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HOJE NO
"RECORD"
"RECORD"
Joana Ramos:
«Jogos Olímpicos vão ser
a prova da minha vida»
Vai estrear-se nos Jogos Olímpicos
aos 30 anos, e parte para a capital britânica a pensar num lugar do
pódio. Ser outsider é um ponto a favor
RECORD – Em ano de estreia nos Jogos Olímpicos, parte para Londres com que objetivos em mente?
JOANA RAMOS –
Espero estar ao meu melhor nível. Quero dar tudo, apesar de saber que,
por vezes, não é possível. Sempre que treino, penso no pódio, mas já
ficaria feliz se conseguisse um 7.º lugar. Gosto de pensar sempre mais
alto. Estes Jogos serão a prova mais difícil da minha vida, mas também
tenho noção do meu valor. Não entro como favorita, mas ser outsider pode
ser um ponto a favor.
R – Apesar de ter estado parada devido a lesão, como é que avalia os seus resultados mais recentes?
JR –
O ano de 2011 não correu muito bem. Nestas provas mais perto dos Jogos é
que já estive melhor. Em 2011 lesionei-me num joelho e deparei-me com
outros problemas. Sofri uma lesão no braço esquerdo, que é o que mais
utilizo nos combates e, recentemente, descobri que tenho uma hérnia
cervical. Estive seis meses sem competir e, quando regressei, tentei
fazer todas as provas possíveis, apesar de isso não ser importante. Mas
agora posso dizer que vou entrar nos Jogos no pico da forma. Esta é a
prova mais importante da carreira e da minha vida.
R – A prova da sua vida, onde vai estrear-se já com 30 anos...
JR –
Sim, é verdade. Participei em três ciclos olímpicos e qualifiquei-me
para os Jogos de Atenas’2004, apesar de não ter participado. Desta vez,
fiz a preparação de uma forma mais segura. Desde o início, sabia quais
eram os meus objetivos. Queria participar em provas que me dessem pontos
no ranking, e não precisei que um treinador me mandasse percorrer esse
caminho. Com a minha maturidade, tive a autonomia para decidir isso.
R – E agora que está apurada, como é que sente a atmosfera dos Jogos?
JR –
Tenho falado com os meus companheiros olímpicos para absorver as
experiências deles. Tenho também lido muitos livros sobre antigos
campeões olímpicos. A verdade é que, aos 30 anos, estes Jogos são o tudo
ou nada para mim. A minha presença no Rio de Janeiro, em 2006, é uma
incógnita.
R – Quem serão as suas principais rivais em Londres?
JR –
Primeiro tenho de esperar pelo sorteio. Nos Mundiais de Paris, em 2011,
tive um sorteio difícil, mas acabei no 5.º lugar. Sei que treinei-me
para ganhar às melhores, estou à altura delas. Só penso no pódio e, num
combate, tenho 50 por cento de hipóteses de vencer a adversária.
R – Como é que tem sido a experiência de treinar no Sporting com o Pedro Soares [judoca olímpico]?
JR –
O Pedro ajuda-me imenso e é um excelente líder. Passa-me muita da
experiência dele. É uma mais valia tê-lo como treinador porque ele
sentiu isto na pele. No fundo, treinar no Sporting estimula-me imenso,
pois a palavra de ordem é “trabalho”.
R – A subida da Telma Monteiro para os 57 kg beneficiou-a de alguma maneira?
JR –
A Telma é, de facto uma atleta de exceção. Nos 52 kg, para ser melhor
do que ela tinha mesmo de ganhar as provas. Isso era uma grande
barreira. É claro que estar na mesma categoria da Telma Monteiro acaba
por ser um esforço inglório para qualquer atleta.
R – Estagiou com a Seleção masculina no Japão, em vez de ir para a China com a feminina. Fê-lo porquê?
JR –
Eu quis participar no Nacional de Clubes por equipas, pelo Sporting, e
isso coincidia com a primeira semana na China. Além disso, não ia com o
treinador que a federação escolheu para me acompanhar [Michel Almeida].
Ir para o Japão foi lógico, porque fui com o meu técnico. OSporting
pagou-me a viagem, e isso só demonstra que tomei a decisão correta ao
escolher este clube.
JOANA Isabel Ventura RAMOS
Nascimento: Coimbra, 16/1/1982, 30 anos
Altura: 1,60 m
Categoria: -52 kg
Ranking mundial: 19.ª
Clubes: ACM Coimbra e Sporting (desde 2011)
Treinador: Pedro Soares
Principais
resultados: 2011 - 3.ª Grand Slam de Moscovo; 2.ª Europeus de Istambul;
5.ª Mundiais de Paris; 2010 - 2.ª Grand Slam de Moscovo; 7.ª Mundiais
de Tóquio
* Só lhe podemos desejar sucesso bem como a todos os atletas portugueses.
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