27/01/2013

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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"

Esta terapeuta dorme com os pacientes 

Cheryl Greene fez sexo com 900 homens para tratar dos problemas sexuais deles. Agora, a história chega ao cinema 

Ao fim de alguns minutos de conversa, Cheryl Cohen Greene perguntou a Mark O’Brien se o podia despir. O jornalista norte-americano, paralisado desde os 6 anos devido a poliomielite, ficou aterrorizado. “Sim”, disse a tremer.

Aos 38 anos tinha decidido perder a virgindade e, através de uma terapeuta sexual, chegou até Cheryl. A loura de 41 anos tirou-lhe a roupa, despiu-se e deitou-se na cama.
O encontro aconteceu em 1986 e o jornalista escreveu um artigo sobre a experiência. Agora, um filme conta a história dos dois. 'Seis Sessões', que estreou na passada quinta-feira, dia 17, ganhou o Prémio do Júri do Festival de Sundance e Helen Hunt, que faz de Cheryl, está nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária.

Cheryl Cohen Greene tem hoje 68 anos e há 40 que ajuda homens de todas as idades a superarem dificuldades sexuais. Recebeu formação nos anos 70 em terapia sexual de substituição, uma teoria que defende o tratamento de desordens sexuais usando o corpo do terapeuta.

A avó cobra 230 euros por cada sessão de duas horas e só atende pacientes encaminhados por terapeutas sexuais. Já tratou virgens com 70 anos de idade (um quarto dos pacientes nunca fez sexo), estudantes universitários com ejaculações precoces e vários deficientes motores.

Quando começou, Cheryl vivia um casamento aberto e queria ajudar outras pessoas a ter uma sexualidade saudável. Impôs um limite de oito sessões para evitar uma ligação afectiva, mas foi assim que conheceu o segundo marido.

Bob Greene tinha problemas de erecção, provocados pela Guerra do Vietname, e depois da última sessão convidou-a para jantar. Estão juntos há 33 anos.

Cheryl recebe os pacientes em casa, em Berkeley, Califórnia, e deita-se com eles na cama onde dorme com o marido. Na mesinha-de-cabeceira há uma caixa de preservativos, uma embalagem de hidratante e penas usadas para o toque sensual.

“Lamento que as pessoas não entendam a diferença entre o meu trabalho e o de uma prostituta”, disse ao 'Los Angeles Times'. “O meu objectivo é mostrar um modelo de um relacionamento íntimo e isso envolve mais do que sexo.”

Foi isso que Mark O’Brien quis experimentar. O jornalista e poeta passava cinco dias por semana dentro de um pulmão de aço (usado para facilitar a respiração) e, apesar disso, licenciou-se em Literatura Inglesa.

Deslocava-se até à Universidade da Califórnia deitado numa maca eléctrica, que conduzia com um músculo do pé direito. Morreu em 1999 aos 49 anos. 

* FANTÁSTICO

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