22/11/2012

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

SOS-Criança recebeu mais 
de 77 mil pedidos em 24 anos 

Mais de 77 mil chamadas telefónicas chegaram em 24 anos ao serviço SOS-Criança, do Instituto de Apoio à Criança (IAC), sendo a maioria de apelos de crianças em risco, maltratadas, abusadas sexualmente e desaparecidas. O SOS-Criança, que hoje completa 24 anos de existência, recebeu, através do telefone 116111, 77.054 chamadas, das quais 2.554 foram este ano, segundo dados divulgados à agência Lusa.

As principais chamadas estão relacionadas com crianças em risco, negligência, maus tratos e abusos sexuais, além de muitos jovens que ligam para o SOS-Criança para desabafar e apresentar os seus problemas.

Manuel Coutinho, psicólogo clínico e secretário-geral do IAC, disse à Lusa que há muitos jovens que atualmente ligam para o serviço "preocupados com o futuro" e "com medo de os pais perderem o emprego" devido à crise.
Em 1988, quando o IAC criou o SOS-Criança apenas existia o serviço de atendimento telefónico especializado, hoje conta também com uma linha dedicada às crianças desaparecidas, um endereço eletrónico, um atendimento personalizado ao nível do apoio social, jurídico e psicológico e um gabinete de mediação escolar.

No total, ao SOS-Criança chegaram, até hoje, cerca de 119.130 situações de perigo ou problemas, sendo a maioria pelo atendimento telefónico (77.054), seguindo-se a mediação escolar (20.873), o atendimento psicológico (1.045), o endereço eletrónico (5.102) e a linha das crianças desaparecida (404). 

Criada em 1988, o SOS-Criança é um serviço anónimo e confidencial, de apoio às crianças e familiares, que pretende dar voz aos mais jovens, promovendo e defendendo os seus direitos.
O SOS-Criança é um serviço de prevenção que pretende atuar antes que a situação de risco se concretize.

Manuel Coutinho faz um "balanço muito positivo" dos 24 anos de existência do serviço, considerando que hoje as pessoas "são mais atentas e menos permissivas aos maus tratos e riscos" das crianças.
O secretário-geral do IAC adiantou que o SOS-Criança conseguiu "mudar mentalidades", ajudar que as crianças sejam mais respeitadas e criou um modelo de "mais compreensão" para com os mais jovens.
"A sociedade passou a não ser tão tolerante com os infratores e passou a denunciar", disse.

* Uma obra de mérito

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