HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Condenações duplicam em 10 anos
O processo Casa Pia teve o condão de acordar a sociedade portuguesa para
o problema dos abusos sexuais de menores. Denúncias e condenações
dispararam e instituições tiveram de se preparar para a nova realidade.
Os números são expressivos: as
condenações por abuso sexual de crianças aumentaram mais de 90% na
última década em Portugal, uma situação que reflete a evolução social e
institucional na nossa sociedade. A crise e a crescente utilização da
Internet são fatores de risco que podem provocar o crescimento deste
fenómeno nos próximos anos.
Em 2002, ano em que rebentou o
escândalo Casa Pia, foram condenadas 116 pessoas por abuso sexual de
menores. Dez anos depois, os dados do Ministério da Justiça denunciam
uma subida de 93%, chegando-se aos 224 condenados. "Os números espelham
todas as mudanças que houve na última década do ponto de vista social e
institucional", defende Cristina Soeiro, psicóloga da Polícia Judiciária
(PJ), uma tendência em linha com a forma como também se passou a ver a
violência na família. "Deixámos de ver as mulheres e as crianças como
propriedade dos próprios companheiros e maridos e passámos a ver esta
realidade como situações erradas que põem em causa o direito da pessoa,
da criança."
A psicóloga, uma das primeiras a entrar na PJ no início da
década de 90, aponta como um dos aspetos positivos do processo Casa Pia
"o facto de se debater muito este tipo de problema e de uma forma muito
mais aberta na nossa sociedade". Frederico Moyano Marques, da Associação
Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), também reconhece que o processo
"trouxe para as luzes da ribalta este problema, que era muito escondido
na nossa sociedade".
O BEM DOS MIÚDOS |
Ao aumento de condenações corresponde uma
subida de quase 60% dos crimes registados pelas autoridades policiais,
uma situação que a Judiciária acompanha de perto, dando especial atenção
à formação dos inspetores que trabalham nos crimes sexuais.
* Só que no processo Casa Pia há pedófilos que escaparam à justiça.
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