09/11/2012

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HOJE NO
"PÚBLICO"

Carlos Silvino diz que todos 
são inocentes no processo Casa Pia 

Carlos Silvino, o antigo motorista da Casa Pia condenado a 15 anos de prisão por abusos sexuais de menores daquela instituição, disse na tarde desta sexta-feira em tribunal que mentiu durante todo o julgamento do caso, incriminando-se a si e a outros arguidos como o antigo apresentador de televisão Carlos Cruz.

ESTÃO QUASE A SER 
EX-CONSIDERADOS PEDÓFILOS

Silvino, também conhecido por “Bibi”, está a ser ouvido no Campus da Justiça de Lisboa, onde está a ser julgada a parte do processo de pedofilia relativa aos crimes que terão sido cometidos numa vivenda em Elvas.

Aquele que é o principal arguido no processo de pedofilia afirmou ter mentido ao tribunal por pressão do seu advogado à época, Manuel Dória Vilar, e dos inspectores da Polícia Judiciária (PJ) que então o investigaram, tendo nomeado, em particular, a inspectora coordenadora Rosa Mota.

Não é a primeira vez que Silvino assume ter prestado falsas declarações em tribunal, embora nunca o tenha feito em audiência de julgamento. Em Janeiro de 2011, numa entrevista à revista Focus, Silvino negou a generalidade dos factos dados por provados no julgamento da primeira instância e garantiu que todos arguidos do processo eram inocentes. Garantiu ainda que nunca transportou rapazes para as casas de Elvas, da Avenida da Forças Armadas, em Lisboa, e outras referenciadas no processo, algo que voltou a repetir na audiência desta sexta-feira.

“Nunca abusei de nenhuma criança”, disse. “Sempre tive as minhas namoradas.” Silvino justificou o facto de só agora denunciar as pressões de que diz ter sido alvo por andar medicado aquando da realização do primeiro julgamento.

Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial da Polícia Judiciária recusou fazer qualquer comentário às declarações do principal arguido do processo Casa Pia. E adiantou que a inspectora Rosa Mota, agora a prestar serviço na Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, não está autorizada a prestar declarações sobre o caso.

Já o advogado Dória Vilar, que representou Carlos Silvino apenas na fase de inquérito que precedeu o início do julgamento, negou ter exercido qualquer tipo de pressão sobre o seu cliente. “Essas afirmações são infundadas e não têm qualquer razão de ser”, disse ao PÚBLICO, acrescentando que não mais voltou a contactar Silvino desde que o caso começou a ser julgado, em Novembro de 2004.

* Parece um enredo de Kafka, para ainda ficar mais elaborado só falta as vítimas dizerem que imploraram aos violadores para as sodomizarem
O dinheiro é capaz de tudo...

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