08/08/2012

JOANA AMARAL DIAS


  

 Portugal dourado

 Portugal pode não ganhar nada nos Jogos Olímpicos. Mas se os Jogos fossem de Gestão vínhamos de Londres carregadinhos de ouro, ainda mais do que aquele que trouxemos do Brasil. 

O mais recente relatório CMVM sobre as sociedades cotadas indica que, em 2010, os administradores executivos acumulavam, em média, o cargo com funções executivas em oito empresas. Portanto, eis os turbo gestores, a fina flor, a nata, crème de la crème. Se a CMVM levanta questões sobre conflitos de interesses e a capacidade para responder a tantos cargos é porque não conhece as excelsas faculdades destes Michaels Phelps da gestão.
Atenção. Nada disto está relacionado com redes de influência e favores, tudo isto é mérito, tudo isto é fado. A prova é que as remunerações médias destes executivos são de 450 mil euros, melhores do que as dos espanhóis, alemães ou finlandeses. Se a sua perfeição não se reflecte no vigor da economia é por motivos que lhes são alheios. Afinal, muitos destes são os mesmos que passam o tempo a recomendar a baixa de salários e o aumento da precariedade. Dos outros, é claro.



Docente universitária


IN "CORREIO DA MANHÃ"
 04/08/12

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