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* Com o passivo tão grande só um "deslumbrado" é que pensaria ser o negócio da TAP uma transacção muito lucrativa.
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Proposta para a TAP abaixo das
. expectativas do Governo
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Proposta para a TAP abaixo das
. expectativas do Governo
Efromovich baixou muito a proposta para a TAP. E incluiu uma série de
riscos que a desvalorizam muito. O Governo não esperava. Mas quer
negociar.
Germán Efromovich apresentou esta
sexta-feira uma proposta vinculativa para adquirir a TAP que é
substancialmente inferior à proposta não vinculativa, que havia já sido
apresentada ao Governo. Na base da descida de mais de 15% do valor da
empresa está a análise de riscos da TAP, que o candidato entretanto
realizou.
Estas informações foram apuradas pelo Negócios, que esta tarde revelou que a proposta do empresário dono da Avianca
passa pela assunção do passivo financeiro da TAP, no valor de 1,2 mil
milhões de euros, a que acresce um valor para injectar na empresa, que
pode ascender a 300 milhões. Na melhor das hipóteses, o Estado receberá
ainda cerca de 20 milhões de euros.
O problema é que esta proposta ficou condicionada a contingências,
que o Estado não considerou mas Germán Efromovich quantificou. Essas
contingências abarcam riscos quanto ao negócio da TAP no Brasil, bem
como a possibilidade de reversão da venda da Groundforce e a hipótese de
a concessão das lojas francas não ser renovada.
Estes riscos, que o
Governo havia desvalorizado, foram assumidos pelo concorrente entre a
apresentação da proposta não vinculativa e a proposta vinculativa, hoje
apresentada.
Estes riscos podem desvalorizar significativamente a TAP, colocando
na mesa a possibilidade de o Estado nem receber um cêntimo pela empresa.
No Governo, segundo fontes ouvidas pelo Negócios, a proposta foi
recebida com alguma decepção, mas há vontade de negociar. É o que
acontecerá de seguida: vendedor e candidato vão sentar-se para tentar
aproximar posições. A única alternativa do Estado à proposta de Germán
Efromovich é não vender.
Repare-se que valores muito díspares foram noticiados hoje pela
imprensa. A disparidade decorre basicamente de se estar a considerar o
“enterprise value” (método de avaliação que inclui a dívida) ou apenas o
“equity value” (método de avaliação que a exclui). Como a dívida
financeira ascende a 1,2 mil milhões de euros, a diferença entre o
“equity value” e o “enterprise value” é no caso da TAP muito grande.
Razão, também, para que notícias diferentes possam dar valores
diferentes para a mesma proposta: depende do critério que estão a citar –
se inclui ou não a assunção da dívida.
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