18/05/2013

TIAGO MOTA SARAIVA

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Para que serve 
um embaixador?

Nos últimos quinze anos tenho tido algumas experiências com embaixadas de Portugal, seja como emigrante ou empresário, mas aquele que identifico como o momento áureo da minha relação com o embaixadorismo-luso é a manhã em que, a quatro meses de umas eleições e encontrando-me a viver fora do país, um funcionário da embaixada local me convenceu que a única hipótese para exercer o meu direito de voto seria regressando ao país.

Contudo, ainda que tenha uma experiência pejada de insucessos, percebo a sua importância administrativa ainda que, felizmente, dela nunca tenha dependido. Quanto ao interesse nacional de continuarmos a manter as práticas dos actuais embaixadores já tenho mais dúvidas. A recente aventura académica do cidadão José Sócrates são mais um exemplo interessante. O embaixador Seixas da Costa, em notícias vindas a público não se inibiu de declarar que havia intercedido para que a candidatura do ex-primeiro ministro, depois de recusada, fosse aceite numa reputada instituição universitária francesa. Ora o que é curioso é que o representante dos interesses nacionais em França não se apercebe que, ainda que segundo o próprio se tenha circunscrito a facilitar contactos entre o cidadão e a instituição, a sua acção fere o direito constitucional de igualdade (não será de crer que estes bons serviços sejam prestados a todos os candidatos nacionais recusados por instituições francesas) sem que daí advenha nada de relevante para o interesse nacional.

Quem tem a oportunidade de conhecer a inteligente diplomacia económica e cultural que países como a França desenvolvem, por exemplo em Portugal, centrados na figura do embaixador e dinâmicos adidos culturais, a maioria do embaixadorismo-luso que conheço faz jus ao qualificativo mais simpático ouvido nos meandros da emigração que o classifica como “malta do croquete”.

IN "i"
18/05/13

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1 comentário:

  1. O jornal que dirige publicou, na sua edição de 18 de maio, um comentário assinado por Tiago Mota Saraiva, com o título "Para que serve um embaixador?"
    Não me pronuncio sobre a opinião do cronista relativamente ao serviço diplomático português. Cada um pensa sobre isso o que quer. O que nem por um segundo admito são escadalosas inexatidões, neste caso colocando-me a dizer precisamente o contrário daquilo que eu disse.
    O texto afirma: "O embaixador Seixas da Costa, em notícias vindas a público, não se inibiu de declarar que havia intercedido para que a candidatura do ex-primeiro ministro, depois de recusada, fosse aceite numa reputada instituição universitária francesa".
    Onde é que o cronista foi descortinar essa minha "declaração"? Pelo contrário, perante o surgimento dessa atoarda, que atentava contra uma dignidade profissional que não admito que possa ser posta em causa, rejeitei em absoluto tal imputação, desafiando os autores do insulto a provarem o que diziam. O que, claro, nunca veio a acontecer. Agora, já só me faltava ver essa veemente denúncia transformada numa minha "declaração" !

    Francisco Seixas da Costa
    Embaixador

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