18/12/2012

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HOJE NO
"PÚBLICO"

Nova técnica fornecerá imagens 3D 
da absorção pelo cérebro das 
radiações do telemóvel

 Afinal, o uso regular e prolongado do telemóvel é ou não uma ameaça para a saúde pública? A nova técnica pode permitir obter respostas em breve. 

Segundo dados da CTIA, associação internacional dos industriais das telecomunicações sem fios, os seis mil milhões de seres humanos que possuem um telemóvel usam-no , em média, meia hora por dia, com a duração média das chamadas a rondar os três minutos. Receia-se que as doses de radiações electromagnéticas emitidas pelos telemóveis, a que os nossos neurónios ficam assim expostos, façam aumentar o risco de tumores malignos do cérebro. 
Aliás, a Organização Mundial da Saúde já alertou para esse potencial efeito cancerígeno do nosso gadget preferido. Mas até hoje, os resultados dos estudos realizados para determinar se elesrepresentam ou não um real perigo não têm sido conclusivos.
As radiofrequências emitidas pelos telemóveis são absorvidas pelo cérebro e convertidas em calor. E agora, David Gultekin e Lothar Moeller – respectivamente do Centro de Estudo do Cancro Memorial Sloan-Kettering de Nova Iorque e dos Laboratórios Bell (New Jersey) – desenvolveram um método não invasivo que recorre à técnica de ressonância magnética. Mais precisamente, o novo dispositivo permite mapear em 3D, ao vivo e em directo e com grande precisão espacial e temporal, a temperatura dos tecidos cerebrais. Os resultados são publicados esta segunda-feira na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences.

A obtenção deste tipo de imagens colocava à partida um problema técnico: os fortes campos magnéticos gerados pelas máquinas de ressonância magnética proíbem a introdução de telemóveis (como de qualquer objecto metálico) dentro da máquina. Para contornar o obstáculo, os cientistas desenvolveram um sistema à base de uma antena. E, segundo escrevem no seu artigo, o dispositivo mostr“ao mesmo tempo seguro e conforme às normas de medição das taxas de absorção específica [de radiação electromagnética não ionizante]” – para além de não perturbar em nada ou quase nada a qualidade das imagens obtidas.

O seu trabalho sugere, concluem, que poderá ser possível afinar a técnica para conseguir determinar o aquecimento dos tecidos cerebrais vivos durante o uso do telemóvel. E conseguir, finalmente, avaliar os efeitos dos telemóveis sobre a nossa saúde quando andamos constantemente com eles encostados à cabeça.

* Qualquer dia os telemoveis vão trazer um aviso semelhante ao dos maços de tabaco.

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