HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
A lista das más compras do Estado
Má Despesa Pública é o título do livro que viaja
pelas despesas mais duvidosas do Estado.
Um site que custou 600 mil euros e ofertas em ouro são apenas dois dos exemplos denunciados num blogue que agora dá origem a um livro.
É uma factura que todos estamos a pagar em mais de 200 paginas. Um
jornalista e uma jurista juntaram-se para fazer um levantamento da má
despesa pública. Ele chama-se Rui Oliveira Marques, ela Bárbara Rosa. Os
dois dão exemplos de gastos excessivos que às vezes não têm explicação à
primeira vista. Ora vejamos: um site, do Douro Valley, que custou aos
contribuintes 600 mil euros, um autarca entrevistado por seis mil euros
ou relógios de ouro de quase 32 mil euros para oferecer aos funcionários
da câmara de Almada. Esta é matéria de facto, encontrada no domínio
público. Entre várias dificuldades e falta de transparência os autores
sublinham a falta de informação sobre o orçamento da presidência da
república.
Pagamentos dos juros da dívida pública portuguesa em % do PIB, 1999-2012
Rui Oliveira Marques disse ao Económico que já tentaram "como
cidadãos perceber em detalhe o orçamento da presidência, já fizemos
contactos e até agora nunca tivemos resposta". O autor do livro
encontrou "cinco relatórios sobre eficiência energética do Palácio de
Belém" mas nada sobre o "orçamento detalhado". Bárbara Rosa até admite
que "Portugal tem as leis" mas o problema é cumprir. Confessa que a
culpa "é de todos nós, e que todos também fomos cúmplices" já que
"sempre tivemos acesso a obras disparatadas, festas, regalais, a
nomeações de familiares que do ponto de vista legal está certo mas não é
moral. Nós todos, a começar pela classe política, temos de ter um dever
acrescido de competência e rigor na gestão da coisa pública". A
apresentação ficou a cargo de Luís Pedro Nunes que classifica a obra
como um "livro perigoso, que mostra que não vivemos acima das nossas
possibilidades mas sim na total irresponsabilidade. Estas são notícias
de gastos alucinados". Luís Pedro Nunes remata ao dizer que "olhando
para aqui, pela parte de quem gere, não há nenhum medo de ser
responsabilizado pelo mau uso do dinheiro".
O POVO PAGA E NÃO BUFA |
Uma conta de telemóvel de 765 mil euros em apenas dois anos,
assinaturas do Finantial Times no valor de 15 mil euros: tudo facturas
do Banco de Portugal. Fora uma escultura para Oeiras de mais de um
milhão de euros. Entre os exemplos encontra-se ainda o caso do município
de Beja, onde em 2010 os salários da Assembleia Distrital estiveram em
causa. Ainda assim, em 2011 investiu perto de 75 mil euros no Festival
do Amor. Exemplos no Má Despesa Pública que saíram do online para o
papel e que continuam a ser desvendados no blogue que deu origem ao
livro.
* Não deixaremos de comprar este livro, faça-o também, só assim melhora a qualidade da informação que recebe em catadupas.
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