18/04/2013

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HOJE NO
"A BOLA"
 
«Incumprimento envergonha o País», acusa Joaquim Evangelista

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, confirmou esta quinta-feira, em Lisboa, por ocasião do Congresso da FIFPro, vários casos de incumprimento salarial e ordenados em atraso que, acusou, «envergonham não só o futebol mas o País».
À margem do evento que, até à manhã de sexta-feira, reúne num hotel da capital 60 organizações de classe dos jogadores de outros tantos países - além da FIFA, UEFA, Associação Europeia de Clubes (ECA), Associação das Ligas Europeias (EPFL) e Federação Portuguesa de Futebol (FF) -, Joaquim Evangelista foi direto no discurso endereçado a incumpridores sistemáticos e que «colocam em posições de fragilidade extrema e com problemas pessoais dramáticos».

«Cada vez há mais casos de incumprimento? Infelizmente, não é só em Portugal, nem é dos piores países. Acontece em Inglaterra, e em Espanha, com a ‘lei concursal’. Nos países de Leste, o o problema é recorrente. É uma situação que põe em causa o negócio do futebol, a integridade da competição e coloca numa posição de fragilidade a grande vítima no meio de tudo isto, o jogador», afirmou o responsável máximo do Sindicato dos Jogadores.

Alterar licenciamento dos clubes já para a próxima época

O dirigente admitiu que os jogadores, muitas vezes, assinam comprovativos da liquidação dos seus honorários quando, na realidade, tal não aconteceu, a pedido dos responsáveis dos clubes, para estes últimos poderem integrar as provas. Mas recusou que a responsabilidade por, mesmo com a Liga a exigir esses comprovativos documentais, o flagelo dos salários em atraso alastrar, caiba unicamente à classe que defende e de cujos problemas tem sido o maior porta-voz.

«Há a tendência recorrente para colocar o ónus do lado do jogador. Assinou, se não assinasse não estariam os documentos dos clubes em ordem. Mas sejam honestos, intelectualmente! Como, nalguns casos, com quatro meses de salários em atraso, sem terem para onde ir, com obrigações para cumprir e sem ter como, isso coloca-os numa situação de ansiedade e vulnerabilidade», afirmou o responsável.

Joaquim Evangelista quer, antes, que todo o mecanismo de licenciamento e verificação da permanência dos clubes num quadro de legalidade e cumprimento das obrigações seja revisto já para 2013/14, sem depender de folhas assinadas por atletas pressionados pela urgência de dinheiro.
«Não é sério nem aceitável pedir ao jogador que seja o garante do licenciamento. É todo o mecanismo, e deve ser a Liga a rever este processo. Não devemos culpar o jogador por assinar um documento quando não o deveria fazer, devemos é atuar e mudar o mecanismo de licenciamento. Era desejável trabalhar para alterar o mecanismo para a próxima época, porque este fenómeno já envergonha o País, não é só o futebol ou o desporto, não é aceitável», afirmou na ocasião. 

* No futebol, em todo o mundo, vive-se em regime feudal e Blater é o suserano.

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