3.DEFENDENDO
OS OCEANOS
27/08/12
Um
grupo de ativistas do Greenpeace se acorrentou nesta segunda-feira (27) à
âncora de um navio que transporta os trabalhadores para a plataforma flutuante
de petróleo Prirazlômnaia, da Gazprom, para protestar contra os planos da
gigante de energia russa de explorar a plataforma continental ártica.
“Esse
protesto pacífico visa evitar um eventual desastre que pode acontecer se a plataforma
entrar em ação”, disse o diretor-executivo do Greenpeace, Kumi Naidoo. “Nossas
ações estão voltadas contra os planos perigosos de iniciar os trabalhos de
perfuração no Ártico, e não contra os trabalhadores que, como todos nós, são
reféns da indústria do petróleo”, completou.
O
Greenpeace organiza ações no mundo inteiro para proteger o Ártico de todas as
empresas que se aproveitam das consequências da crise climática e colocam o planeta
em risco em prol de seus lucros.
De
acordo com o coordenador do projeto Ártico do Greenpeace Rússia, Evguêni
Beliakov, a Gazprom não pretende abdicar de seus planos de extrair petróleo na
plataforma continental deste oceano, que é uma das regiões mais frágeis do
planeta.
Por
isso, os ativistas estão exigindo que a empresa russa reveja seus planos antes
que o processo de extração tenha início e o mar de Barents se transforme em uma
zona de desastre ecológico.
“A cada ano, até 500 mil toneladas de produtos
petrolíferos são despejados no Oceano Ártico por causa de vazamentos”, justifica
Beliakov.
A
assessoria de imprensa do Greenpeace Rússia declarou que a empresa Gazprom não se
manifestou em nenhum momento durante a ação nem nos dias posteriores.
Consequências desastrosas
O
corpo executivo da empresa planejava começar os trabalhos de perfuração na
metade deste ano, dando início à produção comercial do petróleo já no início de
2013. Se o projeto tiver êxito, a Gazprom será a primeira empresa a extrair
petróleo na plataforma continental ártica.
De
acordo com os especialistas do Greenpeace e do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em
inglês) na Rússia, as condições
climáticas da região ártica não permitirão à empresa operadora remediar
rapidamente as consequências do derramamento de óleo em caso de acidente.
Em
julho deste ano, o Greenpeace lançou uma ação sob o slogan “Vamos defender o Ártico”
com o objetivo de criar uma reserva global em torno do Polo Norte e proibir a
extração de petróleo, pesca e guerras na região.
A
ação foi apoiada pelos povos indígenas do Norte que assinaram, na semana
passada, uma petição contra a produção de petróleo em seus territórios
históricos.
Em
caso de acidente no Ártico, cerca de 10 mil toneladas de petróleo
poderão ser
derramadas no mar, calculam especialistas. A situação é ainda mais
grave, visto que os serviços de emergência mais próximos capazes de
limpar o óleo
derramado se encontram em Murmansk, a quase mil quilômetros de distância
da jazida explorada.
“A
ação de protesto do Greenpeace não prejudica a imagem da Gazprom e de outras
empresas envolvidas na região, mas deve chamar a atenção do governo”, afirma o analista
do fundo de investimento Capital, Vitáli Kriúkov.
A
iniciativa serve de alerta para as autoridades sobre os
projetos no Ártico, com a intenção de aumentar as exigências para as
plataformas flutuantes de perfuração. “Mas acho pouco provável que o governo mande encerrar
esse projeto”, acrescenta Kriúkov.
IN "GAZETA RUSSA"
28/08/12
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