04/06/2012

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  HOJE NO

"DIÁRIO ECONÓMICO"

"Juros de Portugal são elevados
 face aos fundamentais"

O banco francês Natixis diz que para reflectir os fundamentais da economia as taxas das obrigações a dez anos deveriam ser três pontos percentuais mais baixas. Os investidores estão a penalizar em demasia a dívida portuguesa, referiu o Natixis. O economista Jean-François Robin defende, num relatório publicado hoje, que os prémios de risco estão entre 200 e 300 pontos base acima dos fundamentais. 

Calcula mesmo que "se não fossem as condições globalmente adversas do mercado, a nossa perspectiva é que seria a altura para considerar que as Obrigações do Tesouro poderiam convergir até aos 8% a 9%". Actualmente a taxa das OT a dez anos é de 11,92%. 

No entanto, a incerteza que se vive na zona euro, com os investidores à espera do desfecho das eleições na Grécia e com a crise a adensar-se em Espanha, leva o Natixis a não recomendar ainda a compra de dívida portuguesa. "Dado o beta para as obrigações governamentais portuguesas (as taxas sobem quando aumenta a aversão ao risco), é provavelmente prematuro tornar-se comprador de dívida portuguesa num mercado que continua em modo ‘risk off". 

Apesar disto, aconselham os investidores a estar atentos a eventuais notícias positivas para tirarem partido das elevadas taxas de rentabilidade da dívida nacional. E destacam vários factores que podem dar confiança aos investidores. "O défice foi de 4% do PIB, a dívida sobre o PIB deverá atingir o pico de 118%, há apoio político e social para as reformas, o processo de privatizações está a correr melhor que o esperado, a balança de pagamentos está a melhorar". E especificam: "A balança de transacções correntes, que é central para a análise da crise, continua a melhorar, com uma descida de 3,3% das importações e, mais importante, uma subida de 11,2% na exportações no primeiro trimestre". Apesar dos aspectos positivos, Jean-François Robin duvida que "as taxas de rentabilidade da dívida portuguesa fiquem alinhadas com as irlandesas, mas claramente estão demasiado elevadas". E exemplifica a exagerada aversão a dívida portuguesa com a cotação dos ‘credit-default swaps', que reflectem o preço pago pelos investidores para se protegerem de um eventual incumprimento. O preço dos CDS portugueses indicia uma probabilidade de incumprimento de 60%, o dobro do Egipto. 

* Isto quer dizer que a TROIKA  está a ingrominar-nos

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