19/09/2012


 
HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Oncologia está sub-financiada 
e há situações de falta de equidade 

O diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, considerou, esta quarta-feira, que a oncologia em Portugal está sub-financiada e reconheceu que há situações de desigualdade entre doentes tratados no público e no privado.

Na comissão parlamentar de Saúde, Nuno Miranda afirmou aos deputados que "a oncologia está sub-financiada", indicando que é necessário estabelecer como se "divide todo o bolo" do financiamento da saúde em Portugal.
O responsável assumiu que não consegue quantificar este sub-financiamento e anunciou que vai ser estudado e analisado o dinheiro usado com três patologias na área oncológica: cancro do colo do útero, da mama e colorretal.
"A partir do momento que concluirmos esse estudo será possível perceber se os hospitais estão a receber mais ou menos [verba] do que deviam ou necessitavam", indicou em declarações aos jornalistas no final da comissão parlamentar.
Para o próximo ano vai avançar uma experiência em seis unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o objetivo de criar um pacote de financiamento que vá seguindo cada doente oncológico novo durante dois anos. 


"O objetivo é termos um pacote de financiamento que cobre todos os tratamentos de um doente. O dinheiro segue o doente, mesmo que tenha de realizar tratamentos em hospitais diferentes. O dinheiro estará associado ao doente e não ao hospital", explicou.
A experiência vai avançar nos três Institutos Português de Oncologia, no Centro Hospitalar de Lisboa Norte, nos Hospitais da Universidade de Coimbra e no Hospital de São João (Porto).
Sobre a equidade nos tratamentos oncológicos, Nuno Miranda reconheceu que "não faz sentido" que os hospitais do SNS não disponibilizem determinados medicamentos aos doentes quando depois os paga a outros doentes tratados em hospitais privados, através de subsistemas de saúde, como a ADSE.
Em causa está uma situação apontada e criticada pelo deputado socialista Manuel Pizarro, que relatou o caso de doentes da ADSE que recebem determinados medicamentos em hospitais privados, quando esses fármacos não são disponibilizados nas unidades do SNS. 

"O que eu não posso aceitar é que o Estado no SNS limite o acesso a certos medicamentos e depois o mesmo Estado financie os hospitais privados que administram o medicamento a doentes da ADSE", criticou Manuel Pizarro.
O diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas admitiu que esta situação é real e que não promove a equidade que é defendida no acesso à saúde.


* Já hoje aqui afirmámos que os intermediários políticos das seguradoras e banca estão a trabalhar muito bem no sentido de extinguir o Serviço Nacional de Saúde.

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