ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
Esta terapeuta dorme com os pacientes
Cheryl Greene fez sexo com 900 homens para tratar dos problemas sexuais deles. Agora, a história chega ao cinema
Ao fim de alguns minutos de conversa, Cheryl Cohen Greene perguntou a
Mark O’Brien se o podia despir. O jornalista norte-americano, paralisado
desde os 6 anos devido a poliomielite, ficou aterrorizado. “Sim”, disse
a tremer.
Aos 38 anos tinha decidido perder a virgindade e, através de uma
terapeuta sexual, chegou até Cheryl. A loura de 41 anos tirou-lhe a
roupa, despiu-se e deitou-se na cama.
O encontro aconteceu em 1986 e o jornalista escreveu um
artigo sobre a experiência. Agora, um filme conta a história dos dois.
'Seis Sessões', que estreou na passada quinta-feira, dia 17, ganhou o
Prémio do Júri do Festival de Sundance e Helen Hunt, que faz de Cheryl,
está nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária.
Cheryl Cohen Greene tem hoje 68 anos e há 40 que ajuda homens de todas
as idades a superarem dificuldades sexuais. Recebeu formação nos anos 70
em terapia sexual de substituição, uma teoria que defende o tratamento
de desordens sexuais usando o corpo do terapeuta.
A avó cobra 230 euros por cada sessão de duas horas e só
atende pacientes encaminhados por terapeutas sexuais. Já tratou virgens
com 70 anos de idade (um quarto dos pacientes nunca fez sexo),
estudantes universitários com ejaculações precoces e vários deficientes
motores.
Quando começou, Cheryl vivia um casamento aberto e queria ajudar outras
pessoas a ter uma sexualidade saudável. Impôs um limite de oito sessões
para evitar uma ligação afectiva, mas foi assim que conheceu o segundo
marido.
Bob Greene tinha problemas de erecção, provocados pela Guerra do
Vietname, e depois da última sessão convidou-a para jantar. Estão juntos
há 33 anos.
Cheryl recebe os pacientes em casa, em Berkeley, Califórnia,
e deita-se com eles na cama onde dorme com o marido. Na
mesinha-de-cabeceira há uma caixa de preservativos, uma embalagem de
hidratante e penas usadas para o toque sensual.
“Lamento que as pessoas não entendam a diferença entre o meu trabalho e o
de uma prostituta”, disse ao 'Los Angeles Times'. “O meu objectivo é
mostrar um modelo de um relacionamento íntimo e isso envolve mais do que
sexo.”
Foi isso que Mark O’Brien quis experimentar. O jornalista e poeta
passava cinco dias por semana dentro de um pulmão de aço (usado para
facilitar a respiração) e, apesar disso, licenciou-se em Literatura
Inglesa.
Deslocava-se até à Universidade da Califórnia deitado numa maca
eléctrica, que conduzia com um músculo do pé direito. Morreu em 1999 aos
49 anos.
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