14/11/2012

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Mais de 80 milhões de gravidezes indesejadas por falhas no planeamento familiar 

Em 2012, deverão ocorrer em todo o mundo 80 milhões de gravidezes indesejadas devido a falhas no acesso a planeamento familiar, sobretudo nos países pobres, segundo dados das Nações Unidas divulgados esta quarta-feira. 

 "Dos 80 milhões de gravidezes indesejadas, que deverão ocorrer em 2012, estima-se que 40 milhões terminarão em aborto", refere o relatório, adiantando que há nos países em desenvolvimento 222 milhões de mulheres que "não conseguem exercer o direito ao planeamento familiar".
A falta de acesso a informação e serviços de planeamento familiar, a escassez de contracetivos, mas também a pobreza, as pressões sociais, a desigualdade entre homens e mulheres e a discriminação, são, segundo as Nações Unidas, razões que retiram às mulheres a hipótese de escolher quando e quantos filhos querem ter.
Os dados constam do relatório sobre o estado da população mundial em 2012, do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), apresentado esta quarta-feira em simultâneo em vários países, incluindo Portugal.
"Sim à opção, não ao azar: planeamento familiar, direitos humanos e desenvolvimento" é o tema do relatório, que associa o investimento no planeamento familiar à redução da pobreza, a ganhos na saúde e na educação e à promoção social e laboral das mulheres.

Atualmente estimam-se em 1.520 milhões o número de mulheres em idade reprodutiva que vivem em países em desenvolvimento. Destas, 867 milhões recorrem a contracetivos, mas apenas 645 milhões usam contracetivos modernos.

A maior parte dos 80 milhões de gravidezes indesejadas - 63 milhões - inclui-se no universo de 222 milhões de mulheres sem recurso a planeamento familiar.
Cerca de 18% das gravidezes indesejadas ocorrem entre os 603 milhões de mulheres que usam métodos contracetivos modernos e estão relacionadas com o uso incorreto ou falhas do método usado.

"Respondendo às necessidades de planeamento familiar em todo o mundo evitar-se-iam 54 milhões de gravidezes indesejadas, que resultariam na redução em 26 milhões do número de abortos", prossegue o estudo, acrescentando que para satisfazer totalmente as necessidades de planeamento familiar seriam necessários 8.100 milhões de dólares (6.363 milhões de euros) anuais.

Os abortos realizados em más condições representam quase a totalidade destas interrupções da gravidez, sendo que 98% ocorrem em países em desenvolvimento, sobretudo na África subsaariana.
Dados da Organização Mundial de Saúde, citados pelo relatório, revelam que anualmente são realizados 21,6 milhões de abortos em más condições.
O estudo estima ainda que se o planeamento familiar estivesse à disposição de toda a gente nos países em desenvolvimento, seria possível reduzir em 11.300 milhões de dólares (8.898 milhões de euros) os custos com a saúde materna e infantil.

O FNUAP obteve em julho promessas de contribuições de 2.000 milhões de dólares (1.573 milhões de euros) dos países em desenvolvimento e de 2.600 milhões de dólares (2.045 milhões de euros) de doadores para conseguir disponibilizar planeamento familiar a mais 120 milhões de mulheres até 2020.
 Se este número fosse alcançado, as Nações Unidas estimam que seria possível reduzir em três milhões o número de crianças que morrem no primeiro ano de vida.
O estudo destaca ainda os efeitos positivos do planeamento familiar no crescimento das economias, dando como exemplo os países asiáticos, onde resultou em maior produtividade e estimulou o crescimento económico.

Cita ainda, como exemplo, um estudo recente realizado na Nigéria, que prevê que se nos próximos 20 anos a taxa de fecundidade no país caísse para apenas um filho por mulher, a economia cresceria pelo menos 30 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros).
A REFEIÇÃO DO ABUTRE

Em 2012, a população mundial deverá atingir os 7.052,1 milhões de pessoas, registando uma taxa de crescimento de 1,1% e uma esperança média de vida de 67 anos para os homens e 72 anos para as mulheres.
A taxa de fecundidade mundial será de dois filhos por mulher. Nos países em desenvolvimento, a fecundidade sobe para três e nos menos desenvolvidos para quatro filhos.
A taxa de fecundidade na África subsaariana é cinco filhos por mulher.


* ACRESCEM MAIS OITENTA MILHÕES DE CRIANÇAS INFELIZES. 
Mas a grande hipocrisia de nós todos reduz isto a algarismos e dormimos bem.

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