23/01/2013


HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Parlamento BE e PCP acusam Governo de propaganda sobre regresso aos mercados 

 O BE e o PCP consideraram hoje que o regresso aos mercados "é uma história mal contada", acusando o Governo de fazer propaganda, e o PS criticou "o esquecimento" relativamente ao papel do Banco Central Europeu neste processo. 

Numa declaração política no Parlamento, a coordenadora bloquista Catarina Martins ironizou sobre "o tom exultante dos partidos que apoiam o Governo e o ar descontraído dos ministros". "Qualquer português que, tendo estado fora e sem notícias, tenha aterrado ontem no país deve ter ficado convencido que estamos a viver dias de grande prosperidade (...) À noite só faltou aos correligionários da austeridade abrirem garrafas de champanhe na televisão", afirmou a deputada do BE. Catarina Martins advertiu depois que "o país pode regressar aos mercados, mas nunca existirá sustentabilidade da dívida sem crescimento da economia" e que "se persistir o rumo da ´troika', não há regresso aos mercados que garanta emprego e crescimento". "Podemos ter o tempo que quisermos para pagar os juros, mas a austeridade torna impossível pagá-los", sustentou. 

A líder bloquista defendeu que a tese de que o regresso do país aos mercados se deve "ao reconhecimento internacional da política de austeridade" não passa "de uma história mal contada". "Os juros estão a descer desde setembro, e a descer a pique em toda a Europa, na Grécia caíram para metade, na Espanha e Itália desceram abaixo dos cinco pontos, uma queda superior a 20% a partir do momento em que o Banco Central Europeu se assumiu como credor de último recurso", observou. Catarina Martins assinalou ainda que "quatro em cada cinco euros da austeridade aplicada por Passos Coelho, Paulo Portas e Vítor Gaspar foram engolidos pela queda das receitas fiscais", o que representa uma "destruição orçamental da economia". "O Governo está a fazer a festa sobre o nosso enterro (...) Este programa fanático e ideologicamente guiado por um ajuste de contas da direita com o Estado social, que sempre viu como um mal necessário, não pretende responder a nenhuma crise, mas aproveitá-la como um expediente", frisou. 

A intervenção da líder do BE foi apoiada pelo deputado do PCP Honório Novo que questionou os motivos de satisfação por um regresso aos mercados apoiado por um "sindicato bancário de quatro bancos contratados para este efeito". "Isto é um regresso aos mercados ou antes de uma operação virtual para tentar enganar a opinião pública e os portugueses?", interrogou. Para Honório Novo, "é bem visível que o foguetório e a propaganda passaram a ser a pedra de toque da intervenção pública do atual Governo". "Face à parceria Passos Coelho, Vítor Gaspar e Paulo Portas, a dupla Sócrates/Teixeira dos Santos começa a parecer um mero aprendiz de feiticeiro no que diz respeito à propaganda", afirmou, provocando gargalhadas na bancada do PS. Já o deputado do PS Pedro Marques apontou o "início do caminho de regresso aos mercados" como "positivo", mas criticou que "ao fim de 24 horas ainda ninguém no Governo e na maioria tenha falado no papel do Banco Central Europeu" neste processo. 

 O ex-secretário de Estado da Segurança Social do PS frisou depois que a trajetória de descida dos juros é uniforme na Europa desde agosto de 2012 e criticou o ritmo do crescimento da dívida pública, que com este Governo "triplicou em relação à zona euro". Da bancada do PSD, o deputado Afonso Oliveira criticou o BE por dizer que "o Governo não teve nada a ver com este processo", acusando ainda os bloquistas de não terem soluções para o país e de fazerem um "bota-abaixo permanente" e de querer rasgar todos os compromissos internacionais. "Foi a posição da oposição que levou a que tudo corresse bem [no regresso aos mercados]? Foi só o BCE, não há nada de positivo por parte do Governo português? Tudo é mau para o BE, quando as taxas de juro descem é mau para o BE e quando as coisas correm bem a culpa também é do Governo", disse.

* Realmente o governo e seus muchachos partidários deitam foguetes para a festa que se segue:
- aumento do desemprego
- redução da receita em mais de 6%
- falhanço rotundo nos cálculos de receita fiscais que apesar do aumento grotesco do IVA perde 2% e dos níveis de IRS que ainda vão ser calculados.
- Por muito que Vitor Gaspar afirme, o défice da dívida pública fica nos 5% e não dos 4,5% desejados, sendo que o mesmo  défice corresponde a 120% do produto interno bruto, o nível referido corresponde ao patamar da insustentabilidade definido por Bruxelas.
Foguetes para quê???

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