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Medina Carreira não encontra explicação para ser associado ao caso Monte Branco
O fiscalista Henrique Medina Carreira reafirmou na noite desta
sexta-feira não ter qualquer relação com o escândalo de branqueamento de
capitais e fuga aos impostos conhecido como caso Monte Branco,
garantindo não fazer ideia do que se está a passar para ter sido
envolvido na investigação.
Em entrevista à TVI, o antigo ministro das Finanças
disse que nunca constituiu qualquer sociedade na Suíça e insistiu não
conhecer Michel Canals nem Francisco Canas. “Nada desses nomes nem
dessas pessoas”, garantiu.
A casa e o escritório de Medina Carreira foram alvo de buscas
por parte da Polícia Judiciária na quinta-feira. Pelas autoridades,
disse, foi-lhe dito que era suspeito de fuga aos impostos e de
branqueamento de capitais relacionados com uma conta que Medina Carreira
diz que nunca teve e a montantes com um gestor de que nunca ouviu
falar.
O semanário Sol escreve hoje que o mandado de busca do juiz
Carlos Alexandre “indicia que o nome de Medina Carreira foi encontrado
nos documentos apreendidos a Canas como tendo três offshores geridos por Michel Canals, e que será mais um cliente da organização”.
“Nunca
constituí nenhuma sociedade em Zurique, nem em parte nenhuma, não
mandatei ninguém para que constituísse, nunca cruzei as portas do banco
[suíço] UBS. Portanto, a origem desta sociedade é-me completamente
estranha”, disse numa entrevista conduzida por Judite de Sousa, com que
Medina Carreira é o rosto do programa da TVI24 “Olhos nos Olhos”.
O
fiscalista diz estar “sossegado”, “extremamente sereno” e em
“tranquilidade absoluta”. E rejeitou “começar a inventar explicações”
para o facto de o seu nome aparecer envolvido na investigação e adiantou
não estar a pensar em mover um processo. “Vale a pena fazer alguma
coisa em Portugal?”. “É realista não andar com acções inúteis”, disse.
“A
voz pública que me vai chegando é de que se trata de uma perseguição em
relação a mim, por dizer aquilo que digo aqui e noutros sítios. Não
acredito que tenha sido isso, mas também não tenho nenhuma explicação
para isso”.
Medina Carreira, conhecido comentador de assuntos
económicos, considera que a sua actuação pública “não é tão relevante”
para ser perseguido. “Nunca ninguém me silenciou em Portugal”. Mas
reconhece que o facto de ser envolvido na investigação dará “prazer a
muita gente” e que esses estarão mais perturbados do que ele.
O
fiscalista confirmou as buscas à sua casa e ao seu escritório, onde as
autoridades verificaram os “mecanismos informáticos”, papéis e dossiers
“folha-a-folha”.
* É óbvio que é uma forma bem urdida de criar suspeições sobre Medina Carreira cujas opiniões desagradam a muita gente comprometida com dinheiro. Para nós os documentos foram forjados por alguém que quer desviar a atenção da investigação para caminhos inconsequentes.
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