25/01/2013


HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Perito alemão critica 
estratégia de Portugal para salários

Um responsável do Instituto Alemão para Investigação Económica (DIW) considerou hoje que a estratégia para reduzir os custos do trabalho que Portugal está a levar a cabo não é a melhor por ser exclusivamente através da redução dos salários. 

Falando à margem do "I Fórum Portugal-Alemanha", que hoje encerra em Lisboa, o chefe do departamento de macroeconomia do instituto DIW, Christian Dreger, reconheceu em declarações à agência Lusa que Portugal já alcançou "progressos significativos" no quadro do seu processo de reajustamento. Como exemplo, este especialista referiu o facto de Portugal ter conseguido reduzir os custos unitários de trabalho "em cerca de cinco por cento". 

 Contudo, Christian Dreger vincou que essa redução "não foi conseguida em termos de produtividade, mas exclusivamente através da redução salarial". "Essa é uma estratégia, mas não uma estratégia que corresponde propriamente à estratégia de crescimento da União Europeia, que preconiza uma aposta no crescimento inteligente", afirmou. É por isso que a redução dos custos laborais é "só mais um elemento nos vários esforços" que Portugal tem de levar a cabo no quadro do seu processo de reajustamento, afirmou Dreger, que hoje participou no painel "Portugal e Alemanha: Parceiros na inovação e na competitividade num mundo globalizado". 

Para este especialista do Instituto Alemão para Investigação Económica, com sede em Berlim, é "mais importante" que Portugal leve a cabo uma "reforma para diversificar e sofisticar a sua estrutura exportadora" para que dessa maneira "consiga apostar mais em inovação e em tecnologia de ponta". "Portugal continua muito focado numa produção com forte intensidade de mão-de-obra e nesse domínio as perspetivas não são certamente cor-de-rosa", disse. 

Acresce que a "estratégia de crescimento baseado nas exportações" que Portugal está a levar a cabo torna-se "muito difícil num altura em que a zona euro está em recessão", alertou.

* Os governantes portugueses sabem muito sobre esta matéria, são no entanto incapazes de reduzir os custos de trabalho através do aumento da produtividade, chama-se indolência política.

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