17/09/2012

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 DROGAS LEGAIS?


  

 Esta semana investigamos o aumento da utilização das chamadas drogas legais na Europa, substâncias que imitam os efeitos das drogas ilícitas.

Vamos a Portugal falar com consumidores e peritos e também à Roménia, outro exemplo de um país que se debate sobre uma questão complexa.

"Eu não sei até que ponto elas são perigosas tão perigosas como a heroína, ou se são assim... como a cannábis que não tem um impacto assim tão grande", explica um consumidor.

São conhecidas por vários nomes, em diferentes países: substâncias psicoativas, drogas legais, estimulantes ou substâncias etnobotânicas.
Fazem parte de um novo fenómeno que está a crescer na Europa. Substâncias legais que imitam os efeitos das ilícitas. Mas são também foco de um debate crescente.

As novas drogas aparecem no mercado a uma velocidade de mais de uma por semana. Alguns países estão preocupados com a saúde, outros têm uma abordagem diferente.

Portugal é um dos países onde as lacunas legais permitem comprar estes produtos, essencialmente, sintéticos.

Para alguns, a tentação de experimentar estas novas substâncias é demasiado grande.

"Estão facilmente disponíveis. Conseguimos ir a uma loja, facilmente, e adquirir essas drogas. E essas drogas são novas. E é também uma oportunidade de experimentar novas drogas. E a polícia também não nos pode dizer nada, prender ou levar, não nos pode fazer nada. Por isso sentimo-nos mais seguros, dessa forma, a consumir essas drogas. Também estão mais facilmente acessíveis", diz um ex-consumidor.

A internet é outro meio de aquisição destas drogas, apesar dos esforços dos governos há centenas de sítios disponíveis.

Em alguns países estas drogas legais são vendidas em lojas. Em Portugal, por exemplo...

"Funciona, geralmente, onde o Estado é muito protetor e interfere demasiado na vida do cidadão. É preciso ter livre arbítrio, hoje em dia funciona, basicamente, nos países onde a legislação não é forte. A loja existe por causa de uma falha da legislação", explica o dono de uma destas lojas, em Lisboa.

É o caso de Portugal onde não se prendem pessoas pela posse de pequenas quantidades de drogas.

Para Carla Joaquim, assistente social da Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência, o seu trabalho é muito importante:

"Nós avaliamos sempre as consequências dos consumos das substâncias, tanto lícitas como ilícitas, na pessoa. Faz-se uma avaliação psicossocial, tentamos perceber se existem problemas psicológicos ou psiquiátricos. Perceber quais são as influências dos consumos nas pessoas."

No último ano foram detetadas 49 novas substâncias através de um sistema de alerta da UE a lista deste ano já alcançou as 36. As autoridades dizem que as questões de saúde são a sua maior preocupação.

Roumen Sedefov, trabalha no Centro Europeu de Monitorização para Drogas e Adição, para ele há graves problemas:

"Estas são substâncias que nunca foram testadas em humanos. São substâncias que não têm nenhuma história em uso humano. Substâncias sobre as quais sabemos muito pouco em termos toxicológicos, perfil de segurança, farmacologia. Por isso, é claramente algo a que temos de estar atentos, algo que precisamos conhecer, sempre que substâncias novas entram mercado."

Algumas das chamadas drogas legais estão relacionadas com doenças e mesmo mortes em alguns países empurando a questão para a agenda política. Londres abriu mesmo aquilo a que chama de Club Drug Clinic.

Bruxelas está, atualmente a rever as medidas para compreender se funcionam, particularmente no caso das novas drogas. No final do ano haverá novas propostas.

Individualmente, alguns países já entraram em ação. A Roménia proibiu, no ano passado, mais de 40 novas substâncias.

Aqui, os peritos, realçam uma outra preocupação. Os consumidores estão a injetar as novas drogas mais baratas, mais fáceis de encontrar.

Uma equipa de troca de seringas diz que as substâncias artificiais estão a ser injetadas, muitas vezes, com sangue contaminado, pela partilha de seringas. A possibilidade de contágio, pelo HIV e de doenças infecciosas, aumenta.

Mas há outra questão, a mistura de novas drogas pode ser muito mais perigosa do que a das antigas drogas ilícitas.

Dan Popescu é o coordenador da equipa de troca de seringas, em Bucareste, para ele a realidade está a mudar:

"Os consumidores de heroína podiam viver 10, 15, 20 anos. No caso destas drogas legais podem morrer entre 6 a 12 meses, se se injetarem, se não tiverem sorte e, normalmente, eles não são muito cuidadosos."

* Um interessante trabalho do "EURONEWS" publicado a 12/07/12

NR: Drogas, legais podem ser, inofensivas nunca! É mais um negócio pouco inocente destinado a entorpecer mentalidades através duma dependência tóxica.
Quem ganha em legalizar drogas? O poder, quanto mais estruturalmente fracas as cabeças das pessoas mais fácil dominá-las!!

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