12/01/2013

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Fábrica autorizada pelo tribunal 
a armazenar ácido 

Uma fábrica de Braga foi notificada pela CCDRN para se "desfazer" de 30 mil litros de ácido pirolenhoso, por alegadamente ser perigoso, mas o tribunal absolveu a empresa, concluindo que o produto até é bom para a agricultura.

Em causa a Fábrica de Carvões Vid'Alegre, que, segundo o seu advogado, Neco da Mota, até já conta com um incentivo de 8.800 euros do IAPMEI para um processo de certificação que lhe possibilitará começar a comercializar o ácido pirolenhoso.
Um produto que a fábrica obtém "a custo zero", já que resulta do aproveitamento do gás resultante da produção de carvão, que dessa forma fica retido, em vez de ser enviado para a atmosfera.
"É um produto tão perigoso, tão perigoso, que é usado na agricultura, nomeadamente na produção de alface, sendo aplicado não na raiz mas diretamente na folha", ironizou Neco da Mota.
Disse que o ácido pirolenhoso tem uma capacidade aceleradora do desenvolvimento de certas plantas, apontando o caso da alface, cuja produção aumenta entre 30 a 35% com a utilização daquele produto.
Acrescentou que o ácido pirolenhoso pode ser utilizado igualmente na indústria alimentar, nomeadamente na "cura" de presuntos e chouriços.
Segundo garantiu, se a fábrica tivesse sido obrigada a desfazer-se dos 30 mil litros teria um prejuízo "nunca inferior" a 80 mil euros.
"O que é verdadeiramente inaceitável é que se mande destruir um produto sem mais, sem análises laboratoriais, sem tentar perceber do que se trata", criticou.
Uma ação de fiscalização àquela fábrica efetuada em outubro de 2010 pelo Núcleo de Proteção do Ambiente de Braga da GNR detetou a existência naquela unidade de 28 bidões de mil litros cada, cheios com ácido pirolenhoso.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) aplicou-lhe uma admoestação, que Neco da Mota prefere classificar como uma "censura solene", mas com a pena acessória de encaminhar o produto para uma empresa devidamente certificada, para destruição, por alegados perigos para a saúde e para o ambiente.
A empresa recorreu para o Tribunal de Braga, que acabou por a absolver, tendo em conta o testemunho, classificado como "crucial", de Joana Carvalho, coordenadora do Departamento de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico do Centro de Valorização de Resíduos da Universidade do Minho.
Joana Carvalho garantiu que não há nocividade para a saúde humana e para o meio ambiente e reforçou que aquele ácido é utilizado em países como Brasil, Austrália e o Japão, nomeadamente na agricultura.

* Haja uma entidade acreditada que esclareça este imbróglio apesar de a justiça já ter decidido.

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