17/07/2012

JOANA PETIZ




Conquiste 
   o emprego certo para si


Já lá vai o tempo em que encontrar trabalho era tarefa fácil.
E já nem sequer vivemos naqueles dias em que conhecer alguém bem posicionado ditava o sucesso quase certo na busca de emprego. Com a taxa de desemprego mais alta que o país já conheceu – acima dos 15% e a subir –, hoje mesmo um bom currículo é apenas meio caminho andado. O que fazer quando nada é garantido?

Para começar, pesquise. Procure em todos os sites de recrutamento e nas páginas online das próprias empresas o emprego que gostaria de ter e no qual acredita que seria bom. Não seja modesto: afinal, quanto mais difícil é encontrar trabalho, menores são as probabilidades de, caso não goste ou não se adapte, poder mudar de ramo e conseguir rapidamente novo lugar noutra empresa.

E lembre-se que Portugal é apenas uma entre dezenas de possibilidades. Se nos dias que correm tem contra si uma quantidade absurda de candidatos a um lugar, não se limitando sequer as propostas a pessoas do mesmo país onde vive, a ausência de fronteiras na União Europeia e a afinidade com países como o Brasil, Cabo Verde, Angola ou Moçambique abrem-lhe portas que há apenas uma dezena de anos nem sequer existiam. O limite para a sua busca é apenas definido por si, pelas suas ambições e por aquilo que está disposto a fazer (ou de que está disposto a abdicar) para conseguir trabalho.

Quando a sua pesquisa estiver reduzida a meia dúzia de hipóteses consistentes – atenção, ser ambicioso não é o mesmo do que ser irrealista; se nunca fez mais do que uns ovos estrelados não pode realmente pensar que seria boa ideia candidatar-se a um lugar de chef... –, está na hora de dar um passo em frente.

Comece pela via tradicional: atualize e adapte o currículo. Mas esqueça o formulário europeu. Inove, crie uma carta de apresentação que capte a atenção de quem a ler e complemente o seu currículo com informação relevante para a empresa e o cargo a que se candidata.
Na maioria dos casos, porém, há um caminho mais fácil para fazer o primeiro contacto. Lembre-se que vive na era das redes sociais. A maioria das empresas e agências de recrutamento estão presentes nas principais redes (LinkedIn, Twitter, Facebook...) e muitas vezes utilizam-nas para procurar talentos. Construa uma página profissional e preencha-a com todo o tipo de informação que acredite ser relevante para o recrutador – incluindo o seu gosto por desportos radicais e alturas se estiver a tentar chegar a alguém que todos os fins-de-semana se atira de aviões de para-quedas. 

Não tenha medo de parecer animado, mas não minta – na maioria das vezes as bombas rebentam-lhe na cara. Já imaginou o que aconteceria à sua credibilidade se fosse escolhido para o lugar, o seu novo chefe o presenteasse com um salto e você tivesse de lhe confessar que sofre de vertigens?

Marcar reuniões com os recursos humanos das empresas onde gostaria de trabalhar também pode ajudar. Mesmo que nessa altura não estejam à procura de ninguém, quando surgir uma vaga é natural que se lembrem de si como uma pessoa com iniciativa, segura de si, o género de colaborador que gostavam de ter na equipa.
Acima de tudo, não desanime e não deixe de tentar. Pode demorar algum tempo, mas se não estiver a voar demasiado alto decerto conseguirá aquilo que procura.


Chefe de redacção-adjunta

IN "DINHEIRO VIVO"
16/07/12

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