16/10/2012

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Poucos doentes têm apoio à dor 

Apenas 3% dos doentes com dor crónica têm acesso ao tratamento, alertou ontem a médica Matilde Raposo, coordenadora da Clínica da Dor do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, na apresentação do ‘Manual da Dor’, destinado a médicos e doentes.

Uma das razões para a falta de acesso ao tratamento da dor deve-se, sublinhou a médica, a que "persistam mitos" acerca dos opióides, como a morfina. "Ainda há a ideia que os doentes possam ganhar dependência [da morfina] e por isso o acesso ao tratamento não é fácil".
Luís Portela, fundador da Unidade da Dor no IPO, afirmou haver "constrangimentos" ao tratamento e destacou a dificuldade de implementação de unidades certificadas e de recrutamento de pessoal com formação, acusando ainda a ausência de uma rede de referenciação de doentes. Luís Portela alertou para o "risco" de os opióides perderem a comparticipação do Estado, que é de 100%. A Unidade da Dor do IPO tem dois médicos (um a tempo parcial), que em 2011 fizeram 600 primeiras consultas e 2800 de seguimento.

* O doente afectado com dor crónica é um sofredor a tempo inteiro, não vive um minuto sem dor, acorda estafado como se não tivesse dormido e enfrenta um novo dia em permanente sofrimento. Os médicos que dão apoio a estes doentes são, no bom sentido do termo, anjos da paz, pena haver tão poucos.

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