Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
22/11/2012
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* Uma obra de mérito
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
SOS-Criança recebeu mais
de 77 mil pedidos em 24 anos
Mais de 77 mil chamadas telefónicas chegaram em 24 anos ao serviço SOS-Criança, do Instituto de Apoio à Criança (IAC), sendo a maioria de apelos de crianças em risco, maltratadas, abusadas sexualmente e desaparecidas.
O SOS-Criança, que
hoje completa 24 anos de existência, recebeu, através do telefone
116111, 77.054 chamadas, das quais 2.554 foram este ano, segundo dados
divulgados à agência Lusa.
As principais chamadas estão
relacionadas com crianças em risco, negligência, maus tratos e abusos
sexuais, além de muitos jovens que ligam para o SOS-Criança para
desabafar e apresentar os seus problemas.
Manuel Coutinho,
psicólogo clínico e secretário-geral do IAC, disse à Lusa que há muitos
jovens que atualmente ligam para o serviço "preocupados com o futuro" e
"com medo de os pais perderem o emprego" devido à crise.
Em 1988,
quando o IAC criou o SOS-Criança apenas existia o serviço de atendimento
telefónico especializado, hoje conta também com uma linha dedicada às
crianças desaparecidas, um endereço eletrónico, um atendimento
personalizado ao nível do apoio social, jurídico e psicológico e um
gabinete de mediação escolar.
No total, ao SOS-Criança chegaram,
até hoje, cerca de 119.130 situações de perigo ou problemas, sendo a
maioria pelo atendimento telefónico (77.054), seguindo-se a mediação
escolar (20.873), o atendimento psicológico (1.045), o endereço
eletrónico (5.102) e a linha das crianças desaparecida (404).
Criada em 1988, o SOS-Criança é um serviço anónimo e confidencial, de
apoio às crianças e familiares, que pretende dar voz aos mais jovens,
promovendo e defendendo os seus direitos.
O SOS-Criança é um serviço de prevenção que pretende atuar antes que a situação de risco se concretize.
Manuel
Coutinho faz um "balanço muito positivo" dos 24 anos de existência do
serviço, considerando que hoje as pessoas "são mais atentas e menos
permissivas aos maus tratos e riscos" das crianças.
O
secretário-geral do IAC adiantou que o SOS-Criança conseguiu "mudar
mentalidades", ajudar que as crianças sejam mais respeitadas e criou um
modelo de "mais compreensão" para com os mais jovens.
"A sociedade passou a não ser tão tolerante com os infratores e passou a denunciar", disse.
* Uma obra de mérito
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* Um magnífico trabalho exibido na RTP
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BOPE
O lado obscuro do RIO
Um documentário feito no Rio de Janeiro em repreensão ao tráfico com a
policia mais bem preparada pra combate em favela do mundo, o BOPE.
Mostra como é a vida dos moradores das favelas e mostra também todo potencial e preparo do BOPE para reprimir a ação de bandidos.
Esse documentário mostra como o Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro está virando sinônimo de polêmica e audiência. Dessa vez, um grupo de portugueses resolveram fazer um documentário sobre as operações do Bope e mostraram cenas inéditas da tropa de elite da PM invadindo as favelas. As cenas e os depoimentos são impressionantes.
Mostra como é a vida dos moradores das favelas e mostra também todo potencial e preparo do BOPE para reprimir a ação de bandidos.
Esse documentário mostra como o Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro está virando sinônimo de polêmica e audiência. Dessa vez, um grupo de portugueses resolveram fazer um documentário sobre as operações do Bope e mostraram cenas inéditas da tropa de elite da PM invadindo as favelas. As cenas e os depoimentos são impressionantes.
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* Lamentavelmente...
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HOJE NO
"RECORD"
"RECORD"
Marcha: GP de Rio Maior
fora do Challenge Mundial
Orçamento reduzido a menos de metade
O Grande Prémio de Marcha de Rio Maior vai perder o estatuto de prova
do Challenge Mundial já na sua próxima edição, com o orçamento da
competição a ser reduzido para menos de metade.
A
"despromoção" da tradicional prova de Rio Maior, que terá a 6 de abril a
sua 22.ª edição - das quais 10 de nível mundial - foi confirmada na
reunião desta quinta-feira da Associação Internacional de Federações de
Atletismo (IAAF), realizada em Barcelona. Pela primeira vez numa década,
Portugal fica sem uma prova de marcha de nível máximo, depois da
organização lusa ter optado, por razões de limitação orçamental,
candidatar-se apenas ao circuito europeu, que obriga ao pagamento de
"prize money" inferior e não impõe a presença de tantos atletas de
elite.
"Já sentíamos dificuldades económicas há anos, mas
fomos aguentando... agora, torna-se insuportável assegurar o mesmo nível
de encargos com alojamento, viagens e prémios que nos eram impostos
pela IAAF", disse à Agência Lusa Jorge Miguel, do Clube de Natação de
Rio Maior, que organiza a prova em conjunto com a Câmara Municipal.
A
situação de crise não é de agora, refere Carlos Coutinho, administrador
da empresa municipal de desporto Desmor, explicando que, de 2009 a
2012, se verificavam cortes no financiamento por parte do IDP, até se
chegar aos 1.500 euros, e que para 2013 não há "qualquer verba".
O
orçamento global era em 2012 de cerca de 50 mil euros, com 15 mil
dólares para prémios (11,66 mil euros), que Jorge Miguel vê agora
reduzir-se para "menos de 25 mil euros". O "preço a pagar" é a descida
do nível internacional da prova, que fica com a categoria C da IAAF, ou
seja, o nível continental.
O Grande Prémio de Rio Maior passa assim para o nível de meeting da Associação Europeia.
* Lamentavelmente...
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Atividade cirúrgica do tratamento de
. obesidade caiu 13% no primeiro semestre
As cirurgias de
tratamento da obesidade sofreram uma redução de 13% no primeiro semestre
do ano, relativamente ao período homólogo de 2011, que se traduziu em
menos 135 operações, disse o médico José Silva Nunes.
O
presidente da Associação de Obesos e Ex-obesos de Portugal (ADEXO),
Carlos Oliveira, afirmou hoje que as cirurgias contra a obesidade estão
praticamente paradas e que alguns hospitais deixaram mesmo de as
realizar, engrossando os tempos de espera para esta operação.
Esta
afirmação foi refutada por José Silva Nunes, do Grupo Técnico de
Acompanhamento do Tratamento Cirúrgico da Obesidade, da Direção-Geral da
Saúde, assegurando que "as cirurgias não estão paradas".
"Não há
uma descida abrupta" do número de cirurgias realizadas nos centros de
tratamento da obesidade, mas sim uma "discreta redução" em termos da
produção cirúrgica nacional, sublinhou.
Segundo o especialista,
foram realizadas 1.066 cirurgias no primeiro semestre de 2011 e 931
cirurgias nos primeiros seis meses deste ano.
José Silva Nunes
adiantou que houve centros que aumentaram a sua atividade cirúrgica,
como foi o caso do Hospital Distrital de Évora que registou um aumento
de cerca de 10% nos primeiros seis meses do ano comparativamente ao
primeiro semestre do ano passado.
"Há uma exceção", que é o Centro
de Tratamento de Obesidade do Hospital Distrital de Faro, que
interrompeu a sua atividade no início do ano e, por isso, só foram
realizadas seis intervenções cirúrgicas, adiantou.
O Ministério
da Saúde publicou hoje em Diário da República uma portaria que integra
as cirurgias de obesidade nos contratos-programa dos hospitais e inclui a
realização de novos procedimentos no Programa de Tratamento Cirúrgico
da Obesidade (PTCO).
José Silva Nunes está convicto que estas alterações no modelo de financiamento não terão implicações na atividade cirúrgica.
"Se
há capacidade de resposta dos diversos centros de tratamento não é pelo
facto de não haver um programa de financiamento vertical que essa
capacidade de resposta vai ser substancialmente alterada", sublinhou
O
PTCO, enquanto programa com financiamento próprio, previa a realização
de 2.500 cirurgias de tratamento da obesidade por ano e um máximo de
nove meses de espera por esta solução.
Durante os dois anos de
implementação do programa segundo esse modelo de financiamento, 2010 e
2011, foram realizadas 1980 e 1833 cirurgias bariátricas,
respetivamente.
* A falta de dinheiro não é a única justificação.
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INÊS PEDROSA
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IN "SOL"
20/11/12
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Tiro aos criadores
Até a chanceler Angela Merkel, que não é propriamente uma Dilma Rousseff
tropical e por conseguinte crente na força do Sol e na energia da
música, é capaz de perceber – e disse-o em Portugal – que 50% da
política económica é psicologia. Um país que se fustiga e maltrata não
pode sentir-se confiante.
O elogio feito pelos alemães e pelo
Eurogrupo à ‘consolidação orçamental’ não tem qualquer efeito no que se
refere a animar as hostes, que apenas experimentam a consolidação
progressiva do desespero, do desemprego e da pobreza.
Horizonte,
nenhum: como Manuela Ferreira Leite não se cansa de repetir, que
interessa que a austeridade termine quando já estivermos todos mortos?
A cultura é o que se opõe à morte e garante a sobrevivência de um povo.
Esperar-se-ia
que, numa época tão difícil, os criadores fossem, de algum modo,
estimulados, de forma a manter uma réstia de ânimo no país. O estímulo
mínimo que se exigiria seria o do respeito – mas aquilo a que se assiste
é uma perseguição feroz.
O jornal Público noticiava há dias que
vários autores estão a ser obrigados a devolver os benefícios fiscais – e
com retroactivos, devido a reinterpretações casuísticas do Código dos
Direitos de Autor. Na ânsia de ir buscar mais dinheiro aos impostos, as
Finanças forçam os escritores a provar que os seus textos são ‘criação
artística ou intelectual’ e reclamam contratos em que se explicite que
assim é.
Ora os prefácios ou os textos que os escritores são
convidados a escrever para catálogos e jornais raramente são antecedidos
de contrato – porque nunca houve esta prática de desconfiar que aquilo
que um escritor escreve possa não ser ’criação artística e intelectual’.
Como se pode aferir o grau a partir do qual um texto é
‘criativo’? Que critério fiscal objectivo poderá decidir sobre a
autoridade ‘intelectual’ de um texto? A situação é kafkiana: os autores
estão neste momento a ser acossados como bandidos de estrada.
Seria
mais simples e menos hipócrita decidir, brutalmente, extinguir os
benefícios fiscais aos criadores – pessoas que, convém lembrar, não têm
emprego fixo, nem férias, nem benesses empresariais de espécie alguma, e
pagam na íntegra a sua Segurança Social.
Parece que a proposta
chegou a estar em cima da mesa e só não avançou por oposição do agora
ex-secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.
Cortar
todas as condições aos criadores é dar-lhes carta de despejo do país –
como tem sido feito aos jovens. Sem livros, teatro, cinema, música,
artes, o que sobrará de um país pequeno, cuja marca contemporânea no
mundo é, antes de mais, cultural?
Aparentemente, não há um
neurónio no Governo disponível para pensar nisso. Os criadores acabarão
por abandonar o país
( muitos já o estão a fazer) e criar no Brasil, em
França, na Alemanha. Para desgraça de Portugal – que não é só cortiça, e
se afunda de cada vez que se humilha a si mesmo.
IN "SOL"
20/11/12
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* Uma boa decisão no Supremo
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
ACP ganha causa à Repsol
no Supremo Tribunal de Justiça
O Automóvel Club de Portugal (ACP) ganhou a causa que disputava com a Repsol,
no Supremo Tribunal de Justiça. A petrolífera pedia uma indemnização de
5,3 milhões de euros ao ACP por ter rompido o contrato que mantinham.
mm
Como
motivo para cessar o contrato o ACP alegava que a Repsol Portuguesa
concedia vantagens ao público em geral superiores às oferecidas aos
sócios do ACP. Nos termos do contrato, a petrolífera deveria dar as
melhores condições em descontos de combustíveis aos sócios do ACP. Após
várias tentativas do ACP para melhorar os descontos, a Repsol recusou-se
a renegociar o contrato.
A luta jurídica entre as duas entidades
iniciou-se em Maio de 2009 e foi espoletada pela Repsol Portuguesa.
Depois de percorridas todas as instâncias judiciais o processo terminou
com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça que deu razão ao ACP.
* Uma boa decisão no Supremo
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II -VISÕES DO FUTURO
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5- A REVOLUÇÃO DA BIOTECNOLOGIA
Biotecnologia
é tecnologia baseada na biologia, especialmente quando usada na
agricultura, ciência dos alimentos e medicina. A Convenção sobre
Diversidade Biológica da ONU possui uma das muitas definições de
biotecnologia.
A
definição ampla de biotecnologia é o uso de organismos vivos ou parte
deles, para a produção de bens e serviços. Nesta definição se enquadram
um conjunto de atividades que o homem vem desenvolvendo há milhares de
anos, como a produção de alimentos fermentados (pão, vinho, iogurte,
cerveja, e outros). Por outro lado a biotecnologia moderna se considera
aquela que faz uso da informação genética, incorporando técnicas de DNA
recombinante.
A
biotecnologia combina disciplinas tais como genética, biologia
molecular, bioquímica, embriologia e biologia celular, com a engenharia
química, tecnologia da informação, robótica, bioética e o biodireito,
entre outras.
"Biotecnologia
define-se pelo uso de conhecimentos sobre os processos biológicos e
sobre as propriedades dos seres vivos, com o fim de resolver problemas e
criar produtos de utilidade."
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HOJE NO
"DESTAK"
"DESTAK"
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Desemprego faz mais depressões
em países desenvolvidos e mais
suicídios nos menos desenvolvidos
O desemprego provoca nos países mais desenvolvidos um aumento de episódios ansiosos e depressivos, mas nos países menos desenvolvidos verifica-se antes um aumento do consumo de álcool e da taxa de suicídios.
"Nos países mais desenvolvidos, o que mais frequentemente se verifica é um aumento de episódios ansiosos e depressivos e nos países menos desenvolvidos um aumento muito relevante do consumo de bebidas alcoólicas e de taxa de suicídio", disse à Lusa o diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro de Carvalho.
Em entrevista à Lusa no âmbito do simpósio "Emprego e Desemprego - Impacto na Saúde Mental", que vai decorrer no Porto sábado, dia 24, Álvaro de Carvalho, explicou que o impacto do desemprego na saúde mental é "variável".
* A cada quatro horas suícida-se um português, foi notícia há uns tempos.
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* Há muita classe na cozinha portuguesa
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HOJE NO
"i"
"i"
Onze restaurantes portugueses distinguidos no Guia Michelin 2013
Onze restaurantes portugueses foram distinguidos na edição de 2013 do
Guia Michelin, depois de dois espaços terem perdido a estrela e de o
Belcanto, em Lisboa, ter sido selecionado pela primeira vez.
A edição de 2013 do Guia Michelin Espanha e Portugal foi hoje
apresentada na capital espanhola, Madrid. Os premiados foram anunciados
pelo diretor do Guia Michelin mundial, Michael Ellis, e pela diretora do
guia de Espanha e Portugal, Mayte Carreño.
À semelhança da edição de 2012, o Guia Michelin Espanha e Portugal
do próximo ano volta a destacar com duas estrelas (“mesa excelente,
merece o desvio”) o restaurante Ocean, ‘comandado’ por Hans Neuner em
Lagoa, e o Vila Joya, chefiado por Dieter Koschina em Albufeira.
Em 2013, seis estabelecimentos mantêm a estrela Michelin (“muito bom
na sua categoria”) que já este ano tinha visto ser renovada: Willie’s
(Vilamoura), São Gabriel e Henrique Reis (ambos em Almancil), Il Gallo
d’Oro (Funchal), Casa da Calçada (Amarante) e Fortaleza do Guincho
(Cascais).
Os restaurantes The Yeatman, do chefe Ricardo Costa, em Vila Nova de
Gaia, e Feitoria, chefiado por José Cordeiro, em Lisboa, renovam a
estrela Michelin que receberam em 2012.
Na edição do próximo ano, o restaurante Belcanto, em Lisboa,
liderado pelo chefe José Avillez, é destacado pela primeira vez com uma
estrela Michelin.
No entanto, o guia de 2013 retira o destaque de uma estrela aos
restaurantes Arcadas da Capela, em Coimbra, e Tavares, do chefe Aimé
Barroyer, em Lisboa.
Em Espanha, o Guia Michelin atribuiu estrelas a um total de 159
restaurantes: destacou sete com três estrelas (duas delas novas), 19 com
duas estrelas (dois espaços também pela primeira vez) e 133 com uma
estrela.
Em 2014 mais cinco restaurantes podem ser premiados com uma estrela
Michelin, segundo o guia para o próximo ano, que os nomeia “mesas 2013
com possibilidades de estrela”.
* Há muita classe na cozinha portuguesa
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HOJE NO
"A BOLA"
"A BOLA"
Universidade retira diploma de honra
a Lance Armstrong
A Universidade de Tufts, em Massachusetts, retirou o diploma de honra que tinha atribuído em 2006 a Lance Armstrong, depois de o antigo corredor ter perdido as sete vitórias na Volta a França, devido a acusações de doping.
«Mesmo que o Conselho de Administração continue a
respeitar o trabalho considerável da Fundação Lance Armstrong, a
Universidade concluiu que as ações de Armstrong como atleta são
incompatíveis com os seus valores», afirmou a responsável pelas relações
públicas da Universidade, Kim Thurler.
Mais uma machadada no currículo do antigo corredor, que já perdeu os seus principais patrocinadores, além de a Fundação por si criada para lutar contra o cancro ter recentemente mudado o nome.
Mais uma machadada no currículo do antigo corredor, que já perdeu os seus principais patrocinadores, além de a Fundação por si criada para lutar contra o cancro ter recentemente mudado o nome.
* Ainda não temos a certeza se se justifica tanta crucificação
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. mas branca a urze,
de oiro puro a giesta
Assim meu canto
fácil de entender
Tão fácil o difícil
verso obscuro!
eu canto ao sol e
para toda a gente.
Fernanda de Castro, in "Ronda das Horas Lentas"
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DOUTRO SÉCULO
ALMA SERENA
Alma serena, a consciência pura,
assim eu quero a vida
que me resta.
que me resta.
Saudade não é dor nem amargura,
dilui-se ao longe
a derradeira festa.
a derradeira festa.
Não me tentam
as rotas da aventura,
as rotas da aventura,
agora sei que
a minha estrada é esta:
a minha estrada é esta:
difícil de subir, áspera e dura,
. mas branca a urze,
de oiro puro a giesta
Assim meu canto
fácil de entender
como chuva a cair,
planta a nascer,
planta a nascer,
como raiz na terra,
água corrente.
água corrente.
Tão fácil o difícil
verso obscuro!
Eu não canto, porém,
atrás dum muro,
eu canto ao sol e
para toda a gente.
Fernanda de Castro, in "Ronda das Horas Lentas"
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* É o estado social a acabar
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HOJE NO
"PÚBLICO"
"PÚBLICO"
Taxas moderadoras afastam 1800
pessoas por dia das urgências
O aumento das taxas moderadoras fez cair o número de pessoas que chegam às urgências hospitalares? Os números indicam que sim: há menos 1800 casos diários. O PÚBLICO passou um início de madrugada em dois dos maiores hospitais de Lisboa.
São 00h30. Hélder Paiva, 36 anos, sai das urgências do Hospital de
Santa Maria, em Lisboa, ainda apoiado no pé que não está lesionado. Sai
acompanhado pela mulher.
Têm os olhos postos num papel e abanam as cabeças. Do
atendimento não têm nada a apontar. “Demorámos menos de uma hora mas
sinceramente não esperava pagar mais de 20 euros... Pensava que esse era
o máximo da taxa moderadora e acho excessivo”, conta enquanto olha para
a factura.
Desta vez ainda optaram por vir, mas admitem que com a crise, todas
as decisões têm de ser ponderadas, mesmo na saúde. Até Julho, as
urgências hospitalares em todo o país receberam menos 380 mil casos do
que em igual período de 2011 – o que representa uma queda de quase 10%.
Os dados fazem parte da última monitorização mensal feita pela Autoridade Central do Sistema de Saúde,
que integra dados até Julho. Nos primeiros sete meses do ano, os
hospitais deram resposta a 3,4 milhões de episódios de urgência, o que
corresponde a menos 1800 casos diários, uma evolução que se considera
estar “em linha com o esperado, registando-se uma desejável moderação do
acesso face a igual período de 2011”.
Uma moderação que foi pensada e introduzida em Janeiro, com o aumento
das taxas moderadoras para vários serviços de saúde, nomeadamente para
as urgências hospitalares, que passaram a ter um preço-base de 20 euros,
quando antes custavam 9,60 euros. Os doentes comparticipam ainda o
pagamento dos exames e análises até uma factura máxima de 50 euros,
incorrendo em multas que vão até cinco vezes o valor em falta se não o
pagarem em dez dias. Contudo, há várias isenções previstas:
insuficiência económica, grávidas, crianças até aos 12 anos, algumas
doenças crónicas e incapacidades acima dos 60%, entre outros motivos. Ao
todo, no país 5,6 milhões de pessoas estão isentas.
Um dos
objectivos das taxas é ajudar a retirar dos hospitais os casos que
poderiam, por exemplo, ser resolvidos, nos centros de saúde. Isto porque
nas urgências hospitalares é utilizada a chamada triagem de Manchester,
um sistema que classifica a gravidade da situação de cada doente
atribuindo-lhe uma pulseira de uma cor, para que seja dada prioridade a
quem precisa e não a quem chega primeiro.
À pulseira vermelha
correspondem as situações emergentes, à laranja as muito urgentes, à
amarela as urgentes, à verde as pouco urgentes e à azul as não urgentes,
considerando-se que muitos destes últimos casos não precisariam de vir a
um hospital. A cada uma delas corresponde um tempo máximo recomendado
para o atendimento. Hélder Paiva recebeu uma pulseira verde, mas defende
que se tivesse ido a um centro de saúde talvez não pudesse ser atendido
àquela hora e tivesse de faltar ao trabalho no dia seguinte.
Chegámos
ao Hospital de Santa Maria pouco antes das 23h00. Nas urgências estão
sobretudo pessoas na rua a olhar para os familiares e amigos que já
passaram pela triagem e que aguardam numa sala de espera envidraçada com
vista para o exterior e onde só pode permanecer um acompanhante.
Entretêm-se com cafés e cigarros. Olham para o chão, para o céu, para
sítio nenhum. Dão novidades à família por telefone, suspiram. Os
pensamentos são interrompidos por ambulâncias de bombeiros e do INEM que
chegam com os casos mais graves. São sobretudo idosos. Alguns estão
sozinhos. Vêm também carros particulares e táxis apressados com doentes
em bancos recostados.
Às 23h54 chega um carro cheio com um doente a
gemer de dores com uma cólica renal e a morder uma toalha. A família
atabalhoa-se para o conseguir tirar do veículo, o segurança rapidamente
disponibiliza uma cadeira de rodas. Em dois minutos é chamado para a
triagem e passa para a sala de espera já com soro.
"Cuidado com a perna do senhor"
O segurança
Alexandre Pereira, de 53 anos, vai recebendo quem chega com um sorriso e
vai tentando responder às perguntas nervosas de familiares ansiosos.
“Cuidado com a perna do senhor, veja lá não bata na porta”, diz a quem
empurra a cadeira de rodas de um idoso. “É uma questão de humanismo. Se
todos fizermos tudo um bocadinho melhor, isto corre bem para todos. Há
muita gente que vem cá sem precisar, mas para outros somos a cara que
vêem em dias difíceis”, justifica, confirmando que as taxas moderadoras
têm provocado alguns dissabores e discussões. São 00h45 quando chega
outro idoso numa ambulância, empurrado por um maqueiro bem-humorado que
brinca com a velocidade a que a maca segue: “Olhe o excesso de
velocidade, é que está aqui a polícia.” Uma frase que arranca alguns
sorrisos a quem está na sala de espera.
São 00h48 e Isabel Melo,
73 anos, ainda espera de mala ao colo novidades do marido, que está
acompanhado pelo filho. Veio às 19h00 e está na sala de observações.
Isabel não tem a certeza se o marido recebeu uma pulseira laranja ou
amarela, mas explica que tem Alzheimer e que terá tido um AVC. Deverá
precisar de internamento. Isabel está a par das taxas moderadoras e
encolhe os ombros: “Felizmente nós podemos e com o que nos dão aqui
compreendo que se tenha de pagar. Sempre houve abusos e agora pagam uns
pelos outros. Preocupa-me sobretudo quem está a passar dificuldades e
que tem pouca saúde.”
Uma preocupação partilhada pelo provedor de Justiça. Alfredo
José de Sousa, que já fez algumas recomendações ao Governo, nomeadamente
a criação de isenções parciais. O provedor mostra-se particularmente
preocupado com as pessoas com rendimentos pouco acima dos 628 euros
(limite máximo para alegar insuficiência económica), propondo que os
filhos também contem para a isenção nas taxas.
Já o presidente da Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência, José Artur Paiva, que recentemente propôs que o país passasse de 89 para 73 serviços de urgência,
considera que a redução do número de episódios de urgência a nível
nacional é “um bom indicador e positivo”. Significa que “as taxas
moderadoras estão a conseguir regular a procura”. Porém, alerta que este
sistema por si só não garante que os cidadãos que não precisavam
deixaram de ir às urgências. “A redução é significativa nos verdes e nos
azuis, mas não é aquela que seria expectável, e reduzir nem sempre é
melhorar”, sublinha o também director do serviço de urgência do Hospital
de São João, no Porto.
Para José Artur Paiva, os casos azuis e verdes a nível nacional ainda
têm um peso muito grande. Em 2011 representavam cerca de 40% e não
terão baixado para menos de 30% a 35%, diz. O PÚBLICO pediu dados ao
Hospital de Santa Maria sem sucesso. “Com um sistema a funcionar
harmoniosamente são casos que poderiam ter sido seguidos nos cuidados de
saúde primários”, reforça, dando as unidades locais de saúde como "bom
exemplo" de articulação entre hospitais e centros de saúde. Por isso,
entende que a reforma deverá passar por criar condições nos centros de
saúde para que existam mais consultas não programadas. E que se aposte
também em soluções como a Linha Saúde 24, “que ainda tem uma
subutilização”. De recordar que a procura da Linha Saúde 24 (808 24 24
24) cresceu cerca de 15% no primeiro semestre do ano, com um total de
450 mil chamadas.
Contas com a troika
A
questão é que o aumento das taxas moderadoras para valores que
representassem cerca de 2% do total do orçamento do sector fazia parte
do acordo com a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão
Europeia e Banco Central Europeu). Curiosamente, a receita a arrecadar
com as taxas foi a primeira falha que o Ministério da Saúde teve de
assumir com a troika, já que o valor previsto vai derrapar em
176 milhões de euros por a utilização dos serviços estar a ser inferior
ao previsto, mesmo nos centros de saúde.
O sector vai conseguir
apenas 164 milhões de euros com as taxas moderadoras, quando previa 240.
Também para o ano a receita deverá ficar nos 190 milhões, em vez dos
290 que chegaram a ser avançados. Mesmo assim, o valor das taxas pagas
pelos utentes até Julho ascendeu aos 93,6 milhões de euros e ultrapassou
a totalidade do valor conseguido em 2011, que não foi além dos 90
milhões.
Mas um estudo realizado por Miguel Gouveia, da
Universidade Católica, e por Margarida Borges, do Centro de Estudos de
Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa,
apresentado na quarta-feira, também indica que é possível transferir 45%
das urgências hospitalares para os centros de saúde, bem como um terço
das consultas, o que permitiria uma poupança de 356 milhões de euros,
mas apenas a longo prazo.
Não há dinheiro para táxis
São
01h20 quando deixamos as urgências de Santa Maria para nos
encaminharmos de táxi para o Hospital de São José. Costuma transportar
muita gente aqui do hospital?, perguntamos pelo caminho ao motorista
António Costa, de 60 anos. “Acha que com a crise as pessoas têm dinheiro
para andar de táxi? São cada vez menos as que apanhamos aqui. E olhe
que são cada vez mais as que esperam pelas cinco e tal da manhã para
voltarem a ter transportes públicos e irem para casa. É um roubo
autorizado aquilo que nos estão a fazer”, responde indignado.
Depois
de percorrer as sinuosas ruas no interior de São José, o táxi deixa-nos
à porta. São 1h47 quando chega mais uma ambulância com uma pessoa ainda
de pijama que entra directamente para a zona dos doentes urgentes.
Pouco depois das 2h00 chega Sueli Lima, 30 anos, com um grupo de amigos
aperaltados. Estavam no cinema quando ficou “indisposta e com dores
abdominais”. Achou melhor vir ao mesmo hospital onde já tinha estado em
Julho por alergias na pele depois de uma exposição ao sol. Em ambos os
casos, pulseira verde. Agora foi surpreendida com o pagamento de 40
euros – 20 por esta vez e 20 que ainda não tinha regularizado do Verão.
“Já viu o que é uma pessoa chegar aqui e largar assim 40 euros? Às vezes
já compensa ir ao médico privado, mas como é de noite é mais prático.
Ao centro de saúde não vou porque sou estrangeira e lá pedem-me uns 30
euros”, diz.
Segundo dados enviados ao PÚBLICO pelo Hospital de
São José, esta unidade segue uma tendência contrária à do país. Na
urgência polivalente foram atendidos 120.339 doentes entre Janeiro e
Setembro, o que representa um crescimento de 0,8% face ao mesmo período
de 2011, em que tinham sido atendidas 119.352 pessoas. Já em 2010, o
hospital recebeu, nos primeiros nove meses, 114.524 casos. A
administração não quis comentar os dados, mas desde Janeiro que o São
José passou a acolher os casos que eram recebidos pelo Hospital Curry
Cabral, que fechou as urgências no final de 2011.
Um dado mais
importante diz respeito ao tipo de doentes que acorreram às urgências
quanto ao “grau de prioridade”. Os doentes a quem foi dada uma pulseira
laranja (muito urgentes) representaram 6,4% do total, o que significa
que subiram 1,3% face a 2011. Já os com pulseira amarela (urgentes)
subiram 14%, tendo um peso relativo de 38%. Por outro lado, os doentes
com pulseira verde (pouco urgentes) ainda representam 51%, mas caíram
5%, e os doentes com pulseira azul (não urgentes) tiveram um peso de
apenas 1% após uma queda de 18%.
O presidente da Comissão de
Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência reforça que esta é
a tendência nacional, mas que importa adoptar mais estratégias e olhar
para outros dados. No caso do seu hospital, o São João, o médico diz que
o número de episódios de urgência também caiu, “mas mais importante é
que temos vindo a conseguir reduzir o tempo de permanência de um doente
no serviço de urgência e a reduzir as taxas de abandono, o que é
possível porque temos um modelo com profissionais fixos”. Em média, os
doentes estão três horas e meia nas urgências deste hospital, e o
indicador europeu recomenda que o tempo esteja abaixo das seis horas.
Taxas são sobrecarga
Do
lado do Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde (MUSS), Carlos Braga
diz que têm “recebido contactos de algumas pessoas que mostram o seu
desagrado e preocupação” em relação aos novos valores das taxas
moderadoras. O representante do movimento garante que a subida do valor
está a levar a que cada vez menos pessoas recorram aos serviços de
saúde, “adiando muitas vezes a decisão e agravando o estado de saúde com
que acabam por chegar ao hospital”. “As taxas moderadoras, num momento
como o país está, são uma sobrecarga e as pessoas têm medo do que vão
pagar. Se de certa forma havia alguns abusos, a verdade é que agora são
as pessoas com limitações económicas que ficam de fora e acredito que em
2013 a situação ainda vá piorar”, acrescenta.
São 2h37 quando
mais alguns sacos de lixo saem das urgência e Elsa, de 74 anos, se
debate com a cadeira de rodas do marido que traz na cabeça uma dezenas
de pontos a remendar a queda caseira. O segurança e a assistente
operacional comentam que trabalhar num hospital é “ver a realidade do
país em que vivemos, lidar com as dificuldades das pessoas e ver que
quem mais precisa nem é quem pede ajuda”. Elsa pagou 20 euros da vinda à
urgência mais 14 de uma TAC. “Sinceramente, acho que não se justifica.
Ainda vai ser mais difícil convencer o meu marido a vir quando é
preciso. Sabe como são os homens, não sabe?” São quase 3h00 quando chega
o anúncio de que o hospital se deve preparar para receber uma situação
de trauma. Às 4h00 ainda não tinha chegado. Na saída cruzamo-nos com as
luzes azuis do INEM e com um carro. Será a família ou mais uma pulseira
verde?
* É o estado social a acabar
.