19/02/2012

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA


XENOFOBIA NO AVIÃO

Num avião, o piloto informa:
- Senhoras e senhores, o avião está perdendo a altitude e toda bagagem deverá ser atirada fora!
Apesar de mais coisas serem lançadas fora, o avião continuou perdendo altitude.
- Estamos ainda perdendo altitude! Teremos que atirar fora algumas pessoas!
Avisa o piloto!
Há, neste momento, um grande rebuliço entre os passageiros.
E continua o piloto:
- Para fazer isso, de forma imparcial, os passageiros serão jogados para fora por ordem alfabética. Assim, começamos pela letra 'A'. Há algum 'Afro' a bordo?
Ninguém se move!
- 'B'.... Algum 'Black' a bordo?
Nada!
- 'C'... Algum 'Crioulo' a bordo?
Continuou e... Nada!
- 'D'.... Alguém 'De cor?'
De novo ninguém se mexeu!
- 'E'... Algum mais 'Escurinho'?

Nada!

Nisto, um pequeno menino negro pergunta ao pai:
- Pai, afinal o que nós somos???
- ZULUS, meu filho! Somos ZULUS!


.m

TEATRO MARIINSKY



AMPLIE A IMAGEM SFF


 O Teatro Mariinski (em russo: Мариинский театр, é um teatro histórico, de ópera e balet, localizado na cidade russa de São Petersburgo. Inaugurado em 1860, tornou-se o teatro russo mais proeminente na área musical durante o século XIX, palco da estréia de muitas obras-primas de Tchaikovsky, Mussorgsky, e Rimsky-Korsakov. Com a aposentadoria de Yuri Temirkanov em 1988, o maestro Valery Gergiev passou a ocupar as funções de direção geral.
 
O teatro foi nomeado em homenagem a Maria de Hesse-Darmstadt, Imperatriz Maria Alexandrovna, esposa do czar Alexandre II. Há um busto da Imperatriz no foyer da entrada principal. O nome mudou ao longo de sua história, refletindo as alterações políticas:

1860
1920
Императорский Мариинский театр Imperial Teatro Mariinski
1920
1935
Государственный академический театр оперы и балета Academia Estatal Teatral de Ópera e Balet
1935
1992
Государственный академический театр оперы и балета имени С.М. Кирова Academia Estatal Teatral de Ópera e Balet Kirov
1992
Present
Государственный aкадемический Мариинский театр Academia Estatal Teatro Mariinski

O teatro imperial da ópera e do ballet em São Petesburgo foi estabelecido em 1783 no mandato de Catarina, A Grande. Originalmente as performances de ballet e ópera eram realizadas no Teatro Karl Knipper em Tsaritsa Meador. O Teatro Hermitage, ao lado do Palácio de Inverno, foi usado como lugar para performances para o público da elite, convidados aristocráticos da Imperatriz.
Um teatro permanente foi construido para a nova companhia de ópera e ballet e foi desenhado por Antonio Rinaldi e aberto em 1783. Conhecido como Teatro Imperial Bolshoi Kamenny, era situado na Praça do Teatro. Em 1836, o teatro foi redesenhado pelo arquiteto Albert Cavo (filho de Catterino Cavos, um compositor de óperas) e serviu como o teatro principal do Ballet Imperial e para ópera. No dia 29 de Janeiro de 1849 foi inaugurado. Tinha o dobro do tamanho do antigo teatro. E a estrutura tinha o estilo neo-bizantino. Dez anos depois foi reconstruído por Cavos, tinha a capacidade de 1.625 espectadores e um estilo italiano. O teatro foi, novamente, reaberto dia 2 de Outubro de 1860 com a performance de Uma vida pelo Czar, de Mikhail Glinka. O novo teatro foi nomeado Mariinsky pela imperatriz Maria Alexandrovna.

O Teatro Mariinsky (antecessor do Teatro Bolshoi Kamenny) foi palco de muitas estréias de Mikhail Glinka, Modest Mussorgsky e Tchaikovsky. Também foi palco de muitas apresentações de ballet, como The Sleeping Beautiful em 1890, O Quebra Nozes em 1892, Raymonda em 1898 e definitivamente reviveu O Lago dos Cisnes em 1895.
Quando o teatro foi designado como o principal palco da Ópera e Ballet Imperial em 1886, foi extensivamente renovado. Com uma célebre reinauguração no mandato do Imperador Alexandre III, com a apresentação de Les Pilules Magiques de Ludwing Minkus.
Outras estréias que aconteceram lá, já no teatro reformado, foram Boris Godunov de Mussorgsky, The Golden Cockerel de Rimsky-Korsakov, A Dama de Espadas e Iolanthe de Tchaikovsky, Romeu e Julieta e Cinderella de Prokofiev e Spartacus de Khachaturian.
O teatro foi a casa de grandes empresários, maestro e múscos. A Academia Vaganova de Balet Russo, a escola de ballet do Teatro Mariinsky, fez crescer a carreira de Mathilde Kschessinskaya, Olga Preobrajenskaya, Anna Pavlova, Tamara Karsavina, Vaslav Nijinsky, Marina Semenova, George Balanchine, Galina Ulanova, Rudolf Nureyev, Natália Makarova, Mikhail Baryshnikov, Irina Kolpakova, Galina Mezentseva, Altynai Asylmuratova, Ulyana Lopatkina, Diana Vishneva e Svetlana Zakharova.


.

.

ALMORRÓIDA POUPADEIRA



Saiba se compensa aderir 
ao Plano EDP Continente

Quem subscrever o Plano EDP Continente vai beneficiar de um desconto de 10% em cartão Continente, mas existem alguns inconvenientes.

Numa altura de crise como a actual, todos os tostões contam. Por essa razão não é de estranhar que uma campanha publicitária que está a ser levada a cabo pela EDP em parceria com a cadeia de hipermercados Continente esteja a captar a atenção de muitos portugueses. Em causa está a possibilidade dos clientes da EDP obterem um desconto de 10% sobre a factura de electricidade a creditar no cartão Continente. Aquela que, à partida, parece ser uma boa oportunidade para poupar todos os meses alguns euros, contudo, não oferece apenas vantagens.

Como é possível verificar através da consulta do site www.edp.continente.pt, os 10% de desconto oferecidos no Plano EDP Continente são calculados com base no "somatório do valor do consumo de energia e do valor da potência contratada facturados, apurados antes de impostos, contribuição audiovisual e taxa DGEG", e convertidos em cupões Continente. Esses cupões são depois enviados mensalmente ou bimestralmente, de acordo com a opção de facturação escolhida pelo consumidor, e podem ser utilizados até ao final do mês seguinte à sua emissão.

A popularidade desta campanha já terá levado mesmo à adesão de 80 mil portugueses a este produto. Contudo, antes de avançar com essa decisão é conveniente analisar bem as condições de adesão. Isto porque, tal como alertou a Deco, existem algumas implicações da subscrição desta campanha. Para além de o pagamento ser feito obrigatoriamente através de débito bancário directo e não ser possível escolher a opção de pagamento "conta certa", o consumidor deixa de poder utilizar a tarifa bi-horária ou tri-horária. Como explica a própria EDP, a adesão ao Plano EDP Continente é apenas vantajosa para os clientes com tarifa bi-horária cujo consumo em vazio seja inferior a 44%. Para além disso, o cliente terá de fazer um novo contrato, deixando de ser cliente da EDP Serviço Universal para passar para a EDP Comercial (empresa do grupo EDP que actua no mercado livre). Ou seja, após fim da campanha (31 de Dezembro de 2012), o consumidor deixa de beneficiar do mercado regulado, em que as tarifas de electricidade são fixadas pela ERSE, para passar a entrar no mercado liberalizado de electricidade, onde as tarifas são fixadas pela empresa.

Em termos concretos, quem aderir ao mercado liberalizado com base no Plano EDP Continente terá, contudo, de pagar a tarifa correspondente à do mercado regularizado que é superior à do mercado liberalizado (ver exemplo). Um valor mais elevado que não é compensado pelo menor preço da potência contratada. Se não considerarmos o desconto em cartão Continente, com base no nosso exemplo referente a Fevereiro, o Plano EDP Continente acaba por sair mais dispendioso do que a passagem directamente para o pacote EDP Casa, em vigor no mercado liberalizado. Ou seja, custa mais 1,03 euros por mês. Um valor que é "recuperado" através do desconto de 10% em cartão Continente (5,14 euros).

Quem esteja interessado em aderir ao Plano EDP Continente pode fazê-lo até 4 de Março, sendo a campanha de descontos válida até 31 de Dezembro de 2012.

Os prós e os contras

- Desconto de 10% sobre o valor da electricidade antes de impostos em cartão Continente.
- Válido apenas até final de 2012.
- Não está disponível para quem tem tarifa bi-horária ou tri-horária e deseje manter o tarifário.
- O débito directo é a única modalidade de pagamento possível.
- Passagem do mercado regulado, em que as tarifas de electricidade são fixadas pela ERSE, para o mercado liberalizado, onde as tarifas são fixadas pela empresa.


IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
03/02/12

.


.


ESTA SEMANA NA
" VISÃO"

Cavaco Silva cancela visita à Escola António Arroio e tinha 'manif' à espera

O Presidente da República cancelou, à última hora, uma visita à escola António Arroio. A razão não foi divulgada. Cavaco Silva tinha uma manifestação de estudantes à sua espera.

A visita do Presidente da República, Cavaco Silva, à escola António Arroio, em Lisboa, foi cancelada, mas até agora não foi divulgada a razão da decisão, disse fonte da PSP à agência Lusa.

Segundo Carlos Carolino, o elemento da PSP que está no local a comandar as operações, a visita foi cancelada cerca de meia hora depois da hora prevista para o seu início.

Pelo menos desde as 10h00 dezenas de estudantes estavam concentrados em frente ao estabelecimento de ensino.


* Um Chefe de Estado não pode ter cagaço de nada ou então não é o Comandante em Chefe das Forças Armadas. Este "provedor do povo" como se auto intitula só quer ouvir os portugueses se for "à volta da fogueira", ouvir miúdos adolescentes que têm queixas para fazer fere-lhe os ouvidos.
É mais um exemplo demonstrado ao longo da sua vida pública de que tem medo, atirou Freitas do Amaral contra Mário Soares e depois tirou o tapete quanto às ajudas financeiras da campanha, não se confrontou com Guterres e mandou o pau de cabeleira Fernando Nogueira, no tempo em que foi primeiro-ministro era assustadoramente submisso aos patrões da defunta CEE e agora foge dos putos. Exemplar...

.

SARTRE

4.HUMANO, DEMASIADO HUMANO




Uploaded by  on Jan 16, 2012

O Caminho para a Liberdade é o terceiro episódio da série Human all too Human da BBC, feita em 1999. Neste episódio, a vida e a obra do mais famoso filósofo existencialista europeu, Jean-Paul Sartre (1905-1980), são abordadas. O homem que passou a vida desafiando a lógica convencional amava os paradoxos. O documentário expõe estes paradoxos de sua vida e sua obra, ao mesmo tempo em que questiona ambos. A pergunta central colocada é: Se o ser humano é livre para fazer o que quiser, como postula Sartre, então como devemos viver nossas vidas no dia a dia?

Curiosamente, Sartre foi vítima de uma acusação que custou a vida de Sócrates (469-399) na antiga Atenas: corrupção da juventude. Parece que nos anos 50 e 60, a filosofia ainda era levada a sério pelas pessoas em geral. Filósofos eram vistos então, como seres que ameaçavam a moral e os bons costumes, ou o que quer que isto signifique. Felizmente, Sartre não foi condenado a beber cicuta como Sócrates.

O presente documentário foi legendado com as dificuldades de praxe. Na medida do possível as traduções da obra de Sartre para o português foram consultadas. E no caso de haver diferenças entre traduções para outras línguas, a tradução portuguesa foi preferida por ser uma língua mais próxima do francês do que a língua inglesa, por exemplo
Críticas e sugestões para melhorar este trabalho serão bem-vindas. A data de legendagem, 14 de julho de 2011, é uma homenagem à Queda da Bastilha e à Revolução Francesa. Espero sinceramente que este trabalho ajude às pessoas a compreender melhor ou a pelo menos aproximar-se do pensamento de Sartre.

.

DOAÇÃO






OBRIGADO CARACOLETA

.



ESTA SEMANA NA
"VIDA ECONÓMICA"

SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE AFIRMA
"O país gasta em demasia na saúde"

A "questão demográfica", o financiamento e a "integração no espaço europeu" são os três grandes "nós" que envolvem o setor da saúde em Portugal, afirma Manuel Ferreira Teixeira, secretário de Estado da Saúde.

Convidado pelo Fórum Portucalense - Associação Cívica para o Desenvolvimento da Região Norte, para discursar em mais uma edição do ciclo de debates subordinado ao tema "Portugal - Que Destino?", Manuel Ferreira Teixeira apontou como "primeiro nó" a resolver a questão demográfica, "pois o tempo de vida dos utentes é cada vez mais alargado e as pessoas estão cada vez mais concentradas no litoral".
Já o "segundo nó é, sem dúvida, o financeiro", salientou o secretário de Estado, reconhecendo que o país "está a gastar em demasia na saúde, acima dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB)" (cerca de 170 mil milhões de euros em 2011, segundo dados do INE). Neste âmbito, o responsável recordou ainda que as despesas da saúde "estão muito concentradas na população acima dos 64 anos". Em termos concretos, "antes dos 60 anos a despesa ronda os 500 euros mensais, e a partir daí este valor chega aos 750 euros", exemplificou.
Manuel Ferreira Teixeira destacou também a integração no espaço europeu, "o espaço comum de saúde e a diretiva que define a mobilidade na saúde", como o terceiro nó que se coloca ao Sistema Nacional de Saúde (SNS).
A terminar a sua intervenção, o secretário de Estado afirmou ainda que o país necessita de um SNS "bem organizado, centrado nas pessoas que vivem mais tempo e que são um verdadeiro ativo" e que, por isso, o sistema "tem que se organizar e comunicar", devendo, por exemplo, "toda a informação do paciente estar disponível em qualquer centro de saúde, hospital, clinica" do país.

"Estamos condenados à calamidade e à miséria"

Igualmente presente no evento, o advogado António Vilar, mentor do Fórum Portucalense, afirmou que o problema da saúde "são as reduções fiscais que são fortes". "Infelizmente, estamos condenados à calamidade e à miséria, mas não podemos perder a esperança", advertiu.
António Vilar explicou ainda que a criação do Fórum Portucalense teve por objetivo "lutar pelo Norte do país, o que não tem sido nada fácil". Destacando que a dificuldade desta tarefa "nada tem a ver com a crise, mas sim com o centralismo que existe em Portugal", o reconhecido jurista lamentou ainda que, "em Portugal quando alguém se sobressai, vai logo para Lisboa".


* O verdadeiro nó é o conluio entre administração pública e empresas fornecedoras de serviços e equipamentos sem razoabilidade, este nó enforca os utentes.


.
.
ÚLTIMAS DA TECNOLOGIA 
FARSAS DA PUBLICIDADE
FOTOGRAFIA "ANTES E DEPOIS"




Você confia naqueles produtos de emagrecimento anunciados na televisão? Pois esqueça tudo o que você vê nos comerciais. Pode até ser que eles funcionem como prometem, mas as agências não têm tempo de esperar pelos resultados verdadeiros para tirar as fotografias, por isso é muito comum que elas "acelerem" o processo com algumas técnicas de manipulação.

Como você pode ver no vídeo que está acima, retirado do documentário Bigger Faster Stronger (Maior, mais rápido, mais forte), os fotógrafos podem utilizar fotografias retiradas no mesmo dia para mostrar resultados que só seriam possíveis depois de várias semanas de utilização dos produtos.

Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/curiosidade/19630-farsas-da-publicidade-fotografias-de-antes-e-depois-video-.htm#ixzz1mn38j7Bp

.



ESTA SEMANA NO
"JORNAL DE LEIRIA"

Operários manobram máquinas perigosas sob efeito de álcool e drogas

Motivações culturais, acrescidas de um aumento das dificuldades económico-sociais, ditam que muitos colaboradores de indústrias da região manobem máquinas perigosas sob o efeito de álcool e drogas. Modificar este comportamento passa também pelas empresas, que devem envolver e motivar cada trabalhador.

“Depois do almoço já nem se aproxima, para não lhe sentirmos o cheiro a álcool”, confidenciou ao JORNAL DE LEIRIA uma engenheira de produto de uma empresa de plásticos da Marinha Grande. “Quando trabalhava na fábrica, encontrei uma pessoa a consumir heroína na casa-de-banho e outra em coma alcoólico”, lembra um ex-operário de uma unidade de cristalaria da mesma cidade. Os casos de trabalhadores que consomem álcool e drogas durante o expediente replicam-se pelas empresas da região, colocando em risco a sua segurança e a de terceiros, além de comprometerem a qualidade do que produzem.
O consumo destes produtos nos locais de trabalho tem motivações culturais, sendo que o problema poderá intensificar-se face à actual conjuntura económico-social, advertem os especialistas. Prende-se também com a própria postura das empresas, que consideram os trabalhadores como meros executantes de tarefas, em vez de os observarem em todas as suas dimensões, envolvendo-os e motivando-os para a vida laboral.
De acordo com os vários relatos ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA, este tipo de consumo é feito sobretudo por jovens, em empresas de laboração contínua e durante a noite, quando “há menos engenheiros” a fiscalizar. Mas também acontece entre pessoas mais velhas, que não abdicam dos seus “copitos”, apesar de manobrarem empilhadores, pontes que elevam moldes pesados, ou objectos cortantes.
Algumas empresas já realizam testes e exames médicos, seja para admitir seja para controlar colaboradores que levantem suspeitas deste nível, mas, mesmo assim, as histórias persistem, conhecidas e desvalorizadas pelos restantes colaboradores.
Para João Borges Lopes, psicólogo da saúde, especializado em psicologia clínica da família e do trabalho, Portugal deve repensar a questão da empregabilidade, atendendo também às condições mentais para exercer a função.
No seu ponto de vista, o que durante muito tempo aconteceu – e só agora começa a verificar-se uma mudança no paradigma – foram contratações baseadas na inteligência cognitiva, quando a inteligência emocional e social são fundamentais para liderar. E as equipas não podem funcionar bem se as pessoas não estão bem psicologicamente e têm dificuldades em se adaptar ao mundo laboral cada vez mais pautado pela mudança. Muitas empresas ainda observam o trabalhador como mero executante de tarefas, em vez de desenvolverem políticas que o formem, envolvam e motivem.

Conjuntura económico-social agrava o problema
Advogado especialista em questões laborais, Pedro da Quitéria Faria explica que, por regra, as empresas não podem exigir a realização de testes para apurar possíveis consumos de álcool ou de drogas por parte dos seus colaboradores, nem para os admitir nem para os manter nos empregos, “a não ser que tenham por finalidade a sua protecção e segurança, ou de terceiros”, ou, também, “quando particulares exigências inerentes à actividade o justifiquem”.
Quanto aos trabalhos em causa, que implicam a manutenção de máquinas perigosas, enquadram-se neste tipo de excepção, que tem mesmo assim de ser devidamente fundamentada pela empresa, nota o advogado.
Pedro da Quitéria Faria explica que nem todas as situações em que a empresa comprova, por exame, ter havido consumo destas substâncias, resultam no despedimento com justa causa. São sempre analisadas as circunstâncias factuais e posteriormente aplicados os critérios da “proporcionalidade e da adequação”, podendo aferir-se que é mais adequada uma sanção menos gravosa, como a repreensão registada ou a suspensão.
O advogado não tem dúvidas de que o problema incide mais nos países do Sul da Europa do que nos países nórdicos, uma vez que existe geralmente nas regiões mediterrânicas um acesso mais facilitado ao álcool e uma cultura com maior predisposição para este tipo de comportamento. “Devido à actual conjuntura económica, que cria efeitos depressivos” na população, o advogado acredita que estas situações possam vir a suceder com maior frequência.

O que diz a lei?
“Para além das situações previstas na legislação relativas a segurança, higiene e saúde no trabalho, o empregador não pode, para efeitos de admissão ou permanência no emprego, exigir ao candidato a emprego ou ao trabalhador a realização ou apresentação de testes ou exames médicos, de qualquer natureza, para comprovação das condições físicas ou psíquicas, salvo quando estes tenham por finalidade a protecção e segurança do trabalhador ou de terceiros, ou quando particulares exigências inerentes à actividade o justifiquem, devendo em qualquer caso ser fornecida por escrito ao candidato a emprego ou trabalhador a respectiva fundamentação.”
Fonte: Número 1 do Artigo 19.º do Código de Trabalho


* A dependência do alcool é um flagelo em Portugal  a venda é livre, haja civilidade, também nas estradas os resultados têm sido evidentes apesar da vigilância das autoridades, passa por uma educação de base que tem de começar em casa.


.

CARLOS FIOLHAIS


Fernando Lanhas: 
    entre a ciência e a arte

Não sou o primeiro nem serei o último a dizê-lo: esta semana Portugal ficou mais pobre quando faleceu um dos mais originais artistas do século XX, o arquitecto Fernando Lanhas.

Foi em plena Segunda Guerra Mundial, no ano de 1944, que ele se afirmou como o expoente do chamado grupo dos Independentes, formados na Escola de Belas Artes do Porto, e que incluía nomes como Júlio Resende e Nadir Afonso. O seu quadro intitulado 02-43-44, exposto na altura no Instituto Superior Técnico em Lisboa, é justamente considerado a primeira expressão do abstraccionismo entre nós por romper radicalmente com toda uma tradição figurativa. Logo a seguir Lanhas, nascido no Porto em 1923 (portanto, na altura com 21 anos), ensaiou experiências inovadoras que incluíram a pintura abstracta em seixos. Chegou mesmo a realizar nos anos 50 uma pintura rupestre ao ar livre na Serra de Valongo.

Lanhas era um verdadeiro apaixonado pela ciência: encantava-se não apenas com as pedras no solo (foi um notável coleccionador de fósseis!), mas também com as estrelas no céu. Para ele, não havia dúvidas de que existia vida para além da Terra, no Universo infinito. Uma história passada durante a inauguração de uma sua exposição no Museu de Serralves, no quadro do Porto Capital Europeia da Cultura em 2001, é bem ilustrativa das suas convicções cósmicas. Ladeado pela Presidente daquela Capital, a astrónoma Teresa Lago, e pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, afirmou o artista que «a vida está por todo o lado» (referia-se ao Universo). Logo a astrónoma colocou uma nota de cautela: «Presumimos, Senhor Arquitecto». Lanhas não se ficou. E, algo incomodado, replicou: «Quer que dê a minha palavra de honra?». Valeu para sanar o incidente o Presidente da República que pegou no braço do artista para iniciar a visita à exposição.

Lanhas via uma unidade profunda entre arte e ciência. Por isso, na criação de muitas das suas obras de arte, inspirou-se na ciência. Fez, por exemplo, modelos da superfície da Lua, criou uma Carta das Distâncias e das Rotas dos Planetas do Sistema Solar e de algumas Estrelas, e preparou um Mapa das Ocorrências Verificadas no Universo desde a Explosão Inicial. Mas, como revela o episódio relatado, o seu sentido artístico acabava sempre por se sobrepor às conclusões científicas. Conforme acrescenta António Quadros Ferreira, professor de Belas Artes, num livrinho recente onde conta a engraçada história (O Lado de Cá. Conversas com Fernando Lanhas, Afrontamento, 2011): «O que está em causa [na arte de Lanhas] não é tanto a ciência e a sua função, mas a liberdade de sonhar». O introdutor da arte abstracta era aliás obcecado pelos seus sonhos, a ponto de os registar por escrito quando acordava


IN "SOL"
13/02/12

.




ESTA SEMANA NO
" SOL"

MUNDO OBSCURO
A cidade dos murmúrios

Sariha, uma mulher de vestes e véu negro, tem duas filhas a combater nas montanhas. «Só há guerrilheiros porque continuamos a não ter os mesmos direitos que os turcos – a nossa língua e a nossa cultura são proibidas».

Mehmet Budak, um calmeirão com o penteado moldado a gel, interrompe: «Nos anos 80, quando iniciámos a luta, não podíamos falar curdo na rua, não podíamos ouvir cassetes de música curda, não podíamos ter nomes curdos. Passo a passo, fomos conquistando direitos. A autonomia há-de chegar». Para trás ficaram os tempos em que Leyla Zana, deputada do BDP, foi presa durante 12 anos por ter falado em curdo no Parlamento. Mas a Roj TV, a única estação a emitir em língua curda (a partir do estrangeiro), foi encerrada esta semana pelo Estado dinamarquês, por pressão do Governo turco. «Temos imensos jornalistas presos. O editor de um jornal de Diyarbakir foi condenado a 360 anos de prisão. Limitou-se a defender a nossa causa, mas foi acusado de incitar ao terrorismo».

Segundo o BDP, há cerca de 5 mil políticos e activistas curdos presos. O primeiro-ministro Recep Erdogan deu mostras de alguma abertura para solucionar um problema que já matou 45 mil pessoas: admitiu programas em curdo na televisão e encetou negociações com Abdullah Oçalan, fundador e líder histórico do PKK, condenado a prisão perpétua em 1999 e detido na ilha de Imrali, no mar de Marmara, também conhecida como a Guantanamo da Europa. No entanto, depois das eleições de 2011, Erdogan terá cessado as reuniões secretas com Oçalan, prendeu os seus seis representantes legais e endureceu as operações militares contra o PKK, levando os 8 mil guerrilheiros a ripostar. Há quem tema uma nova guerra civil.

«Os curdos foram sempre oprimidos nesta região», diz Mehmet Ermin, presidente da Associação de Direitos Humanos. «Desde o tempo dos otomanos houve 29 movimentos de rebelião, 19 dos quais no tempo da República da Turquia [desde 1920]». Depois da descoberta da vala comum, chegam cada vez mais pedidos para encontrar desaparecidos. Chega uma carta a denunciar um acontecimento relativo a 1994, quando 11 miúdos, que partiam para se juntar ao PKK nas montanhas, foram interceptados pelas forças de segurança, assassinados e queimados. Só 18 anos depois é que alguém ganhou coragem para denunciar o caso. «É uma sociedade em que o risco de morte está sempre presente», diz Ermin. «Ainda há dois meses mataram dois miúdos numa manifestação. Queimam aldeias e destroem colheitas. Na semana passada, fizeram raides aqui na associação, na Câmara, em associações de jovens. Prenderam pessoas e levaram documentos».

Sultan Coban, uma dinamarquesa de ascendência curda a estudar em Istambul, faz parte da rede de activistas internacionais do BDP. «Há rapazes que recebem sentenças de dezenas de anos por atirarem pedras à Polícia. Quando recebem a sentença, preferem juntar-se à guerrilha das montanhas a ir para a prisão. Há mães que têm um filho nas montanhas, no lado do PKK, enquanto o outro é obrigado a fazer serviço militar no exército turco. Esta guerra sangrenta leva irmãos a disparar um contra o outro».

Histórias como estas são contadas pelos cantores de Dengbêj, recitadores de poemas épicos sobre os mais de 5 mil anos dos curdos nesta região. Após o golpe militar de 1980, com a criminalização da língua curda, os velhos cantores de Dengbêj foram silenciados. «As cassetes foram destruídas e quem fosse apanhado com uma era preso e torturado», diz Mehmedê Pîrsgîrêkvan, de 58 anos, barba grisalha e olhos de lobo da montanha. Em 1991, o curdo voltou a ser autorizado na indústria musical e, em 2007, o município de Diyarbakir fundou a Casa de Dengbêj.

Reunidos em redor de três mesas apetrechadas de tabuleiros de chá preto, estão 18 velhos cantores agarrados a masbaha (rosários islâmicos). Um deles, Seyithan Simsek, de 80 anos, coloca a mão esquerda atrás da orelha e, com uma expressão de sofrimento, solta os versos do seu povo, a cappella, porque são as palavras que mais importam. Canta desde os sete anos e a sua voz é tão forte que não se sente a falta de acompanhamento musical. «Não escrevemos estas canções. Elas fazem parte da nossa tradição oral», diz Mehmedê.

Um a um, os trovadores mostram os seus dotes, intervalados por aplausos e tosses de catarro. Simsek termina com uma letra sobre a liberdade. É uma melodia nostálgica, comovente, que soa a tiros nas montanhas, súplicas a Deus e gemidos nas masmorras.

Saindo da casa do Dengbêj, ainda se consegue ouvir a voz de Diyarbakir, abafada pela neblina nas ruas estreitas e milenares. É um murmúrio sofrido, uma súplica encolhida, um segredo amordaçado. As muralhas negras têm ouvidos e do alto das 82 torres que circundam a cidade há sempre alguém a observar.


* Século XXI, o pérfido e assassino colonialismo na Europa ainda não acabou.

.
.
,
5 - BIOMAS





.Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamado biótopo.

O termo "Bioma" (bios, vida, e oma, massa ou grupo) foi utilizado pela primeira vez em 1943 por Frederic Edward Clements[1] definindo-o como uma unidade biológica ou espaço geográfico cujas características específicas são definidas pelo macroclima, a fitofisionomia, o solo e a altitude. Podem, em alguns casos, ser caracterizados de acordo com a existência ou não de fogo natural. Com o passar dos anos, a definição do que é um bioma passou a variar de autor para autor.
mm



ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"

Jornalista da TVI suspenso

Os serviços de imprensa da UE vão apertar o cerco à recolha de imagens de conversas informais, depois de Vítor Gaspar e o seu homólogo alemão, Wolfgang Schäuble terem sido "apanhados".

A reunião do Eurogrupo que se realiza em Bruxelas na próxima segunda-feira, Vítor Gaspar e o seu homólogo alemão, Wolfgang Schäuble, vão poder falar à vontade, sem receio de que a sua conversa venha a ser difundida.

Os serviços de imprensa do Conselho de Ministros da União Europeia decidiram esta semana aplicar regras mais restritas para a recolha de imagens nos instantes que antecedem o início das reuniões ministeriais, os chamados tour de table e suspender durante um mês o acesso à sala do repórter de imagem responsável pela recolha das imagens da polémica.


* A democracia fascista dos políticos da União Europeia, o direito à informação é uma verdadeira treta.


.




ESTA SEMANA NO
"BOLA"

Mourinho e Cristiano Ronaldo 
com marcas históricas

A vitória do Real Madrid frente ao Racing Santander (4-0) não valeu apenas pelo resultado, pelo regresso em grande de Di Maria e pela manutenção da distância frente ao Barcelona. Mourinho e Cristiano Ronaldo têm também motivos pessoais para ficar satisfeitos.

Mourinho conseguiu igualar o número de vitórias do mítico Di Stéfano à frente dos merengues. Apesar disso o português mostrou humildade: «Di Stéfano é Di Stéfano e neste clube ninguém se compara a ele», disse.

No caso do madeirense, foi de golos que se fez o seu recorde. CR7 igualou a lenda madridista Juanito com 121 golos: 94 golos na liga espanhola, 16 na ‘Champions’, 10 na Taça do Rei e um na Supertaça. Isto em dois anos e meio. 121 golos em 123 jogos, quase um por jogo.

Juanito, precisou de dez temporadas para fazer o mesmo número de golos: 85 na liga, 8 na Taça dos Campeões Europeus, cinco na Taça UEFA, quatro na Taça das Taças, 15 na Taça do Rei e quatro na Taça da Liga.


* Sem alarde ou espalhafato, com muito trabalho e respeito pela história do clube.

.
.

2 - BRRR QUE FRIO !!!!!









nn


ESTE MÊS NO
"LE MONDE DIPLOMATIC"

TRABALHO E MEDIA
O tabu da exploração

por Sandra Monteiro

«“Explorados”!, novamente aí está, um termo que eu em princípio não usaria facilmente. Não sugiro que o tenha usado com ligeireza… Mas a exploração como elemento negocial não pode ser utilizada. Porque há muita gente que não está a explorar ninguém, que está meramente a dar emprego a pessoas, a retribuir um salário possível, dentro de uma economia de mercado que tem também as suas regras. Portanto a “exploração” talvez seja um adjectivo [sic] um bocado forte. (…) O senhor diga-me só, na Central [CGTP] contemplam que o mundo está a mudar em termos da dinâmica financeira toda que nos ultrapassa em muitos casos e que é preciso também criar uma nova ordem de relações laborais?»

Pode não ser logo evidente, mas a longa e opinativa citação, retirada de uma entrevista, pertence ao entrevistador. O jornalista Mário Crespo entrevistava o agora secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Arménio Carlos, no Jornal das 9 da SIC Notícias de 16 de Janeiro de 2012. Debatiam-se as alterações às leis laborais propostas pelo governo à concertação social, negociações de que a central sindical se afastou denunciando a falta de postura negocial do governo e a extrema gravidade do quadro legislativo imposto ao mundo do trabalho. Ainda assim elas culminaram, a 18 de Janeiro, na assinatura de um acordo que vincula as estruturas patronais e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Era a segunda vez que Arménio Carlos usava o termo que tanto incomodou o jornalista, primeiro para dizer que se estava a aproveitar a crise para aumentar a «exploração» e promover um maior desequilíbrio nas relações laborais e, pouco depois, para explicitar a situação a que são sujeitos os trabalhadores que vendem a sua força de trabalho: são «explorados». À segunda foi de vez, Mário Crespo teve de interromper. Tentando repor a ordem habitualmente reinante no espaço mediático, instruiu o convidado, sem êxito é certo, sobre as sãs regras da etiqueta discursiva que costumam ser observadas na televisão, ainda para mais em horário nobre, caso não se queira ser tratado como insensato ou anacrónico.

Já antes o jornalista se sentira à vontade para chamar «retórica» à forma como o convidado se exprimia e para o criticar quando, no seu entender, colocou o trabalho na esfera «do garantismo e dos direitos» (dizer «direitos» poderá ser aceitável, desde que não sejam garantidos nem laborais…). Mas a seguir, perante o repetido uso do conceito de exploração pelo sindicalista, Crespo adoptou um tom mais impositivo. Não é apenas um termo que o próprio dificilmente usaria; é um termo que não pode ser usado: «A exploração como elemento negocial não pode ser utilizada». Não é também apenas um termo de que ele discorda, por legitimamente ter um pensamento político diferente; é um termo cuja utilização ele se sente no direito de censurar, num tom entre o paternalismo e a agressividade, por o considerar ultrapassado numa altura em que o que importa é promover a aceitação da configuração que o mundo está a tomar e isolar ao máximo os que a contestam: «O senhor diga-me só, na Central contemplam que o mundo está a mudar (…)?»…

Vamos passar então a chamar-lhe uma conversa num programa televisivo, e não uma entrevista. Seria necessário e urgente que a comunicação social fizesse o debate sobre as vantagens de os órgãos de informação assumirem com clareza os pontos de vista subjacentes às suas análises e escolhas informativas. Seria desejável, para o reforço da democracia, que os cidadãos não tivessem quase só acesso a um campo mediático sem verdadeiro pluralismo de ideias e que tantos jornalistas deixassem de ver a sua autonomia ser cada vez mais constrangida pelas regras e interesses dos poderes económicos proprietários da generalidade dos meios de comunicação. Enquanto nada disto for uma realidade, fica a sensação, como diria Mário Crespo (mas agora acertando na gramática), de que chamar a esta conversa jornalismo talvez seja um substantivo um bocado forte.

Em rigor, esta conversa não pode ser vista como um exemplo do modo como habitualmente se reparte no espaço mediático, e sobretudo televisivo, o tempo dado ao confronto entre estas duas visões do mundo. Ao contrário do que aqui acontece, os pontos de vista que contestam o neoliberalismo têm um acesso muito limitado a esse espaço que é central à formação da opinião, à naturalização de consensos e à delimitação do campo dos possíveis. Ainda assim, esta conversa tem a vantagem de mostrar como é vital para o projecto neoliberal, e mais ainda durante a grave crise em curso, conter a visibilidade desse confronto de opiniões. Porque, quando irrompem no espaço público, as palavras ganham vida e as ideias que elas exprimem são discutidas, trabalhadas, apropriadas. Passam a fazer parte do acervo de possíveis que estão disponíveis para que as mudanças aconteçam. As palavras proibidas, que são tratadas como verdadeiros tabus, são lugares de experiência e de compreensão do mundo. Quanto mais elas traduzem uma realidade observável ou apontam para caminhos alternativos desejáveis, mais são objecto de anátema, em moldes mais ou menos sofisticados.

O tabu da exploração, tal como o do proteccionismo ou o das classes, contribui para fazer desaparecer do espaço público a noção de que a arquitectura de uma sociedade é feita de escolhas conflituais, que resultam das correlações de forças que historicamente se vão formando entre interesses divergentes. Actualmente o tabu apoia-se em duas ideias, repetidas através dos dispositivos de geração de subalternidade: a de que todos somos culpados pela crise e pela dívida, por «termos vivido acima das nossas possibilidades», e a de que esse barco da culpa em que todos estamos justifica o mar revolto dos sacrifícios que temos de aceitar, porque não há alternativa, não há dinheiro nem bem-estar para distribuir.

Como sugere Mário Crespo, num argumento ecoado por todos os neoliberais, ninguém quer explorar ninguém mas, como não há dinheiro, cria-se «uma nova ordem de relações laborais» para nos conformarmos a uma dinâmica financeira e de mercado «que nos ultrapassa»… e paga-se o «salário possível». Com um pouco de sorte, pensarão, os cidadãos esquecer-se-ão de que diferentes políticas gerariam e redistribuiriam os recursos de outro modo, limitando os rendimentos mais elevados, com o objectivo de reduzir as desigualdades socioeconómicas. E esquecer-se-ão de que, por cada pequena empresa em dificuldades que dificilmente poderia pagar salários mais elevados, há outras, onde todo o nosso destino colectivo se joga, em que lucros gigantescos resultantes de uma exploração cada vez mais desenfreada do trabalho são canalizados para remunerar o capital accionista a níveis sempre mais elevados, lucros esses que são depois investidos em produtos financeiros ainda mais remuneradores, numa espiral cujas consequências estão à vista…

Na Europa, o que importa agora aos defensores da tremenda regressão social em curso é que a crise das dívidas soberanas sirva, com a ajuda dos poderes públicos nacionais e das instâncias europeias, para transferir os custos do ajustamento estrutural para o mundo do trabalho. Como se verifica pela leitura do referido acordo assinado na concertação social [2], o que se prevê é que os trabalhadores portugueses vendam a sua força de trabalho mais barata, tanto por trabalharem mais tempo não pago, com eliminação de dias de férias e feriados, como através da diminuição do valor pago pelo trabalho extraordinário. Além disso, diminuem-se os montantes a pagar em caso de despedimento, que é em si mesmo facilitado, reduz-se a duração e o montante a pagar pelo subsídio de desemprego e, como se estes aspectos não fossem já suficientemente graves, dá-se uma forte machadada na negociação colectiva com a deslocação para o nível da empresa de decisões com tanto impacto para a vida dos trabalhadores e das suas famílias como a mobilidade geográfica e funcional.

A exploração, não só existe, como está a aumentar para níveis ainda recentemente inconcebíveis. Traduz-se na venda mais barata da força de trabalho, na criação de trabalhadores que se tornam sujeitos menos autónomos e com menos tempo para si. Ela é a marca deste tempo em que a única mudança para a qual se quer que os cidadãos estejam disponíveis é para aquela que resulta em mais acumulação, nalguns poucos, e mais privação, na esmagadora maioria dos restantes. Com mais exploração não se resolverá nenhum dos problemas da dívida ou da sustentabilidade da economia. Só teremos um país marcado por mais desigualdades e, com elas, mais expressões da arrogância de classe e do desespero de classe que se instala nos dois extremos da sociedade. Irão os trabalhadores encontrar as formas de participação colectiva que recusem a ideologia do «salário possível» e mostrem que a exploração, bem real, o será tanto menos quanto mais a tornarem impossível?

 * A palavra desigualdade quando se aplica a pessoas é tenebrosa.

.
.


GAUDI









mm