18/02/2013

FERNANDA MESTRINHO

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Bola de cristal

Não é preciso. Bastava um lápis e uma folha A4 para perceber que as contas nunca bateriam certas. Mas vão melhorar, diz Passos Coelho exibindo uma folha exel em branco.
Só com a bola de cristal se podia imaginar a renúncia do Papa. Elogios pelo sacrifício com que o anterior morreu em directo, ovações pela reforma de Bento XVI. Só que antes de sair o Papa mandou uma lambadona ao Estado e instituição do Vaticano. Foi ele, não fui eu. E deve saber bem porque o disse.
E por acerto de contas, também tenho visto personagens públicas que ousaram tentar trucidar-me profissionalmente e hoje limpam o pó do banco dos réus. Como não dou a outra face, sorrio. Deliciada.
No Partido Socialista foi apenas um jogo de xadrez. Uma luta por lugares, agora que se aproximam eleições. Os Reis apenas mediram forças. Alguns peões vão recordando que Guterres e Sampaio se entenderam. Um foi primeiro-ministro e outro Presidente da República. Volto a pôr na frente a bola de cristal. E vi…
O país vai afundando, as cadeiras são mais importantes. Pelo lado do PSD, Durão Barroso não desdenharia ser Presidente mesmo com o país de “tanga”, a menos que outro lugar internacional esteja no horizonte. Não percebe que os portugueses ainda não esqueceram e também não gostam de dar a outra face.
Mas aqui ainda a procissão vai no adro. Marcelo Rebelo de Sousa continua a observar o jogo, sabendo que o eleitorado gosta dele mas o PSD não.
Com o povo numa pobreza inimaginável, parti a bola de cristal. Não vislumbrei coisas boas.


Jornalista/advogada

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16/02/13

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