeiros de Sala de Operações em Portugal são todos burros ou há interesses ocultos, expliquem-nos???
.
Para quem quiser estar mais informado consulte o seguinte documento da Comissão Europeia - www.europarl.europa.eu/registre/docs_autres_institutions/commission_europeenne/com/ 2012/0542/COM_COM(2012)0542_EN.pdf (quem não o quiser ler todo, verifiquem o último parágrafo da pagina 6 e o primeiro da página 7).
ResponderEliminarEstamos a misturar no mesmo "saco" DM totalmente diferentes, afirmando-se coisas que parecem iguais, mas são como a águe o vinho.