Conquiste
o emprego certo para si
Já lá vai o tempo em que encontrar trabalho era tarefa fácil.
E já nem sequer vivemos naqueles dias em que conhecer alguém bem
posicionado ditava o sucesso quase certo na busca de emprego. Com a taxa
de desemprego mais alta que o país já conheceu – acima dos 15% e a
subir –, hoje mesmo um bom currículo é apenas meio caminho andado. O que
fazer quando nada é garantido?
Para começar, pesquise.
Procure em todos os sites de recrutamento e nas páginas online das
próprias empresas o emprego que gostaria de ter e no qual acredita que
seria bom. Não seja modesto: afinal, quanto mais difícil é encontrar
trabalho, menores são as probabilidades de, caso não goste ou não se
adapte, poder mudar de ramo e conseguir rapidamente novo lugar noutra
empresa.
E lembre-se que Portugal é apenas uma entre dezenas de
possibilidades. Se nos dias que correm tem contra si uma quantidade
absurda de candidatos a um lugar, não se limitando sequer as propostas a
pessoas do mesmo país onde vive, a ausência de fronteiras na União
Europeia e a afinidade com países como o Brasil, Cabo Verde, Angola ou
Moçambique abrem-lhe portas que há apenas uma dezena de anos nem sequer
existiam. O limite para a sua busca é apenas definido por si, pelas suas
ambições e por aquilo que está disposto a fazer (ou de que está
disposto a abdicar) para conseguir trabalho.
Quando a sua pesquisa
estiver reduzida a meia dúzia de hipóteses consistentes – atenção, ser
ambicioso não é o mesmo do que ser irrealista; se nunca fez mais do que
uns ovos estrelados não pode realmente pensar que seria boa ideia
candidatar-se a um lugar de chef... –, está na hora de dar um passo em
frente.
Comece pela via tradicional: atualize e adapte o
currículo. Mas esqueça o formulário europeu. Inove, crie uma carta de
apresentação que capte a atenção de quem a ler e complemente o seu
currículo com informação relevante para a empresa e o cargo a que se
candidata.
Na maioria dos casos, porém, há um caminho mais fácil
para fazer o primeiro contacto. Lembre-se que vive na era das redes
sociais. A maioria das empresas e agências de recrutamento estão
presentes nas principais redes (LinkedIn, Twitter, Facebook...) e muitas
vezes utilizam-nas para procurar talentos. Construa uma página
profissional e preencha-a com todo o tipo de informação que acredite ser
relevante para o recrutador – incluindo o seu gosto por desportos
radicais e alturas se estiver a tentar chegar a alguém que todos os
fins-de-semana se atira de aviões de para-quedas.
Não tenha medo
de parecer animado, mas não minta – na maioria das vezes as bombas
rebentam-lhe na cara. Já imaginou o que aconteceria à sua credibilidade
se fosse escolhido para o lugar, o seu novo chefe o presenteasse com um
salto e você tivesse de lhe confessar que sofre de vertigens?
Marcar
reuniões com os recursos humanos das empresas onde gostaria de
trabalhar também pode ajudar. Mesmo que nessa altura não estejam à
procura de ninguém, quando surgir uma vaga é natural que se lembrem de
si como uma pessoa com iniciativa, segura de si, o género de colaborador
que gostavam de ter na equipa.
Acima de tudo, não desanime e não
deixe de tentar. Pode demorar algum tempo, mas se não estiver a voar
demasiado alto decerto conseguirá aquilo que procura.
Chefe de redacção-adjunta
IN "DINHEIRO VIVO"
16/07/12 .
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