26/03/2013


HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Previsões do BdP estão de acordo 
com o esperado pelo Governo e pela 'troika' 
PIB vai contrair 2,3 por cento 

O Banco de Portugal reviu em baixa as projeções para o desempenho da economia este ano, esperando agora uma recessão de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), em linha com o esperado pelo Governo e ‘troika’. 
CONTRACÇÃO DO PIB

De acordo com as novas projeções incluídas no Boletim Económico da Primavera hoje divulgado, a instituição liderada por Carlos Costa volta a agravar sua expectativa para o desempenho do PIB este ano, mas desta vez alinha a sua projeção com a recentemente feita pelo Governo e pela ‘troika’ no âmbito da sétima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira. 

No último boletim, divulgado a 15 de janeiro, o banco central já havia revisto a sua expectativa para a evolução da economia este ano, passando de uma recessão esperada na ordem dos -1,6% para os -1,9%, revendo agora para uma quebra esperada de -2,3%. Para esta projeção mais negativa contribuem expectativas mais desfavoráveis que as divulgadas em janeiro quanto ao consumo privado, que deve cair mais 0,2 pontos percentuais, e ao investimento, que deve descer mais 1,4 pontos percentuais. A procura interna deve sofrer assim uma queda de -4,2%, mais 0,2 pontos percentuais que o esperado na anterior projeção. A instituição explica que na base da contração mais grave que a esperada estará esta “forte queda da procura interna, num contexto de redução das perspetivas de rendimento permanente”. 

 Para o próximo ano, o Banco de Portugal espera um regresso ao crescimento na ordem dos 1,1%, mais fraco que o esperado no anterior boletim (1,3% do PIB), mas num cenário em que são usadas as regras do Eurosistema para as projeções, ou seja, apenas as medidas já implementadas ou com elevado grau de detalhe. O Governo e a ‘troika’ (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) esperam que a economia cresça apenas 0,6% no próximo ano. 

DESEMPREGO CONTINUA A AUMENTAR 
O Banco de Portugal espera que a economia portuguesa destrua mais 3,3% dos empregos durante este ano até conseguir atingir uma “relativa estabilidade” em 2014. No Boletim Económico da Primavera divulgado, a instituição diz que esta continuação da destruição de emprego a um elevado ritmo deverá acontecer após uma queda de 4,2% do emprego verificada durante o ano passado, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística. 

A destruição de emprego este ano estende-se aos setores privado e público, segundo a instituição, “em linha com a evolução esperada para a atividade económica e as hipóteses relativas às variáveis de finanças públicas”. No próximo ano, o Banco de Portugal antecipa “uma recuperação gradual do emprego no setor privado” e ainda “uma queda menos expressiva no setor público”, partindo do pressuposto assumido nas projeções económicas da instituição que a economia volta a crescer em 2014. A instituição liderada por Carlos Costa não divulga projeções para a taxa de desemprego. 

 Na apresentação dos resultados da sétima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira, no dia 15 de março, o ministro das Finanças apresentou o novo quadro macroeconómico que incluí projeções revistas bem mais negativas para a taxa de desemprego. O Governo espera agora que a taxa de desemprego atinja este ano os 18,2% ao invés dos 16,4% anteriormente previstos, e que chegue aos 18,5% no próximo ano, contra o 15,9% anteriormente previstos, em taxas médias anuais. Vítor Gaspar disse ainda que espera o desemprego em termos trimestrais venha a subir até quase 19% na parte final deste ano.

* Este é o futuro que o governo nos oferece acrescido de mentiras, o índice de desemprego já é superior a 21% mas os "inginheros" financeiros fazem as contas de outra maneira.

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