15/07/2012

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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
O lado negro do chá

A maioria das pessoas pensa que um chazinho nunca faz mal. Mas nem sempre é assim”. Quem o diz é Cristina Fonseca, médica gastroenterologista do Hospital Garcia de Orta, em Almada. A especialista dá alguns exemplos: “Camomila e alcaçuz não devem ser tomados por grávidas. E até o chá verde, sobretudo se consumido em cápsulas, pode provocar hepatites”, explicou no simpósio Semana Digestiva 2012, que decorreu entre 27 e 30 de Junho, no Porto.

A médica defende que as plantas devem ser encaradas como medicamentos e muitas vezes são vendidas em ervanárias e lojas de produtos naturais sem o controlo adequado. “Muitos dos remédios vendidos nas farmácias são substâncias extraídas de plantas, controlados pelo Infarmed, mas os chás das lojas de produtos naturais dependem apenas da ASAE.”  

Outra preocupação é que os médicos nem sempre estão alerta para o que os doentes tomam. Casos não faltam: o chá de hipericão anula os efeitos dos medicamentos anti-retrovirais (usados nos casos de sida); o de aloé vera, chamado o cacto dos aflitos, é eficaz para combater a prisão de ventre, mas pode causar problemas intestinais quando é usado mais de oito semanas; e o de hortelã-pimenta pode provocar espasmos nas crianças. 

O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo a seguir à água e Cristina Fonseca sublinha que “as plantas foram a primeira forma de medicina da humanidade”.  

É certo que têm efeitos benéficos, mas também efeitos secundários. “Fico assustada com a facilidade com que alguns programas de televisão fazem a apologia da ‘medicina natural’.

As plantas são drogas vegetais e podem fazer bem, mas não estão isentas de toxicidade”, conclui a especialista.  

* Aprender até morrer

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