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Investimento na Educação abaixo
de 4% do PIB coloca Portugal ao
nível da Indonésia
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) disse hoje no
parlamento que reduzir o investimento público na Educação abaixo de 4%
do Produto Interno Bruto (PIB), “é colocar Portugal ao nível da
Indonésia”.
Ana Maria Bettencourt esteve hoje na Comissão de Educação, Ciência e
Cultura da Assembleia da República, acompanhada de outros conselheiros
do órgão a que preside, para apresentar aos deputados as conclusões do
relatório “Estado da Educação 2012 – Autonomia e Descentralização”,
divulgado na passada semana.
Sublinhando perante os deputados que as contas relativas ao
investimento na Educação são difíceis de fazer, porque à redução
percentual em relação ao PIB é preciso também ter em conta a diminuição
que o PIB tem sofrido nos últimos anos, Ana Maria Bettencourt defendeu
que “este é o momento de olharmos para o futuro das crianças e defender
aquilo que já ganhámos”.
À saída da sua audição pela comissão parlamentar, que aconteceu um
dia antes da reunião Conselho de Ministros na qual devem ser discutidas
as medidas que estão a ser negociadas de com a troika para compensar as
que foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional, a presidente do CNE
disse acreditar que “as pessoas percebem que o futuro passa pela
educação”, e frisou que “estamos a comprometer o futuro se baixarmos
muito o investimento”.
“Tendo em conta os resultados e o caminho muito bom que temos vindo a
fazer penso que se quisermos estar ao nível dos países europeus tem que
haver alguma estabilidade ao nível do investimento”, declarou a
presidente do CNE.
Para Ana Maria Bettencourt há “dois extremos” intocáveis na
manutenção do investimento: a escolaridade obrigatória e os apoios para
reduzir repetências e abandono escolar, e o desenvolvimento da educação
de adultos, sendo que este último ponto está a ser acompanhado pelo CNE,
que deverá emitir em breve uma recomendação sobre o assunto.
Ainda sobre financiamento, a presidente do CNE defendeu perante os
deputados que “há limites para a dimensão das turmas”, até porque há
constatações de que há turmas de tal forma grandes que não cabem nas
salas de aula, e, continuou, ainda que perceba que a crise obriga a
racionalizações, Ana Maria Bettencourt realçou que “há coisas que é
preciso ver”.
A responsável defendeu ainda que o momento de crise deve ser
encarado como uma oportunidade, sobretudo no que diz respeito à
qualificação dos adultos, afirmando-se preocupada com o facto de haver
muitos adultos jovens com níveis de escolarização muito baixa.
“Hoje há tendência para se achar que, como há mais desemprego,
então, não vale a pena estudar. É preciso convencer as pessoas de que
mais qualificações é mais emprego, os estudos apontam para aí. Valia a
pena apostar nas pessoas que estão em casa, desempregadas”, disse.
* De "cratinice" em "cratinice" até à iliteracia.
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