19/02/2013

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Miguel Sousa Tavares provoca Ulrich 

Comentador político discutiu hoje o futuro do jornalismo e desafiou jornais a saírem do online.

O comentador político Miguel Sousa Tavares assumiu hoje que ainda pertence ao "grupo de dinossauros que vive de jornais, respira jornais, come jornais. Só não durmo enrolado em jornais... deixo isso para o Dr. Ulrich", disse, arrancando uma gargalhada à plateia da conferência "Como vai ser o jornalismo nos próximos 20 anos", no âmbito dos 20 anos da TVI.
COM A MÃE AO FUNDO

Sousa Tavares considerou, no seu discurso, que os jornais deveriam sair do online, uma proposta ousada num momento em que muitos meios admitem que o novo modelo de negócio dos media está na Internet.

"A Internet produz uma informação basista. Chegámos ao ponto em que a notícia é o que a 'net' diz. Os jornalistas foram atrás do amadorismo das notícias. O jornal Público é um exemplo disso, um mau exemplo: foi atrás de todas as modas e todos os modismos, convencidos que eram modernos e está velho como nunca esteve", atacou.

"Nunca percebi a vantagem de estar no online. Os jornais deviam sair do online. Não percebo porque os jornalistas vivem de cú sentado nas redacções, pendurados na Internet. Deviam apostar em menos e melhor jornalistas.Devia haver a coragem de apostar sempre e só na qualidade mesmo que trabalhemos para uma minoria. Sem jornalismo de referência, não haverá democracia de referência", considerou.

Para o jornalista, um dos primeiros males do sector está relacionado com "a queda brutal do mercado publicitário que por si só é a maior bomba atómica". Para Miguel Sousa Tavares, a "ameaça existe e é potenciada pelas centrais de compras de publicidade e pelas agências de comunicação".

"Não voltaremos a ver jornais com tiragens extraordinárias, nem televisões generalistas com as audiências que já tiveram. Eu acho que podemos sobreviver. Não sei é bem como. Mas sei como nao sobreviveremos de certeza: tentando jogar contra este inimigo cibernáutico usando as suas armas. Não sobreviveremos se abandonarmos a informação de referência, que pode ser de elite, mas vai fazer falta", disse.

O jornalista que esteve 10 anos na TVI criticou algumas escolhas da estação de Queluz, considerando que "não ganhamos nada em abrir um telejornal com o pontapé do Marco [referindo-se ao episódio de 2000, quando o participante de um reality show agrediu outro e as imagens abriram o noticiário]. Não podemos trocar o interesse público pelo interesse do público. Para fazer um jornalismo instantâneo, de pudim, há quem faça melhor do que nós".

* Como sempre, forte e cruel!

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