BARRAGEM DO
CARRAPATELO
O nome desta Barragem vem da Casa do Carrapatelo (famosa pelo assalto do não menos famoso Zé do Telhado) que fica na margem direita do rio Douro.
É um local de romaria para os habitantes da região e um casamento não é considerado como tal se não forem lá tiradas algumas fotografias.
Com a construção desta Barragem, surgiu uma enorme albufeira onde desagua um afluente - rio Bestança - considerado um dos mais limpos da Europa)
Em 1972, as eclusas do aproveitamento do Carrapatelo foram consideradas das maiores do mundo. Pela sua grandiosidade, esta barragem constitui um marco na história da navegação no rio Douro.
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Rio em cima, rio em baixo,
35 metros de altura |
A Barragem de Carrapatelo está localizada no Rio Douro, na fronteira dos distritos do Porto, e Viseu, respectivamente nos municípios de Marco de Canaveses e Cinfães, em Portugal.
A construção da Barragem do Carrapatelo foi iniciada em 1965 e terminada em 1972. Foi o primeiro empreendimento hidroeléctrico a ser construído no troço nacional do rio Douro e é, dos cinco aproveitamentos do Douro Nacional, o que dispõe de maior queda, 36,0 m.
É uma barragem do tipo Gravidade, aligeirada por meio de uma grande galeria circular junto à fundação. Sobre a zona de betão situa-se o descarregador principal, controlado por 6 grandes comportas segmento, com um vão de 26,0 m e uma altura de 15,4 m, ancoradas por potentes cabos pré-esforçados aos betões dos pilares e está dimensionado para um caudal máximo de 22 000 m³. Duas destas comportas têm instalados Volets que servem de descarga auxiliar para o descarregamento de pequenos caudais de cheia, até um máximo de 250 m³/s.
Em correspondência com dois blocos com pilar, na metade esquerda da barragem, existem duas descargas de fundo, blindadas, de secção quadrada, que podem ser utilizadas num eventual esvaziamento da albufeira. A barragem tem uma altura de 57 m e um comprimento de coroamento de 400 m.
A área total da bacia hidrográfica é de 92.050 km² e estende-se por 40 km atingindo na extremidade de montante o aproveitamento hidroeléctrico da Régua. O volume total armazenado é de 148.000.000 m³, sendo porém a sua capacidade útil somente de 9.000.000 m³.
A cota de retenção foi prevista atendendo aos problemas de inundação e, em especial, à conveniência de se evitarem interferências com o Caminho de Ferro do Douro.
A Altura da Queda Útil Nominal é de 31,0 m. A superfície inundada da albufeira é 952 ha.
A central, com uma nave principal de dimensões 95x24x26,5 m, dispõe de 3 grupos Geradores, alimentados por circuitos hidráulicos independentes, equipados cada um com turbina do tipo Kaplan, de eixo vertical de 62.518 kW, acoplada a alternador trifásico de 67 MVA. Os transformadores principais encontram-se no edifício da central.
O aproveitamento tem uma produção média de 870,6 GWh por ano.
Tem ainda uma eclusa de navegação, que foi a primeira a ser construída em Portugal para navegação interior. Conjuntamente com as eclusas dos aproveitamentos hidroeléctricos do Pocinho, Valeira e Régua (a montante) e Crestuma-Lever (a jusante), permite transformar o Rio Douro numa via navegável de características internacionais.
As suas dimensões, 12,1 m de largura e 85 m de comprimento útil garantem a passagem de barcos até à capacidade máxima de cerca de 1 500 toneladas.
Possui ainda uma eclusa de peixes, integrada na espessura do muro barragem-central e é constituída essencialmente por uma câmara inferior para pescagem com 3 entradas, uma galeria inclinada e uma câmara superior.
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Corte longitudinal duma eclusa, onde se percebe o esquema para transposição de peixes |
Desta câmara, já em céu aberto, segue-se um canal por onde os peixes se encaminham para a albufeira não sem passarem pelo contador de peixes ali instalado entre duas janelas de observação.
CARACTERÍSTICAS HIDROLÓGICAS
Área da Bacia Hidrográfica - 92050 km2
Precipitação média anual - 582 mm
Caudal integral médio anual - 5610300 x 1000 m3
Caudal de cheia - 22000 m3/s
Período de retorno - 1000 anos
O canal de navegação do Douro é uma hidrovia portuguesa com cerca de 200 quilómetros de extensão, que desde 1990 permite a navegação do rio Douro desde a barra até à foz do rio Águeda, no limite com o Douro internacional.
É acessível a navios fluvio-marítimos até 2500 toneladas, pelo menos até ao porto comercial de Lamego.
O canal de navegação, balizado onde necessário com bóias, verdes na margem esquerda e vermelhas na margem direita, apresenta a seguinte largura mínima:
- Em leito rochoso: 40m
- Em leito aluvionar: 60m
Profundidade
O canal de Navegação permite, presentemente, as seguintes profundidades mínimas:
- 4,20m do mar até ao Pinhão e do Pocinho até Barca d'Alva
- 2,50m do Pinhão até à barragem do Pocinho (no entanto existem troços onde o valor é superior)
Desnível
O desnível de 125 m que o rio apresenta entre o mar e a Barca d'Alva é vencido por 5 eclusas que têm todas a mesma largura (12,10 m), um comprimento ao longo do eixo longitudinal que se situa entre os 86,00 e os 92,00 m.
Considera-se que um navio de 83,00 m pode utilizar todas as eclusas do Douro e que será possível a circulação de navios mais compridos em algumas delas. No entanto a passagem desses navios depende da autorização prévia do IPTM - Delegação do Norte e Douro.
Com um litro de combustível ou o seu equivalente em electricidade transporta-se a 1 km:
-De barco: 100 toneladas
-Em comboio: 67 toneladas
-Em camião: 20 toneladas
Vantagens da Navegação Fluvial
Um navio Fluvio-Marítimo pode transportar o equivalente a:
100 camiões de 25 toneladas.
11 composições de 11 vagões de 20 toneladas.
O custo de transporte de Sardoura para um porto do Norte da Europa por via FLUVIO-MARÍTIMA é cerca de 1/5 do efectuado por via rodoviária.
A via navegável contribui para a protecção da natureza.
Menor consumo de combustível por tonelada transportada.
Menos ruidosa.
Redução de tráfego rodoviário.
IN
- WIKIPEDIA
- http://www.douro.iptm.pt/PT
- http://www.infopedia.pt