08/12/2012

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HOJE NO
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Ziguezague de Passos Coelho. 
Afinal Portugal já quer ser igual à Grécia 

 O distanciamento da Grécia diminuiu, com Passos a admitir que vai pedir igual tratamento em três pontos específicos. Já Seguro pede um novo primeiro-ministro 

A frase repete-se, sobretudo depois do acordo conseguido por Atenas e perante as pressões várias para que Portugal renegoceie as condições do empréstimo: o país não é igual à Grécia. Passos voltou a ela ontem, no debate quinzenal no parlamento, mas agora com uma inflexão de conteúdo: há três pontos específicos, relativos aos empréstimos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que o governo quer ter para Portugal.
ziguezague

Passos Coelho admite pedir ajustes na parte do empréstimo do FEEF, “que reapresenta um terço do financiamento da troika” ao país, recusando mexer nos “dois outros terços” que “vêm do FMI e do Mecanismo de Estabilização Financeira”. Assim, a luta do governo português vai ser conseguir “um alongamento das maturidades dos empréstimos”, a “possibilidade de diferir o pagamento de juros – o que não quer dizer perdoar juros, quer dizer que pagam na mesma, mas têm a possibilidade de pagar mais tarde” – e ainda reduzir em 20 milhões de euros as comissões administrativas da parte do empréstimo vinda do FEEF, segundo as explicações de Passos.

Uma posição próxima do Presidente da República, lembrou Passos, confrontado com as declarações de responsáveis políticos, nos últimos dias, a pedirem condições mais favoráveis para o empréstimo português. Esta semana, Cavaco Silva já tinha falado na redução da comissão cobrada a Portugal pelos empréstimos do FEEF e também no “reembolso dos empréstimos do Fundo de Europeu de Estabilidade Financeira”.

Mas, para Passos, os dois primeiros pontos são os mais importantes: “Interessa que, no regresso aos mercados, os investidores percebam que não temos um muro de dívida para refinanciar.” A exigência aparece “ao abrigo do princípio da igualdade de tratamento”, com o primeiro- -ministro a garantir que o governo “não deixará de lutar por isso”.

Novo resgate 
O chefe do executivo ficou, no entanto, longe de encher as medidas ao líder do PS. António José Seguro tem insistido para que o governo peça em Bruxelas mais tempo e mais dinheiro, pontos que Passos continua a ignorar porque “ter mais tempo significa pedir mais dinheiro e isso é ter um segundo programa, ter mais dívida e mais tempo para pagar mais juros, por mais empréstimos que se vão obter”.
zaguezigue

Seguro atirou com as declarações de Paulo Portas, dizendo que o “ministro dos Negócios Estrangeiros defende mais tempo”, numa tentativa de explorar contradições dos vários governantes e deputados da maioria que falaram publicamente nos últimos dias a propósito das condições gregas. O mesmo tinha sido feito por Jerónimo de Sousa, logo no início do debate quinzenal sobre políticas sociais. O líder do PCP chamou “trapalhada” à falta de sintonia dos últimos dias e Seguro acusou o governo de falar a “duas vozes” sobre o programa de assistência financeira. Ambos ouviram Passos negar qualquer desentendimento.

Novo primeiro-ministro 
Seguro acabou por esticar a corda e admitir no plenário que Portugal precisava de “outro primeiro-ministro”, com “voz firme na Europa para defender os interesses do país”, o que acusa Passos de não estar a fazer na União Europeia. Mas de Passos ouviu um ataque duro ao comparar o líder socialista aos líderes comunistas por usar “uma cassete gasta”.
Entre os dois houve ainda picardia quanto ao corte de despesa, que Passos já admitiu ir além dos 4 mil milhões de euros numa proposta a apresentar em Janeiro. A oposição insistiu com o primeiro- -ministro para que antecipasse propostas, mas Passos saiu da Assembleia da República sem acrescentar um ponto nesta matéria.

* Temos um Primeiro-ministro ziguezague com um "líder" da oposição zaguezigue.

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