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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Revisão do memorando
Parceiros sociais lamentam pouca
sensibilidade da troika
Os parceiros sociais lamentaram hoje a falta de sensibilidade da 'troika' para a revisão do memorando de entendimento e consequente alargamento dos prazos para que Portugal possa cumprir os compromissos acordados com os credores internacionais.
No final do
encontro, que durou perto de três horas, no Conselho Económico e Social,
UGT, CGTP e Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP)
falaram a uma só voz, dizendo que os representantes da Comissão Europeia
(CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE)
ouviram as suas preocupações, mas nada disseram perante os apelos
feitos pelas estruturas sindicais e, no caso, pela confederação liderada
por Vieira Lopes.
"A 'troika' ouve muito, mas fala pouco", disse
este responsável, acrescentando que "no pouco que falou não se mostrou
recetiva ao essencial" das propostas da CCP que se prendem com "a
revisão do acordo".
"Na nossa opinião, o acordo é irrealista, não
está adaptado à situação económica portuguesa e produziu o desastre a
que nós assistimos neste último ano", disse Vieira Lopes, referindo que
questionou também os credores internacionais sobre se acreditam neste
Orçamento do Estado para 2013.
E especificou: "Perguntamos à
'troika' se acreditavam neste Orçamento, se era realista e exequível e
como é que, sendo exequível, já se está a discutir o corte de 4 mil
milhões de euros. Deu uma resposta incipiente, que acreditava, mas que
se trata de decisões do Governo português".
Ao longo de três
horas, foram muitas as questões e também a UGT perguntou aos
representantes da 'troika' sobre a necessidade de antecipar para
fevereiro o corte de 4 mil milhões de euros quando, inicialmente, o
Governo tinha mencionado efetuar este corte até 2014.
"Questionámos
muito a 'troika' relativamente ao corte de 4 mil milhões de euros e se
confirma ou não que, de facto, os 4 mil milhões de euros são iniciativa
do Governo e que esta matéria tem de ser decidida até fevereiro. Quem
cala consente. Questionámos e eles calaram", afirmou João Proença.
No
entender do secretário-geral da UGT, "não faz sentido que o que a
'troika' tinha apontado - cortes da despesa até 2014 - agora apareça
como um ultimato até fevereiro", considerando tratar-se de "um ultimato
do Governo aos portugueses, à função pública, ao Estado social.
Também a CGTP lamentou o facto de as propostas da central não terem sido acolhidas pela 'troika'.
"São
surdos, são cegos e só não são mudos porque são obrigados a falar aqui
na concertação", disse Arménio Carlos, acrescentando que estas reuniões
"só servem à 'troika' e ao Governo".
Transmitiram aos
representantes internacionais que "a atual política é errada" e
propuseram, por isso, a renegociação da dívida, "o que não foi aceite",
segundo Arménio Carlos.
Afastada está a possibilidade, segundo
disseram aos jornalistas, de rever as metas acordadas com o Governo
português, quer no que se refere à revisão do memorando, quer no que diz
respeito ao prolongamento das datas para que Portugal cumpra o
acordado.
Os parceiros sociais estiveram reunidos desde as 15:00
com os representantes da 'troika' no Conselho Económico e Social (CES),
no âmbito da sexta avaliação ao Programa de Ajustamento Económico e
Financeiro.
O último encontro foi a 3 de setembro, no âmbito da quinta avaliação.
* Os parceiros sociais estão a querer passar por ingénuos ou por parvos?? A troika não tem que ter sensibilidade, emprestou-nos dinheiro com juros altíssimos e esse é o negócio, sensibilidade p'ra quê, é lucrativo???
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