31/05/2013

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 HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"

Siza Vieira: 
"A solução mais lógica seria demolir" 
o Pavilhão de Portugal 

"A solução mais lógica, depois de tantos anos passados, é demoli-lo". Ao telefone com o Negócios, Álvaro Siza Vieira antecipa um futuro sombrio para o Pavilhão de Portugal, que projectou antes da Expo 98.
Uma coisa é certa: não faz sentido deixá-lo como está, vazio e praticamente abandonado. A utilização actual do pavilhão, residual e esporádica, "aumenta ainda mais a degradação".

Quando questionado sobre a seriedade da ideia de mandar abaixo o edifício, o arquitecto reforça a intenção. "Em vez de se deixar o tempo demoli-lo, ao menos devia tomar-se a iniciativa para demolir e poupar trabalho ao tempo". Diz não estar triste com o estado a que chegou o Pavilhão de Portugal. Diz que muitos dos seus edifícios já estão em ruínas. "Talvez seja culpa minha".

A obra de Lisboa, celebrada pela pala suspensa sobre uma praça, foi pensada sem um destino exacto. Tanto poderia albergar um conjunto de escritórios como um museu.

Após a exposição universal, foram elaborados dois projectos, um para instalações do Governo (que não agradava ao arquitecto e que ficou para trás), outro para um centro cultural. Projectos existiram, concretização não. Também se falou na possibilidade de Joe Berardo lá colocar a sua colecção mas, segundo Siza Vieira, o governo de então considerou que, por ser um edifício de interesse público, não deveria ter essa utilização. "Agora é um bem público, embora com muito pouco público".


* O pavilhão de Portugal situado no que resta da Expo 98, é um dos maiores e claros exemplos da exiguidade de inteligência que polui o cérebro dos nossos governantes. Siza Vieira é um ícone da arquitectura mundial e tem a coragem, é um homem sério, de sugerir a demolição do edifício.
Antes transformá-lo num lupanar de luxo do que destruí-lo, o sr. arquitecto que perdoe esta vilanagem!

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