16/03/2013

ANA RITA GUERRA

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Twitter, Rock e Texas 

Em 2007, uma start-up praticamente desconhecida pagou onze mil dólares para pôr uma imagem do seu serviço em todos os ecrãs dos corredores no South by Southwest, em Austin. O seu lançamento oficial acontecera nove meses antes, em 2006, mas foi neste magnético evento no Texas que o sucesso começou a acontecer. Essa start-up chamava-se Twitter. 

Na edição deste ano do SXSW, evento anual que mistura música, filmes e tecnologia, há coisas muito interessantes, mas nenhuma start-up com o calibre do Twitter. Ou do Foursquare, empresa que foi mesmo lançada durante o evento, em 2009, e conseguiu a primeira ronda de financiamento seis meses depois. A rede social da comida, Foodspotting, também teve o seu início no evento: chegou à final do SXSW Accelerator em 2010, dias depois de ter lançado a sua aplicação para iPhone. 

Nem todas as edições do SXSW Interactive (a parte do evento onde são apresentadas novas tecnologias) produzem grandes hits. Diz quem está em Austin que as start-ups mais interessantes são a Speakerfy, uma plataforma social para ouvir música usando múltipos aparelhos; a Hyperactivate, que cria promoções inteligentes e sociais para as marcas; e a LeadRocket, uma ferramenta social para vendedores.
Entre os gadgets, os ténis falantes da Google (sim, pode usar-se o termos ténis para designar sapatos de desporto) foram dos que atraíram maior atenção, embora a marca tenha dito que não pretende vendê-los comercialmente.

Mas entre tudo o que aconteceu nos últimos dias no Texas, uma conversa pareceu-me particularmente interessante. Jared Leto, actor e vocalista da banda Thirty Seconds to Mars, mas também um empreendedor – criou uma agência de marketing de guerrilha, The Hive, uma empresa de bilhetes com experiências para concertos, Adventures in Wonderland, e uma plataforma de transmissão de eventos ao vivo pela internet, VyRT. 

Leto, de 41 anos, falou especificamente de como usar o Twitter para promover uma marca, uma banda, um serviço. E, segundo ele, uma das coisas que é necessário fazer no Twitter é prestar atenção. “Muitas pessoas esquecem-se de ouvir." Ou seja, pensam que é uma plataforma onde podem expor-se e não precisam de comunicar a sério. 

"É bom que os artistas tenham a capacidade de lidarem directamente com as suas audiências. Penso que o poder mudou de mãos, para a audiência", referiu o empreendedor. E, se a audiência achar que o que está à sua frente é único e criativo, então estará disposta a pagar por isso. 

É essa a experiência que Leto tem com as empresas que montou, associadas ao consumo da sua música. Se as pessoas não compram CD, é possível vender-lhes bilhetes para concerto que custam 250 euros. Se as pessoas pirateiam o MTV Unplugged da banda, é possível vender-lhes bilhetes para concertos em directo no VyRT. A experiência, em directo, é a única coisa que nenhuma tecnologia torrent consegue piratear.  

IN "DINHEIRO VIVO"
12/03/13

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