08/10/2012


  HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"


Incumprimento das famílias e 
empresas nunca foi tão elevado 

O crédito malparado das famílias e empresas continua a aumentar. Em Agosto, o valor das cobranças duvidosas voltou a subir para níveis nunca antes vistos. 

No total, a banca tem 15,6 mil milhões de euros de crédito malparado em carteira. Este valor corresponde a 6,39% do saldo do total dos empréstimos existentes (244,5 mil milhões de euros), de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal.

A maior fatia do malparado é da responsabilidade das empresas. Os incobráveis das empresas ascendiam a 10,6 mil milhões de euros em Agosto. Este valor representa 9,81% do total dos financiamentos concedidos. O peso do malparado entre as empresas atinge assim um novo recorde.

Entre as famílias o cenário não é mais animador. Os incobráveis atingiram 4,97 mil milhões de euros, ou seja, 3,66% do total dos empréstimos concedidos. O peso do malparado entre as famílias é menor devido, sobretudo, aos créditos à habitação, que são os últimos que as famílias deixam de pagar. Porque no consumo o peso das cobranças duvidosas supera os 10%.

Assim, no segmento de habitação, o malparado atingiu os 1,97%, ou 2,18 mil milhões, em Agosto. O peso do malparado iguala assim o valor atingido em Abril deste ano, não existindo qualquer valor mais elevado nos dados disponíveis no Banco de Portugal.

No crédito ao consumo, os bancos têm em carteira 1,57 mil milhões, ou 11,40%, de malparado em carteira. Os dados do Banco de Portugal recuam atém Dezembro de 1997 e não há qualquer registo de um nível mais elevado.
Nos empréstimos para outros fins, onde se inclui educação, empresários por conta própria e energia, o malparado atingiu os 10,90%, o que também corresponde a um novo máximo histórico.

As dificuldades das famílias e empresas em conseguirem cumprir com as suas obrigações perante a banca têm aumentado, devido à redução de rendimentos, ao aumento do desemprego e à quebra de consumo. 

* É para pôr os portugueses nesta situação que o governo reúne durante 13 horas e ao domingo.

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