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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Avião da TAAG descolou do Porto
após acordo de caução
O avião da TAAG que na quarta-feira esteve retido no aeroporto do Porto descolou "por volta das 23:45", após o acordo de uma caução de 360.000 euros, afirmou o ex-empresário que interpôs uma ação judicial contra o Estado angolano.
"O avião saiu
daqui por volta das 23:45 porque foi acordada uma caução de 360.000
euros. Espero o bom senso das autoridades angolanas para definitivamente
porem cobro a esta situação", afirmou Manuel Lapas Correia, em
declarações à agência Lusa.
O ex-empresário acrescentou ainda que
vai pedir uma indemnização no valor de 960.000 euros "por danos morais,
familiares e patrimoniais", uma vez que "a situação é muito mais
abrangente que o montante da penhora".
Manuel Lapas Correia diz
ter sido alvo de "uma burla" em 1996, quando, na qualidade sócio-gerente
da empresa FILAPOR, de Vila Nova de Gaia, negociou com as Forças
Armadas Angolanas (FAA) a exportação de mais de um milhão de euros em
bens alimentares, mobiliário e colchões para quartéis do país, sem nunca
receber os quase 265.000 euros que contratualizou.
"Há danos
irreversíveis que durante mais de uma década foram provocados
intencionalmente pelas autoridades angolanas. Eu estou causticado porque
é uma luta desigual, estou cansado. Normalmente os Estados comportam-se
de uma forma desprezível perante os seus cidadãos e [isso] culmina
quase sempre com o abate dos cidadãos pela exaustão", lamentou Manuel
Lapas Correia.
Para o antigo empresário, "a maior cumplicidade
neste processo é do Ministério dos Negócios Estrangeiros, porque em 2004
este montante de penhora foi enviado de Angola para Portugal e ficou
retido na embaixada de Angola em Portugal".
Considerando que "já
foi uma conquista" conseguir um acordo para o pagamento de uma caução, o
antigo empresário entende que "não há uma explicação plausível nem
racional" para todo este processo.
"Porque é que as autoridades portuguesas são subservientes perante o comportamento da República de Angola?", questionou.
O
avião, no valor de vários milhões de euros, aterrou no Porto por volta
das 18:35 de quarta-feira e, segundo Manuel Lapas Correia, terá sido
arrestado por um agente de execução mandatado pelo Tribunal de Vila Nova
de Gaia, no seguimento de uma decisão de penhorar bens angolanos em
Portugal no valor de 350.000 euros.
Para o ex-empresário, a
apreensão do Boeing 777 das Linhas Aéreas de Angola -- TAAG significa "o
culminar de uma impressionante odisseia de 16 anos", que lhe suscita
"um alívio enorme".
Manuel Lapas Correia já tinha interposto um
recurso no Tribunal da Relação solicitando uma indemnização de quase
960.000 euros, decorrente de "danos materiais, pessoais e familiares" e
da "tortura psicológica" de que diz ter sido alvo em Angola, quando,
entre 1996 e 2002, tentou receber o valor que o Estado angolano tinha
acordado pagar.
Depois de 16 anos em sucessivos processos e
recursos judiciais contra o Estado angolano, o Tribunal de Vila Nova de
Gaia deu razão ao recurso interposto por Manuel Lapas Correia, que atuou
sob a alçada do requerimento executivo entregue no início de setembro, o
qual o capacitou a penhorar bens angolanos em território português.
A
31 de maio de 2012, o Tribunal Judicial de Gaia condenou a República de
Angola a ressarcir o ex-empresário em quase 265.000 euros, que,
acrescidos de juros remontantes a 2004, perfaziam mais de 350.000 euros.
O
Estado angolano não recorreu em tempo útil desta decisão, no que,
segundo os representantes legais de Manuel Lapas Correia, equivaleu a
uma confissão.
* Este cidadão português é um herói, lutou sózinho contra a prepotência do ZEDU e dos seus amigos políticos portugueses, merece a "Torre Espada"
.
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