25/11/2012

 .
ESTA SEMANA NO
"VIDA ECONÓMICA"

Tema esteve em discussão 
na Católica Porto 
Ausência de ruído dos veículos elétricos
. levanta problemas de segurança 

A ausência de ruído dos veículos elétricos pode levantar alguns problemas em termos de segurança em ambiente urbano e, até de feedback e prazer de condução. Com efeito, pesquisas revelam o aumento do risco de colisão de peões e ciclistas com veículos silenciosos. Aliás, a legislação americana sobre segurança dos peões, publicada em 2011, exige que, num futuro próximo, estas viaturas possuam um alerta sonoro.

O Centro de Criatividade Digital (CCD) da Escola das Artes da Católica Porto promoveu um debate sobre o tema e vai arrancar, no início de 2013, com um concurso internacional para o design de som em veículos elétricos. "A questão do som (ou falta dele) é algo que se torna agora cada vez mais óbvio com o aumento de veículos destes a circular nas nossas estradas e cidades. 

 Problemas de segurança criados pela dificuldade de detetar veículos tão silenciosos (como atropelamentos ou colisões), questões de feedback e prazer de condução de veículos que não devolvem reações sonoras à condução que se pratica, oportunidades de costumização sonora dos veículos (por exemplo, o condutor poder alterar o som do seu veículo a seu gosto, ou pelo fabricante que o usa como branding sonoro) são seguramente pontos nas agendas dos fabricantes de automóveis", disse à "Vida Económica" Luís Gustavo Martins, diretor do departamento de som e imagem da Escola das Artes da Católica Porto, quando questionado se os construtores automóveis estão recetivos à introdução de som nos carros elétricos.

Luís Gustavo Martins acredita, por isso, que "há um interesse claro nesta problemática do 'som que deve fazer um veículo elétrico?', e que pode ir muito além da simples imitação do tradicional som de um motor de combustão interno, ou da proposta de meros sons electrónicos e pouco dinâmicos e adaptativos às condições de condução, do próprio condutor, ou do ambiente ou contexto onde o veículo se encontra (como seja num engarrafamento de trânsito, à noite numa zona residencial, numa zona com muitos peões, etc.)".

A mesma fonte salienta que o CCD da Católica Porta poderia ter um papel "na fase concetual e criativa do design do som" numa possível industrialização. "O CCD assumiria assim neste processo um papel semelhante ao que um gabinete de design automóvel assume, em que depois de definido o conceito estético para um novo veículo, e de se construir protótipos não funcionais em diferentes escalas, se passa para um protótipo funcional já com componentes de engenharia (como a suspensão, travões, motor, etc.), e onde se valida o design proposto e a exequibilidade do mesmo do ponto de vista funcional e até comercial", refere Luís Gustavo Martins. 

*  Os problemas do silêncio

.

Sem comentários:

Enviar um comentário